e três legendas diferentes. Não é seguramente o melhor exemplo, mas procurei retratar um dos processos clássicos de reduzir a polisssemia da imagem A junção de um texto faz com qu os elementos pertinentes escolhidos para ler a imagem sejam uns ou outros, orientados pelo texto. Assim num caso a atenção sera mais virada para os equipamentos, noutro para a criança e para os contextos morais e sociais que hoje envolvem a relação com estas. Neste último caso, a legenda é de alguma complexidade pois remete para o conhecomento de uma entrevista e do apel que Wolinsky desempenhou no Charly Hebdo, noutras publicações mais recentemente. As imagens também são como as cerejas. A propósito deste post lembrei-me dos Charlie Hebdo que conservo. Espero.
At 1:09 da tarde, sabine
At 8:35 da tarde,
Empenhada em perceber essa estranha parceria de imagens e textos, apliquei-me durante uns anos (para um projecto de doutoramento que acabo de defender) a tentar perceber algumas das interacções possíveis entre as legendas e as imagens. Urgia fazer uma tipologia das legendas para podermos comparar as interacções desencadeadas por diferentes tipos de legendas. A meu ver, e segundo a tipologia que proponho, as suas três legendas pertencem a categorias diferentes, uma é mais microscópica (mostrativa) outra mais telescópica (aditiva), e outra é quase uma legenda de grau zero o que torna difícil a comparação das consequências da sua anexação à mesma imagem. Apesar de transformarem a nossa relação com a imagem e suscitarem topicalizações e categorizações diferentes dos objectos representados provavelmente nehuma delas altera significativamente o que percepcionamos na imagem. O que cada uma delas altera são as construções mentais que fazemos da realidade que a imagem poderia ilustrar. Mas, outras legendas haverá que poderão mesmo alterar a nossa percepção da imagem ou pelo menos o seu processamento cognitivo. Um mundo, a ter em conta, peso e medida, as legendas!
Sim, de facto as legendas mudam as imagens. Dã-lhes uma outra significação.