domingo, outubro 12, 2003
TELEVISAO
Acabei de ver o Arrêt sur Images (Cinquiéme, Domingo, a partir das 11h 38) que foi hoje dedicado ao papel que os media franceses jogaram no "affaire Flactif", o caso de uma família desaparecida. A polícia investigou durante 5 meses e em Setembro, são presos dois vizinhos da família, o casal Hotyat, suspeito de crime. O casal tinha sido longamente entrevistado como testemunha por um magazine da TF!, Sept sur Huit. A narrativa, que for a construída sobre o desaparecido, altera-se radicalmente com a descoberta do assassínio. Um perito, psiquiatra, presente no estúdio, declara que por experiência acumulada parte sempre com uma representação veiculada pelos media que, depois, não coincide com a que se vai emergir no processo jurídico. Os jornalistas foram apontados pelos diferentes intervenientes como narradores parciais, como respigadores de factos e opiniões que colem melhor à narrativa que vão construindo, ignorando os outros factos ou opinões que se oponham ou contradigam. O efeito de espiral do silêncio foi também evocado pois as opiniões não concordantes com a versão dominante, hegemónica nos media, têm tendência a não se exprimir.
Além do tema central foi também interessante ver como David Abiker mostrou como a imagem de Schwarzenegger foi construída de modo bastante empobrecedor na televisão francesa , pondo mais o destaque nos músculos, na cinefilia e no passado de emigrante, do que no programa do candidato, que também falou de desemprego, de redução de impostos e se manifestou a favor do aborto, em certas condições. Assim se constroem as representações televisivas e se sugerem representações (mentais, culturais) nos espectadores que com elas vivem o dia a dia… Para depois aceitarem, recusarem, interagirem com os outros, noutros contextos.
Acabei de ver o Arrêt sur Images (Cinquiéme, Domingo, a partir das 11h 38) que foi hoje dedicado ao papel que os media franceses jogaram no "affaire Flactif", o caso de uma família desaparecida. A polícia investigou durante 5 meses e em Setembro, são presos dois vizinhos da família, o casal Hotyat, suspeito de crime. O casal tinha sido longamente entrevistado como testemunha por um magazine da TF!, Sept sur Huit. A narrativa, que for a construída sobre o desaparecido, altera-se radicalmente com a descoberta do assassínio. Um perito, psiquiatra, presente no estúdio, declara que por experiência acumulada parte sempre com uma representação veiculada pelos media que, depois, não coincide com a que se vai emergir no processo jurídico. Os jornalistas foram apontados pelos diferentes intervenientes como narradores parciais, como respigadores de factos e opiniões que colem melhor à narrativa que vão construindo, ignorando os outros factos ou opinões que se oponham ou contradigam. O efeito de espiral do silêncio foi também evocado pois as opiniões não concordantes com a versão dominante, hegemónica nos media, têm tendência a não se exprimir.
Além do tema central foi também interessante ver como David Abiker mostrou como a imagem de Schwarzenegger foi construída de modo bastante empobrecedor na televisão francesa , pondo mais o destaque nos músculos, na cinefilia e no passado de emigrante, do que no programa do candidato, que também falou de desemprego, de redução de impostos e se manifestou a favor do aborto, em certas condições. Assim se constroem as representações televisivas e se sugerem representações (mentais, culturais) nos espectadores que com elas vivem o dia a dia… Para depois aceitarem, recusarem, interagirem com os outros, noutros contextos.