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sexta-feira, setembro 26, 2003
IMAGENS CULTURAIS Desde pequeno tenho ideia de alguns portugueses que, tendo enriquecido no Brasil, apareciam com seus fatos (ternos) muito claros, brancos, de linho e seu chapéu de palhinha. Eram os brasileiros…Temos tendência em considerar que o que conhecemos foi o que sempre existiu. Tenho por isso algum fascínio pelos livros, textos, filmes, obras em geral, que nos dão a dimensão histórica dos eventos, pessoas ou acontecimentos, ajudando-nos a compreender que o hoje não é igual ao ontem, nem será semelhante ao amanhã. Para o bem e para o mal....

Num livro que acabei ontem intitulado "Carnaval no fogo, Crónica de uma cidade excitante demais" encontrei muitas vezes reflexões deste tipo que mostram que o Rio de Janeiro e os cariocas não foram sempre iguais ao que são hoje. Exemplo: o modo de vestir. Bom desde a carta de Pero Vaz de Caminha que sabemos que os portugueses encontraram indígenas felizes e nus e não descansaram enquanto não os vestiram à maneira europeia. Diz Ruy Castro, o autor do livro, que "o próprio carioca custou a desenvencilhar-se dos quilos de roupa que, contrariando a temperatura, lhe foram impostos pela tradição europeia."
Mas o mais surpreendente é que o autor conta que é em 1902 que um médico, o Dr Graça Couto, choca as famílias ao sair à rua com terno (fato) de linho branco e sapatos da mesma côr. Há cem anos portanto. E como era um influente cientista foi seguido pelos seus pares, ministros, juízes e outros ilustres cidadãos. Hoje, no reportório de uma criança portuguesa, esse fato de linho claro associa-se facilmente ao brasileiro. Mas nem sempre foi assim. Muitas outras imagens que temos do Rio são contextualizadas por Ruy Guerra, dando-nos elementos para percebermos o Carnaval, tão diferente no início, da descoberta das praias ou da evolução dos costumes que libertou os cariocas.

Ruy Castro, Carnaval no fogo: Crónica de uma cidade excitante demais, Rio de Janeiro, Companhia das Letras, 2003

IMAGENS FABRICADAS Num dos últimos dias da minha estadia no Rio de Janeiro um simpático motorista de táxi levou-me para o Centro fazendo um desvio para a traseira do Copacabana Palace. Objectivo? Mostrar-me como aquela zona fora diferente no fim do século XIX, princípio do século XX. De facto grandes fotografias nas paredes mostravam o Copacabana Palace junto ao mar, enquanto agora existe uma larguíssima avenida e o célebre calçadão. Aquele carioca estava fascinado pela diferença entre aquela Copacabana de casas baixas, de mar próximo, exprimindo o seu espanto sobre como foi possível ter-se modificado tanto a cidade. Nisso, a fotografia, tem um papel de detonador irresistível: ainda recentemente tive a mesma sensação sobre Lisboa numa exposição que referi aqui no blogger e que esteve no Convento das Bernardas. Assim se sugere aos amantes da fotografia que fixem o que é hoje: amanhã não será provavelmente e talvez o testemunho de cada um seja original, mesmo único.
 
José Carlos Abrantes | 8:32 da tarde |


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