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segunda-feira, abril 11, 2005
IMAGENS RELÍQUIA

No artigo de hoje no Público, Eduardo Cintra Torres escreve sobre a morte do Papa e sobre as imagens relíquia: as fotos tiradas pelos telemóveis dos crentes que veneravam o féretro do Papa.

“Do milhão de pessoas que passou em frente do féretro de João Paulo II muitos tê-lo-ão feito para guardarem a sua relíquia virtual: uma fotografia tirada com o telemóvel. Na RTP, uma emigrante portuguesa no Luxemburgo estava feliz por ter conseguido tirar uma fotografia ao papa, sonho que sempre alimentara, porventura com ele vivo. Houve quem conseguisse tirar oito fotografias nos 30 segundos em que se podia estar perante o corpo do papa. “

E mais à frente:

“Porque é a fotografia digital dos peregrinos, próxima da imaterialidade, uma relíquia? Porque é uma imagem que foi captada directamente e não por um media. Foi captada pelo próprio ou por alguém próximo, é insubstituível, não há outra igual, e é sua. Desta forma, a fotografia captada em S. Pedro tem o mesmo valor simbólico de uma – impossível nos dias de hoje – relíquia retirada ao corpo, ao vestuário ou aos atributos da pessoa adorada.
Apesar de o próprio João Paulo ter definido em 1996 ritos funerários para os papas que proíbem fotografias do pontífice morto, excepto por fotógrafos acreditados, o Vaticano autorizou tacitamente as fotografias feitas com os telemóveis, o que se inscreve na adequação das práticas religiosas aos tempos da imagem, mediática ou não, de que o papa foi mestre e símbolo. Na basílica de S. Pedro a imagem tornou-se um ritual dos peregrinos. É possível que a própria transmissão televisiva seja ela mesma uma relíquia virtual – neste caso, apenas memória – para muitos espectadores.”

Vale a pena relembrar a controvérsia violenta que se instalou há séculos no seio da igreja sobre o valor das imagens. E também reflectir sobre a encenação do espaço da morte, sobre as tecnologias a produzirem sempre novas imagens, sobre a circulação dessas imagens muito diferente da circulação mediática tradicional, mas nem por isso menos importante.
 
José Carlos Abrantes | 7:31 da tarde |


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