domingo, abril 06, 2003
IMAGENS DE GUERRA
1 No editorial de José António Saraiva, no Expresso, reconhece-se que a guerra não estará terminada "se Saddam continuar a aparecer nos écrãs, em imagens verdadeiras ou forjadas, em pessoa ou na pessoa de um sósia…". A vida que as imagens têm….
2 Por outro lado, pode ler-se uma interessante peça no Público, no regresso de Bagadad de Paulo Camacho e Renato Freitas, jornalista e repórter de imagem da SICO primeiro diz ter sentido uma certa frustação pois, ao sair, apercebeu-se que o fim da guerra poderia estar próximo. Vale a pena ler a peça para perceber como o olhar é uma relação social "É um trabalho à distância. De voyeur", diz Paulo Camacho. "Filma-se de uma varanda. Quando se vai para o terreno vamos completamente controlados", acrescenta Renato Freitas. "Não se pode checar a informação, ir aos hospitais, andar a ver o que se está a passar. E não há 'espaço'. Andamos num grupo de 100, 200 jornalistas".
Diz ainda a peça: "O que os repórteres da SIC Paulo Camacho e Renato Freitas viram ontem, ao abandonarem Bagdad de regresso a Portugal, após uma estadia de dois meses no Iraque, convenceu-os em definitivo de que o regime de Saddam Hussein não tarda a cair. "Passámos por vários controlos da Guarda Republicana. Canhões com eixos partidos, tanques avariados, camiões voltados - teriam que ser grandes soldados para fazerem frente aos norte-americanos", contou o pivot da SIC ao PÚBLICO." Ou seja, mudando de posição social (de repórter a não repórter) o jornalista transformou o seu olhar pois pôder ver o que, como repórter, nunca poderia ter visto….Paradoxos do trabalho jornalístico em tempo de guerra.
1 No editorial de José António Saraiva, no Expresso, reconhece-se que a guerra não estará terminada "se Saddam continuar a aparecer nos écrãs, em imagens verdadeiras ou forjadas, em pessoa ou na pessoa de um sósia…". A vida que as imagens têm….
2 Por outro lado, pode ler-se uma interessante peça no Público, no regresso de Bagadad de Paulo Camacho e Renato Freitas, jornalista e repórter de imagem da SICO primeiro diz ter sentido uma certa frustação pois, ao sair, apercebeu-se que o fim da guerra poderia estar próximo. Vale a pena ler a peça para perceber como o olhar é uma relação social "É um trabalho à distância. De voyeur", diz Paulo Camacho. "Filma-se de uma varanda. Quando se vai para o terreno vamos completamente controlados", acrescenta Renato Freitas. "Não se pode checar a informação, ir aos hospitais, andar a ver o que se está a passar. E não há 'espaço'. Andamos num grupo de 100, 200 jornalistas".
Diz ainda a peça: "O que os repórteres da SIC Paulo Camacho e Renato Freitas viram ontem, ao abandonarem Bagdad de regresso a Portugal, após uma estadia de dois meses no Iraque, convenceu-os em definitivo de que o regime de Saddam Hussein não tarda a cair. "Passámos por vários controlos da Guarda Republicana. Canhões com eixos partidos, tanques avariados, camiões voltados - teriam que ser grandes soldados para fazerem frente aos norte-americanos", contou o pivot da SIC ao PÚBLICO." Ou seja, mudando de posição social (de repórter a não repórter) o jornalista transformou o seu olhar pois pôder ver o que, como repórter, nunca poderia ter visto….Paradoxos do trabalho jornalístico em tempo de guerra.