segunda-feira, setembro 05, 2005
IMAGENS E OLHAR
Num texto meu que será publicado em breve pode ler-se: "(...)o conhecimento passa hoje pelo olhar mas muitas vezes esse olhar é fabricado pelas imagens construídas, fabricadas por processos numéricos, de cálculo. Crary sustenta que o olho humano perde pouco a pouco a maior parte das propriedades que teve no curso da história. Nas imagens actuais perde-se frequentemente a posição ocupada pelo observador no mundo real, deixa de se ver como o olho humano veria, segundo as leis da óptica. Se há alguma coisa para que essas imagens reenviam é para os bits da informação electrónica e da matemática (Crary, 1994, 20)."
O citado é CRARY, J., L'art de l'observateur: Vision et modernité au XIX siécle, Nimes, editions Jacqueline Chambon, 1994 (1ª edição em língua inglesa 1990)
Na última página de hoje do Público refere-se uma imagem construída pelo robót Spirit, em, Marte desde Janeiro de 2004. O robô subiu um monte mmarciano de 82 metros de altitude, tarefa em que se empenhou 14 meses, e agora tirou uma imagem panorãmica a 360 graus. é uma ilustração interessante do pensamento de Crary: neste caso, nenhum olhar humano viu o que "viu" o robôt. É também interessante esta mediação tecnológica que cada vez mais se interpôem entre o que é visto e quem vê.
Poderá ver as imagens tiradas pelo Spirit no sítio da NASA .
Num texto meu que será publicado em breve pode ler-se: "(...)o conhecimento passa hoje pelo olhar mas muitas vezes esse olhar é fabricado pelas imagens construídas, fabricadas por processos numéricos, de cálculo. Crary sustenta que o olho humano perde pouco a pouco a maior parte das propriedades que teve no curso da história. Nas imagens actuais perde-se frequentemente a posição ocupada pelo observador no mundo real, deixa de se ver como o olho humano veria, segundo as leis da óptica. Se há alguma coisa para que essas imagens reenviam é para os bits da informação electrónica e da matemática (Crary, 1994, 20)."
O citado é CRARY, J., L'art de l'observateur: Vision et modernité au XIX siécle, Nimes, editions Jacqueline Chambon, 1994 (1ª edição em língua inglesa 1990)
Na última página de hoje do Público refere-se uma imagem construída pelo robót Spirit, em, Marte desde Janeiro de 2004. O robô subiu um monte mmarciano de 82 metros de altitude, tarefa em que se empenhou 14 meses, e agora tirou uma imagem panorãmica a 360 graus. é uma ilustração interessante do pensamento de Crary: neste caso, nenhum olhar humano viu o que "viu" o robôt. É também interessante esta mediação tecnológica que cada vez mais se interpôem entre o que é visto e quem vê.
Poderá ver as imagens tiradas pelo Spirit no sítio da NASA .