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quinta-feira, agosto 14, 2003
IMAGENS: O OLHAR DE GALILEU

No Público de hoje, uma peça interessante sobre Galileu, um homem que revolucionou o nosso modo de pensar o mundo. E fê-lo com o olhar, através de um objecto técnico que aperfeiçoou: a luneta, percursora do telescópio.

"A 26 de Setembro de 1593, com 29 anos, é nomeado professor de Matemática na Universidade de Pádua, que depende de Veneza. Lá, o seu génio difunde-se. Durante 18 anos, vai multiplicar as descobertas fundadoras da física moderna: para além de demonstrar as leis da queda dos corpos, compreende a aceleração e a relatividade dos movimentos, trabalha em óptica, estuda os corpos flutuantes. Em cada domínio, aplica um método original, combinando experiências e cálculos teóricos, utilizando o que se tornou o método científico, que ainda hoje é a base da investigação científica."

(…)"O seu magro salário de professor não é suficiente. Faz então alguns biscates: traça horóscopos, inventa instrumentos de uso militar e marítimo que manda fabricar, vendendo a preços elevados o modo da sua utilização, desenha canhões, escreve um tratado sobre a melhor forma de construir fortificações. Estas actividades atraem uma clientela rica e os favores dos mais poderosos. O seu salário multiplica-se por vinte. Aconselha o doge de Veneza, forma generais e príncipes; a alta burguesia veneziana regala-se com o seu brio, com o seu humor e com os seus múltiplos talentos - Galileu é um homem de garra.

Dentro deste espírito mercantil, aperfeiçoa, em 1609, a luneta que importa da Holanda e, com a ajuda dos vidreiros de Murano, inventa o telescópio - que aumenta uma imagem entre 30 a 50 vezes, em vez de duas, como inicialmente. Tem 45 anos. É o apogeu da sua carreira e o começo dos dissabores.

Subitamente, Galileu vira o seu instrumento em direcção ao firmamento e descobre, maravilhado, um mundo desconhecido: a Via Láctea e a sua poeira de estrelas, os satélites de Júpiter, os relevos da Lua e as fases de Vénus.

Sempre cuidadoso com as relações públicas, oferece a luneta ao doge, dedica os satélites de Júpiter à família Médici e organiza sessões astronómicas no terraço da sua casa. Veneza inteira acorre, seguida de toda a Península Itálica, incluindo prelados como o poderoso cardeal Bellarmin, ou Christophe Clavius, líder dos jesuítas, que aliás apadrinham Galileu. "


Tudo isto mostra um investimento profissional invejável (como progredir sem este forte investimento?) e com elementos de publicitação que mostram a sagacidade do cientista.


Foi assim que em 7 Janeiro de 1610 Galileu apontou pela primeira vez a luneta em direcção dos astros. Falamos muito de Galileu, mas pouco do objecto que este aperfeiçoou e que ajudou a mudar a visão do mundo. A lua afinal não é um disco plano, tem rugosidades, montanhas, crateras, A via Láctea é formada de um multidão de pequenas estrelas, Júpiter esta acompanhado de 3 pequenos astros.

E, uma semana mais tarde, Galileu encontra um quarto planeta à volta de Júpiter.
Diz Galileu numa carta de 24 de Maio de 1610: "Apliquei a luneta sobre 100 mil estrelas e objectos diversos". E, um ano mais tarde, escreve: "De há dois anos para cá, fiz com o meu instrumento ou melhor com vários dos meus instrumentos, centenas ou milhares de experiências sobre centenas ou milhares de objectos próximos e longínquos, grandes e pequenos, luminosos ou obscuros, não percebo como alguem me poderia assim crer tão ingénuo que pudessse ter sido enganado pelas minhas observações."
(SICARD, 1998:67)

Ora, com a luneta, Galileu mostrou que a Terra era outra Lua, que a Lua era outra Terra, que outras luas e outras terras existiam no universo. E isto de uma maneira muito rápida pois as notícias, apesar de não haver televisão, espalharam-se de modo célere. Tudo por causa de um outro olhar, aliàs contestado por alguns, que não acreditavam que uma simples luneta pudesse ser tão fiel e fiável. Mas foi…
Há um belo poema de António Gedeão sobre Galileu. Mas não conhecendo versão na net, não posso, neste momento estar a reproduzi-lo….

Ver

SICARD, M., La fabrique du regard, Paris, Odile Jacob, 1998.

 
José Carlos Abrantes | 12:27 da tarde |


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