segunda-feira, abril 17, 2006
CULTURA POPULAR
Já por aqui passou. Foi agora traduzido e tem havido alguma atenção na imprensa pois o autor, Steven Johnson, esteve em Portugal para a apresentação do livro em tradução em língua portuguesa.
O DN falou do assunto em 9 de Abril e o Público insere hoje uma entrevista com este autor na revista Dia D. Vale a pena ter os argumentos em atenção, pois estamos saturados do argumento inverso ao sustentado por este autor: o de que as imagens estariam a diminuir as nosass capacidades cognitivas, afectivas e relacionais.
Sobre este assunto publiquei, no Expresso, em 1999, o artigo Melhores imagens, mais inteligência.
"Estamos a ficar mais inteligentes por causa das imagens, esta é a opinião de um reputado investigador, Ulrich Niesser, da Universidade de Cornell. Numa investigação publicada na revista American Scientist, num dos últimos números de 1997, encontra-se a descrição do problema e o estado actual de reflexão sobre ele. De que se trata? Nas décadas mais recentes, tem-se verificado uma subida dos níveis de resposta aos testes de inteligência: nos últimos 50 anos o QI "subiu" 15 pontos nos EUA, e 21 pontos, em 30 anos, na Holanda. Há muitas hipóteses explicativas para esta subida. Uma delas seria uma maior aptidão para a resolução dos testes, hoje banalizados. Mas outras explicações são possíveis: seria plausível que as populações se tivessem tornado mais inteligentes, devido a melhoria da alimentação, a maior escolaridade, a diferentes atitudes dos pais das crianças e jovens em idade escolar. Segundo o autor do referido artigo, embora cada um destes factores tenha a sua importância, nenhum pode ser a chave explicativa desta evolução positiva. A hipótese mais verosímil que este encontrou é muito interessante e repousa nas mutações culturais ligadas ao acto de ver."