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segunda-feira, fevereiro 27, 2006
PROVEDORIAS de hoje, no DN

Aproximar o que está longe
José Carlos Abrantes

O primeiro estatuto editorial deste jornal proclamou princípios ainda hoje actuais: “O Dário de Notícias - o seu título o está dizendo – será uma compilação cuidadosa de todas as notícias do dia, de todos os países e de todas as especialidades, um noticiário universal.”

Nos manuais de jornalismo ensinam-se algumas “leis” que devem presidir à escrita dos jornalistas. Uma delas é conhecida como a lei da proximidade geográfica. “O leitor concede tanto mais interesse a uma informação quanto mais essa informação diz respeito a algo que se passa na proximidade do leitor. (...) também é conhecida pela lei do morto por quilómetro: um morto no local de vida do leitor interessa-lhe mais do que cem mortos a 10 000 kms.
Quando um jornalista de um jornal nacional ou regional tem que escrever sobre um acontecimento longínquo, tenta sempre fazê-lo sob o prisma das realidades vividas pelo leitor: repercussões para o país ou região, testemunho de uma pessoa do país ou da região presente no local do acontecimento relatado.” (1)
Não se pode negar a clareza da regra. Embora não possa ser regra única, nem absoluta pois, por vezes, acontecimentos longínquos têm, legitimamente, maior repercussão noticiosa do que factos ocorridos ao virar da esquina. O 11 de Setembro, Timor, os atentados de Madrid no 11 de Março, o tsunami, os tumultos em França, ou a descoberta em diversos países da gripe das aves, mostram claramente que a notícia aproxima o que está longe. Não apenas a notícia esporádica, mas também o tratamento sistemático, com o envio muitas vezes de jornalistas ao local dos acontecimentos e com o recurso a especialistas e correspondentes instalados nos locais das ocorrências. As agências internacionais, por sua vez, lançam também, a cada minuto, despachos noticiosos a partir de vários pontos do globo. Mais uns de que outros pois, 26 anos depois do Relatório MacBride, existe ainda um forte desequilíbrio no fluxo de informação produzido pelos países do norte e do sul. Poderá sempre questionar-se se os mortos podem ser medidos aos quilómetros. Mas tal crua formulação não está apenas nas regras da escrita jornalística. Reside também no comportamento de cada um de nós, fazendo ou não este princípio válido, na nossa condição de público dos media.
Alguns leitores têm questionado o posicionamento do DN , nas notícias sobre o mundo, em casos pontuais. Importa sublinhar que o jornal dedica diariamente cinco, seis páginas ao Internacional, fazendo muitas vezes temas , destaques e chamadas de 1a página. O primeiro estatuto editorial deste jornal proclamou princípios ainda hoje actuais: “O Dário de Notícias - o seu título o está dizendo – será uma compilação cuidadosa de todas as notícias do dia, de todos os países e de todas as especialidades, um noticiário universal.”
Um leitor contestou recentemente notícias dessa secção. “Porque será que não se vê um artigo sobre o desastre das Filipinas mas há espaço para os artigos sobres os acidentes rodoviários na A1?” perguntou Henrique Craveiro. Este leitor, cidadão português, reside habitualmente em França e está temporariamente a viver nos EUA. Teve apenas acesso à edição on line, actualmente em remodelação e com muitas falhas, como em anterior crónica foi justificado pelo director. O e-mail deste leitor é do dia 21. Nos dias 18 e 19 o DN noticiou, na edição papel, o desastre filipino como seria de esperar dado o inesperado da situação, a tensão dramática e as vidas humanas que se perderam. Na edição de 19 a notícia ocupava quase dois terços de página e no dia anterior o assunto tinha sido chamado à 1ª página: Catástrofe Mais de 200 mortos nas Filipinas, com uma notícia de um terço de página. Nos dias seguintes não terá havido outras informações sobre o assunto, como tantas vezes. O turbilhão da actualidade vai apagando alguns assuntos para dar nova vida a outros. Por isso poderemos sempre desejar mais e melhor informação sobre o mundo lá de fora. A vida na era da globalização altera a relação dos leitores com a informação, tornando alguns cada vez mais exigentes e mostrando que outros contextos de recepção podem alterar o modo como se lêem as notícias. É o caso da reacção vinda da China, publicada no Bloco Notas.
(1) Adaptado de Philippe Bachmann, Communiquer avec la presse écrite et audiovisuelle, Paris, Centre de Formation et Perfectionnement des Journalistes, 1994. Ver as outras “leis” em Só Textos (sotextosmesmo.blogspot.com/)




BLOCO NOTAS

O DN visto da China
“Escrevo a V. Exa. para lhe comunicar o quão deprimido qualquer pessoa fica ao ler o DN, logo na primeira página.
Estou a viver na China há cinco meses e, de vez em quando, ainda me aventuro a ler o DN online, mas é sempre tão mau e deprimente que decidi hoje deixar de o fazer. Será que não há notícias mais interessantes no nosso País do que a ameaça de processo por parte dos notários, uma senhora que não quer deixar uma das CINCO casas que vão ser demolidas na Amadora e um rapaz que foi agredido na Casa do Gaiato?
Será que nada de realmente importante aconteceu em Portugal? Será que não podem pôr na primeira página alguma coisa sobre o desenvolvimento da Economia, as relações internacionais do País ou qualquer outra coisa com o mínimo de relevância?”
(...) Diogo de Sousa e Alvim


Mulheres em notícia
No dia 16 de Fevereiro o DN assinalou um estudo realizado pela World Association for Christian Communication. A peça, da autoria de Marina Almeida, era intitulada “Mulheres são jornalistas, homens são notícia”. O estudo foi realizado em 76 países, embora com recolha de dados num só dia, e procurou assinalar a presença das mulheres nas notícias. Segundo Maria João Silveirinha, docente da Universidade de Coimbra, entrevistada na peça, “há cinco notícias de homens para uma de mulheres, quando mais de 50% da população mundial são mulheres.” Por outro lado, Lígia Amâncio, docente no ISTE, reagiu a um e-mail que lhe enviei: “(...) É como se uma burka cobrisse o conhecimento: os números são sempre duvidosos, (...) e em relação ao estudo sobre os media não faltará quem venha dizer que "não é representativo" "afinal foi só um dia", "se fosse no dia seguinte já era diferente..." etc. etc. Numa Conferência que fiz numa instituição de investigação em ciências da vida, onde apresentei os dados sobre a desigualdade das carreiras dos cientistas homens e mulheres, confrontei-me com este fenómeno de negação e fiquei assustada - se cientistas se tornam de tal maneira irracionais perante este assunto, isto diz muito do tamanho do preconceito que envolve toda a questão.” Afinal não é só o jornalismo, mas é também o jornalismo que contribui para situar, socialmente, os diferentes grupos sociais.

Escreva
Escreva sobre a informação do DN para provedor2006@dn.pt: “A principal missão do provedor dos leitores consiste em atender as reclamações, dúvidas e sugestões dos leitores e em proceder à análise regular do jornal, formulando críticas e recomendações. O provedor exercerá, simultaneamente, de uma forma genérica, a crítica do funcionamento e do discurso dos media.”
Do Estatuto do Provedor dos Leitores do DN

Para outros assuntos : dnot@dn.pt
 
José Carlos Abrantes | 5:09 da tarde |


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