sexta-feira, junho 02, 2006
ECRÃS EM MUDANÇA
Um dos textos é sobre
Os jovens e a Internet: de que “público” se trata?
Jacques Piette
Universidade de Sherbrooke
Resumo
Os jovens e a Internet: de que “público” se trata?
Jacques Piette
Universidade de Sherbrooke
Resumo
No domínio da pesquisa em comunicação de massas, a análise do público jovem ocupa há muito tempo um lugar muito especial. Realizam-se actualmente numerosos inquéritos com o objectivo de estudar a relação entre os jovens e os media, em particular no que diz respeito à televisão.
No entanto, o retrato que resulta desses elementos de pesquisa causa perplexidades a muitos níveis, pois dá lugar a uma panóplia de posições teóricas difíceis de conciliar, desde a visão alarmista do público passivo, vulnerável, entregue aos efeitos poderosos e perniciosos dos media, àté à celebração da liberdade total do público “naturalmente crítico” – mercê da sua familiaridade e do seu grande conhecimento – que utiliza os media a seu bel prazer, em função das suas necessidades e das satisfações que procura. Entre os dois extremos, encontra-se de tudo, quer sobre os efeitos indirectos e cumulativos dos media, quer sobre os comportamentos e atitudes, ou sobre as percepções que o público jovem tem de si mesmo e do mundo. E é com base nestas posições contraditórias que a educação para os média procura hoje encontrar pistas de intervenção susceptíveis de consenso, tentando estimular a criação duma “distância salutar” favorável ao desenvolvimento da autonomia crítica do jovem em relação aos media.
O aparecimento dos “novos media”, e em primeiríssimo lugar da Internet, veio relançar hoje, mais uma vez, o debate sobre a natureza específica do público jovem. À luz de um inquérito realizado no Quebeque, em França, Portugal, Espanha, Bélgica e Suíça, sobre a percepção, utilização (em casa e na escola) e apropriação da Internet pelos jovens, procura-se explorar as questões ligadas à concepção que se tem do público jovem – se é que ele existe – considerando as relações que este público estabelece com a cultura do écrã adquirida em contacto com os “novos media.