quarta-feira, setembro 24, 2003
TELEVISÃO
Brasil: No Diário de Notícias de ontem refere-se a suspensão do programa "Domingo Legal" de uma estação de televisão brasileira, a SBT. No tarde de domingo, dia 7 de Setembro, ameaças de morte foram proferidas a entidades oficiais por criminosos que mais tarde, veio a saber-se, tinham sido proferidas por actores. Agora o responsável do programa, Gugu Liberato, deverá depor e pede-se uma punição exemplar. Uma das punições previstas será a retirada da concessão do direito de transmissão televisiva. Mas ninguém acredita. O correspondente do DN no Rio de Janeiro, Sergio Barreto Motta, dizia na segunda feira que essa hipótese "obviamente não irá occorre, porque o dono do SBT, Sílvio Santos, goza de grande prestígio no governo." É preciso melhrar a democracia no Brasil, se assim fôr. Mas se olharmos para a Europa não estamos melhores: basta ver a Itália de Berlusconi.
França: No ponto media de António Granado de sábado, no Público, pode ler-se que o programa Arrêt sur Images está ameaçado. Há um ano, estava eu em Paris e telefonei a Daniel Schneidermann pois no Domingo, à hora habitual , o programa não estava no ar. Daniel Schneidermann afastou a hipotese que eu coloquei (essa de o programa ter sido posto for a de grelha) com uma convicção que isso seria uma coisa impensável. Nesse caso era um erro meu provocado pela diferença horária ou pelo numero do canal de cabo, já não tenho a certeza. Mas afinal, até em França, o impossível acontece: a emissão de domingo passado foi desprogramada tendo Daniel Schneidermann aceite essa decisão ao que relata o Le Monde .
Daniel Schneiderman esteve duas vezes em Portugal: a primeira em Novembro de 1995, quando a emissão tinha começado, num Encontro Internacional de Educação para os Media, organizado pela Licenciatura em Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e, mais recentemente , na série de conferências Falar Televisão, em 1 de Julho de 2003 (tendo também feito uma intervenção nos Encontros da Arrábida desse ano, num curso organizado por Joaquim Vieira). Não verifiquei se a emissão se fez no último domingo, mas pela consulta da página do programa na internet, vê-se que não. Uma perda para os meus domingois, uma perda para a televisão e o conhecimento crítico dos media, apesar de algumas críticas que se poderiam fazer ao formato e ao animador, jornalista do Le Monde. Mas não serão as virtudes e os defeitos uma característica essencial da obra humana?
Brasil: No Diário de Notícias de ontem refere-se a suspensão do programa "Domingo Legal" de uma estação de televisão brasileira, a SBT. No tarde de domingo, dia 7 de Setembro, ameaças de morte foram proferidas a entidades oficiais por criminosos que mais tarde, veio a saber-se, tinham sido proferidas por actores. Agora o responsável do programa, Gugu Liberato, deverá depor e pede-se uma punição exemplar. Uma das punições previstas será a retirada da concessão do direito de transmissão televisiva. Mas ninguém acredita. O correspondente do DN no Rio de Janeiro, Sergio Barreto Motta, dizia na segunda feira que essa hipótese "obviamente não irá occorre, porque o dono do SBT, Sílvio Santos, goza de grande prestígio no governo." É preciso melhrar a democracia no Brasil, se assim fôr. Mas se olharmos para a Europa não estamos melhores: basta ver a Itália de Berlusconi.
França: No ponto media de António Granado de sábado, no Público, pode ler-se que o programa Arrêt sur Images está ameaçado. Há um ano, estava eu em Paris e telefonei a Daniel Schneidermann pois no Domingo, à hora habitual , o programa não estava no ar. Daniel Schneidermann afastou a hipotese que eu coloquei (essa de o programa ter sido posto for a de grelha) com uma convicção que isso seria uma coisa impensável. Nesse caso era um erro meu provocado pela diferença horária ou pelo numero do canal de cabo, já não tenho a certeza. Mas afinal, até em França, o impossível acontece: a emissão de domingo passado foi desprogramada tendo Daniel Schneidermann aceite essa decisão ao que relata o Le Monde .
Daniel Schneiderman esteve duas vezes em Portugal: a primeira em Novembro de 1995, quando a emissão tinha começado, num Encontro Internacional de Educação para os Media, organizado pela Licenciatura em Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e, mais recentemente , na série de conferências Falar Televisão, em 1 de Julho de 2003 (tendo também feito uma intervenção nos Encontros da Arrábida desse ano, num curso organizado por Joaquim Vieira). Não verifiquei se a emissão se fez no último domingo, mas pela consulta da página do programa na internet, vê-se que não. Uma perda para os meus domingois, uma perda para a televisão e o conhecimento crítico dos media, apesar de algumas críticas que se poderiam fazer ao formato e ao animador, jornalista do Le Monde. Mas não serão as virtudes e os defeitos uma característica essencial da obra humana?