sexta-feira, junho 09, 2006
FABRICAR IMAGENS...
...e discuti-las é um bom princípio. É o que tem feito Susana Sousa Dias, no King.
No relato do Público de hoje, dia 8, Susana Sousa Dias relembrou as dificuldades que teve para usar as imagens de arquivo da RTP, arquivos que deveriam ser de acessibilidade mais fácil para os investigadores e criadores de imagens.
Mais à frente o texto assinala como as imagens se modificam quando lhes é retirada a banda original e também como nova modificação ocorre pela junção de novas sonoridades.
No relato do Público de hoje, dia 8, Susana Sousa Dias relembrou as dificuldades que teve para usar as imagens de arquivo da RTP, arquivos que deveriam ser de acessibilidade mais fácil para os investigadores e criadores de imagens.
"A própria história da feitura do documentário Natureza Morta, que "foi integralmente pago pela França" e que, segundo a realizadora, não teria sido possível em Portugal, onde lhe foram levantados os mais variados obstáculos, "diz muito sobre as questões da memória e do esquecimento", nas palavras de Susana Sousa Dias.
As imagens, usadas, oriundas dos arquivos da PIDE, tiveram de ser compradas à Pathé francesa, porque em Portugal a RTP lhe pediu somas astronómicas, explicou, salientando que realizar o documentário foi "uma aventura inimaginável", em que foi preciso "correr alguns riscos".
Mais à frente o texto assinala como as imagens se modificam quando lhes é retirada a banda original e também como nova modificação ocorre pela junção de novas sonoridades.
"A ideia era "mostrar o reverso, através das próprias imagens produzidas pelo Estado Novo". E para a concretizar, Susana de Sousa Dias tirou-lhes o som original.
Tira-se o som às imagens e elas mudam radicalmente", explicou a realizadora, que lhes colou um outro som, incómodo, angustiante e metálico, a lembrar portas de ferro que se fecham, como nas prisões."