segunda-feira, fevereiro 23, 2004
IMAGEM DE PINTURA, IMAGEM DE CINEMA
A Rapariga com Brinco de Pérola, de Vermeer e de Peter Webber
A crónica de João Lopes no DN de sábado tinha como objecto o filme Rapariga com Brinco de Pérola, dirigido por Peter Webber. O filme baseia-se na vida de Vermeer , um pintor que morreu novo, que pintava poucos quadros e que só foi bastante reconhecido a partir do século XIX. De forma mais directa o filme resulta de um romance de Tracy Chevalier e tem para os portugueses um atractivo suplementar: o da fotografia ser feita por Eduardo Serra e de o filme ter sido nomeado para os Oscares nesse particular. Pessoalmente gosto muito da obra de Vermeer que alias incluia nos pintores que estudavamos na cadeira de Teoria e História da Imagem.
Segundo João Lopes a atracção de Vermeer pela jovem modelo de um dos seus quadros mais conhecidos vem ….”sublinhar o sentido de interdito que a criada instala na pintura de Vermeer. Mais do que aquela que ele não deveria pintar (em todo o caso, como único elemento humano de um quadro), ela é também uma personagem que o obriga a refazer a sua relação com a luz e a repensar a própria figuração do corpo.” Interessante que um outro interpele alguém, pela presença, obrigando a requacionar posicionamentos, valores, sentimentos ou opções estéticas que estavam solidificadas ou pareciam mais firmes, antes da relação.
A Rapariga com Brinco de Pérola, de Vermeer e de Peter Webber
A crónica de João Lopes no DN de sábado tinha como objecto o filme Rapariga com Brinco de Pérola, dirigido por Peter Webber. O filme baseia-se na vida de Vermeer , um pintor que morreu novo, que pintava poucos quadros e que só foi bastante reconhecido a partir do século XIX. De forma mais directa o filme resulta de um romance de Tracy Chevalier e tem para os portugueses um atractivo suplementar: o da fotografia ser feita por Eduardo Serra e de o filme ter sido nomeado para os Oscares nesse particular. Pessoalmente gosto muito da obra de Vermeer que alias incluia nos pintores que estudavamos na cadeira de Teoria e História da Imagem.
Segundo João Lopes a atracção de Vermeer pela jovem modelo de um dos seus quadros mais conhecidos vem ….”sublinhar o sentido de interdito que a criada instala na pintura de Vermeer. Mais do que aquela que ele não deveria pintar (em todo o caso, como único elemento humano de um quadro), ela é também uma personagem que o obriga a refazer a sua relação com a luz e a repensar a própria figuração do corpo.” Interessante que um outro interpele alguém, pela presença, obrigando a requacionar posicionamentos, valores, sentimentos ou opções estéticas que estavam solidificadas ou pareciam mais firmes, antes da relação.