quinta-feira, abril 13, 2006
IMAGENS DE TELEVISÃO
"O terceiro Falar Televisão com Dominique Wolton foi, das oito conferências, a que teve maior assistência e não estava inicialmente programada. Jean Paul Rebaud, conselheiro cultural da embaixada francesa, agora de partida para o Brasil, assinalou-me a presença de Dominique Wolton em Portugal e inquiriu-me sobre a sua integração no ciclo que estava a organizar. Como poderia não aceitar? Conhecia os escritos de Wolton desde que em 1984 lera La folle du logis, um livro muito interessante sobre televisão que este escrevera com Jean-Louis Missika. Mais tarde participei num seminário no CNRS, em Paris, a seu convite. Os alunos da licenciatura em jornalismo da Universidade de Coimbra estudavam na cadeira de Comunicação Audiovisual conceitos do seu livro mais conhecido em Portugal O Elogio do Grande Público. Outros professores, em Coimbra como noutras Universidades, dão também a conhecer o pensamento deste autor aos seus alunos. E Wolton merece-o. Em geral os intelectuais têm uma má relação com a televisão: ou fingem ignorá-la ou consideram-na como o “pecado original” explicativo para todos os males sociais gerados a partir de uma hipotética idade de ouro, paradisíaca, que coincidiria com a sociedade pré-televisão. Wolton viu na televisão, desde início dos anos 80, o objecto mais democrático das sociedades democráticas, um utensílio, “louco” talvez, mas com potencialidades de criar um público alargado, de ser um dos raros instrumentos aglutinadores de representações colectivas nas sociedades modernas. E divulgou essa concepção com uma combatividade rara, arriscando uma reputação que, nos meios intelectuais, dificilmente se consegue sem a diabolização da televisão. "
Ler o texto integral aqui
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"O terceiro Falar Televisão com Dominique Wolton foi, das oito conferências, a que teve maior assistência e não estava inicialmente programada. Jean Paul Rebaud, conselheiro cultural da embaixada francesa, agora de partida para o Brasil, assinalou-me a presença de Dominique Wolton em Portugal e inquiriu-me sobre a sua integração no ciclo que estava a organizar. Como poderia não aceitar? Conhecia os escritos de Wolton desde que em 1984 lera La folle du logis, um livro muito interessante sobre televisão que este escrevera com Jean-Louis Missika. Mais tarde participei num seminário no CNRS, em Paris, a seu convite. Os alunos da licenciatura em jornalismo da Universidade de Coimbra estudavam na cadeira de Comunicação Audiovisual conceitos do seu livro mais conhecido em Portugal O Elogio do Grande Público. Outros professores, em Coimbra como noutras Universidades, dão também a conhecer o pensamento deste autor aos seus alunos. E Wolton merece-o. Em geral os intelectuais têm uma má relação com a televisão: ou fingem ignorá-la ou consideram-na como o “pecado original” explicativo para todos os males sociais gerados a partir de uma hipotética idade de ouro, paradisíaca, que coincidiria com a sociedade pré-televisão. Wolton viu na televisão, desde início dos anos 80, o objecto mais democrático das sociedades democráticas, um utensílio, “louco” talvez, mas com potencialidades de criar um público alargado, de ser um dos raros instrumentos aglutinadores de representações colectivas nas sociedades modernas. E divulgou essa concepção com uma combatividade rara, arriscando uma reputação que, nos meios intelectuais, dificilmente se consegue sem a diabolização da televisão. "
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