quinta-feira, novembro 17, 2005
A CONSTRUÇÃO DO OLHAR
Recebi da Amélia Muge, que esteve ontem presente no lançamento, este email:
"Aqui vão os meus parabéns pela excelente abordagem. Para lá da pertinencia do tema, o livro representa - e isso sentiu-se bem no encontro de apresentação - um percurso e a criação de cumplicidades. Um percurso que não se pretende único, mas apenas o produto de " uma troca de olhares".
Sensibilizou-me muito por isso, a fronteira assim conseguida entre os saberes e as informalidades do tempo, do espaço e das gentes que se comunicam com prazer e apreço uns pelos outros. Agora insisto - os aspectos " audíveis" da imagem ( que vão muito para além da questão do ser ou não ser audio- visual) são não só complementares (e até em alguns aspectos com abordagens semelhantes),como em termos de comunicação apontam para as sinestesias que o olhar ou o ouvir provocam.Há um olhar de olhares, onde a visão é apenas um dos componentes. Aliás, esta abordagem é imprescindível se se quiser reflectir sobre " a construção do olhar" no invisual. E isto, irónicamente, se pensarmos na ecologia da imagem, faz com que em muitos casos, o invisual até possa ter um olhar mais " saudável"
sobre muitas coisas. Um dos músicos com quem trabalho, o José Manuel David dos Gaiteiros de Lisboa, invisual, ensinou-me mais sobre isto que não sei quantas literaturas já lidas por mim sobre estes assuntos. E é claro que quando falo de escuta, não estou só a falar de música, mas sobretudo de " imagem sonora".
De qualquer forma, cá fico a aguardar, com espectativa, a saída do já prometido."
A Amélia Muge exprime algo que por vezes há tendência a esquecer. É que as imagens raramente estão sós: ora são acompanhas pela voz e pelo som, ora pela presença de outras imagens. Uma imagem com som é outra imagem. Voltarei ao assunto proximamente. Também às imagens sonoras.
Recebi da Amélia Muge, que esteve ontem presente no lançamento, este email:
"Aqui vão os meus parabéns pela excelente abordagem. Para lá da pertinencia do tema, o livro representa - e isso sentiu-se bem no encontro de apresentação - um percurso e a criação de cumplicidades. Um percurso que não se pretende único, mas apenas o produto de " uma troca de olhares".
Sensibilizou-me muito por isso, a fronteira assim conseguida entre os saberes e as informalidades do tempo, do espaço e das gentes que se comunicam com prazer e apreço uns pelos outros. Agora insisto - os aspectos " audíveis" da imagem ( que vão muito para além da questão do ser ou não ser audio- visual) são não só complementares (e até em alguns aspectos com abordagens semelhantes),como em termos de comunicação apontam para as sinestesias que o olhar ou o ouvir provocam.Há um olhar de olhares, onde a visão é apenas um dos componentes. Aliás, esta abordagem é imprescindível se se quiser reflectir sobre " a construção do olhar" no invisual. E isto, irónicamente, se pensarmos na ecologia da imagem, faz com que em muitos casos, o invisual até possa ter um olhar mais " saudável"
sobre muitas coisas. Um dos músicos com quem trabalho, o José Manuel David dos Gaiteiros de Lisboa, invisual, ensinou-me mais sobre isto que não sei quantas literaturas já lidas por mim sobre estes assuntos. E é claro que quando falo de escuta, não estou só a falar de música, mas sobretudo de " imagem sonora".
De qualquer forma, cá fico a aguardar, com espectativa, a saída do já prometido."
A Amélia Muge exprime algo que por vezes há tendência a esquecer. É que as imagens raramente estão sós: ora são acompanhas pela voz e pelo som, ora pela presença de outras imagens. Uma imagem com som é outra imagem. Voltarei ao assunto proximamente. Também às imagens sonoras.