segunda-feira, março 20, 2006
IMAGENS E ENCENAÇÃO
Um interessante artigo de André Cayatte sobre uma encenação para anunciar o fim da intervenção americana no Iraque é hoje publicado no DN.
“À mesma hora, em Indianápolis, sete mil pessoas assistiam pela televisão ao discurso. A ideia era filmar a assistência local para depois editar e emitir mais tarde: o discurso no porta-aviões seria fundido com as imagens de uma audiência exultante.
Apesar dos cuidados postos na preparação de uma assistência que se pretendia variada, e cuidadosamente escolhida, os especialistas não ficaram satisfeitos depois de verem o resultado. Deram então indicações para que se trabalhasse na pós-produção das imagens. Gravatas foram digitalmente tiradas e, face ao défice de elementos de raça negra no enquadramento mais fechado, alterou-se, também digitalmente, a cor da pele de uma senhora que estava ao lado do marido. Este, depois de ter visto as imagens editadas, comentou que não queria acreditar no que via, e com humor comentou: "Ela é a minha mulher e, a última vez que tinha olhado para ela, era branca!" É que o digital mente.”
Um interessante artigo de André Cayatte sobre uma encenação para anunciar o fim da intervenção americana no Iraque é hoje publicado no DN.
“À mesma hora, em Indianápolis, sete mil pessoas assistiam pela televisão ao discurso. A ideia era filmar a assistência local para depois editar e emitir mais tarde: o discurso no porta-aviões seria fundido com as imagens de uma audiência exultante.
Apesar dos cuidados postos na preparação de uma assistência que se pretendia variada, e cuidadosamente escolhida, os especialistas não ficaram satisfeitos depois de verem o resultado. Deram então indicações para que se trabalhasse na pós-produção das imagens. Gravatas foram digitalmente tiradas e, face ao défice de elementos de raça negra no enquadramento mais fechado, alterou-se, também digitalmente, a cor da pele de uma senhora que estava ao lado do marido. Este, depois de ter visto as imagens editadas, comentou que não queria acreditar no que via, e com humor comentou: "Ela é a minha mulher e, a última vez que tinha olhado para ela, era branca!" É que o digital mente.”