terça-feira, junho 08, 2004
IMAGEM E REALIDADE
Quando vemos uma imagem há três realidades que se cruzam: a primeira é a do mundo que lhe deu origem, a coisa concreta que a imagem representa, por exemplo, a ponte Vasco da Gama. Depois a realidade da imagem: a fotografia ou a pintura, o video ou a sequência de cinema, a pintura ou a imagem de síntese materializam-se, tornam-se uma realidade em si para além de representarem a ponte (imaginem-se diferentes imagens da ponte). Ora uma e outra não coincidem em absoluto, pois a imagem é sempre um ponto de vista e os pontos de vista são infinitos. Por isso numa imagem vemos os carros que passam e um pouco das estruturas da ponte, naquela uma vista sobre o lado do parque das Nações, numa outra as “cordas” que ligam o tabuleiro aos pilares. Por último, a imagem é vista por pessoas com uma história pessoal e com uma disponibilidade própria no momento que vêm. Esta é uma terceira realidade sem a qual as imagens não vivem: o receptor, a pessoa que vê faz viver cada imagem dentro de si, apropiando-a. É por isso que reduzir as questões sobre as imagens ao tradicional que significa esta imagem é um percurso redutor. A pergunta o que significa esta imagem para mim? é uma pergunta decisiva, pois é com esse significado que cada um de nós a vai viver, a vai apropriar. Como também é interessante a pergunta que relação (não) tem esta imagem com a o mundo que pretende representar?
Sobre este assunto vale a pena ler Serge Tisseron, Les bienfaits de l’image, Paris, Odile Jacob, 2002.
Quando vemos uma imagem há três realidades que se cruzam: a primeira é a do mundo que lhe deu origem, a coisa concreta que a imagem representa, por exemplo, a ponte Vasco da Gama. Depois a realidade da imagem: a fotografia ou a pintura, o video ou a sequência de cinema, a pintura ou a imagem de síntese materializam-se, tornam-se uma realidade em si para além de representarem a ponte (imaginem-se diferentes imagens da ponte). Ora uma e outra não coincidem em absoluto, pois a imagem é sempre um ponto de vista e os pontos de vista são infinitos. Por isso numa imagem vemos os carros que passam e um pouco das estruturas da ponte, naquela uma vista sobre o lado do parque das Nações, numa outra as “cordas” que ligam o tabuleiro aos pilares. Por último, a imagem é vista por pessoas com uma história pessoal e com uma disponibilidade própria no momento que vêm. Esta é uma terceira realidade sem a qual as imagens não vivem: o receptor, a pessoa que vê faz viver cada imagem dentro de si, apropiando-a. É por isso que reduzir as questões sobre as imagens ao tradicional que significa esta imagem é um percurso redutor. A pergunta o que significa esta imagem para mim? é uma pergunta decisiva, pois é com esse significado que cada um de nós a vai viver, a vai apropriar. Como também é interessante a pergunta que relação (não) tem esta imagem com a o mundo que pretende representar?
Sobre este assunto vale a pena ler Serge Tisseron, Les bienfaits de l’image, Paris, Odile Jacob, 2002.