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sexta-feira, fevereiro 27, 2004
FOTOGRAFIA Breve cronologia

1816
Nièpce (F) realiza as primeiras experiências

1826
Niépce: 1ª prova fotoquímica

1829
Contrato de associação entre Niépce (que morre em 1839) e Daguerre (o daguerreotipo é o 1º nome oficial da fotografia)

1839
Em Julho, Arago anuncia a descoberta do daguerreotipo num discurso na Câmara dos Deputados. Bayard: faz 30 fotografias em papel positivo directo.

1841
O inglês Talbot inventa o calotipo, papel com imagem latente

1844
Primeiro livro de fotografia, Talbot "The pencil of nature"

1852
Londres: 1ª exposição inteiramente fotográfica

1853
Fundação da Sociedade Fotográfica de Londres

1854
Disderi regista a patente da carta de visita fotográfica

1855
Fenton: 1ªs fotografias da Guerra da Crimeia
1858
Nadar: 1ª fotografia aérea em balão.

1859
Exposição da SFde Fotografia conjuntamente com a pintura. Baudelaire, crítico de arte, faz um artigo desvalorizando a fotografia como arte.

1860
Os irmãos Bisson fazem um série sobre o Monte Branco e os seus glaciares.

1861
Nadar fotografa as catacumbas e esgotos de Paris (magnésio).
Brady e a sua equipa cobrem a Guerra da Secessão


1870
Fotos da Comuna de Paris são usadas pela polícia para a repressão

1873
1ª reprodução de uma fotografia na imprensa (Nova York, Daily Graph)

1878
Muybridge, invenção da cronofotografia, antepassado do cinema

1882
Bertillon (F) - 1º ficheiro antropométrico acompaanhado pelas fotografias

1888
Eastman(EUA): 1ºs aparelhos Kodak

1894
1ª exposição de arte fotográfica, Paris

1895
Irmãos Lumière: Cinematógrafo

1905
Abertura por Sieglitz , em Nova York da 1ª Galeria Fotográfica, Galeria 291

1907
Belin (F) põe a funcionar a belinografia (telefotografia)

1916
1º filme negativo côr feito pela Agfacolor(D)

1925
Comercialização da Leica

1926
O Metropolitan Museum of Art de Nova York começa a sua colecção de fotografias

1935
Farm Security Admnistration (FSA)

1947
Criação da agência Magnum. Invenção da Polaroid.

1950
Photokina em Colónia

1955
Exposição The Family of Man, no Moma, NY

1970
!a exposição Internacional de Fotografia em Arles, França.

1984
Missão Fotográfica da DATAR

Cronologia elaborada a partir de Rippol, Fredéric e Roux, Dominique, La Photographie, Toulouse, Les Essentiels Milan, 1993
 
José Carlos Abrantes | 6:44 da tarde | 0 comments
segunda-feira, fevereiro 23, 2004
IMAGEM DE PINTURA, IMAGEM DE CINEMA

A Rapariga com Brinco de Pérola, de Vermeer e de Peter Webber

A crónica de João Lopes no DN de sábado tinha como objecto o filme Rapariga com Brinco de Pérola, dirigido por Peter Webber. O filme baseia-se na vida de Vermeer , um pintor que morreu novo, que pintava poucos quadros e que só foi bastante reconhecido a partir do século XIX. De forma mais directa o filme resulta de um romance de Tracy Chevalier e tem para os portugueses um atractivo suplementar: o da fotografia ser feita por Eduardo Serra e de o filme ter sido nomeado para os Oscares nesse particular. Pessoalmente gosto muito da obra de Vermeer que alias incluia nos pintores que estudavamos na cadeira de Teoria e História da Imagem.

Segundo João Lopes a atracção de Vermeer pela jovem modelo de um dos seus quadros mais conhecidos vem ….”sublinhar o sentido de interdito que a criada instala na pintura de Vermeer. Mais do que aquela que ele não deveria pintar (em todo o caso, como único elemento humano de um quadro), ela é também uma personagem que o obriga a refazer a sua relação com a luz e a repensar a própria figuração do corpo.” Interessante que um outro interpele alguém, pela presença, obrigando a requacionar posicionamentos, valores, sentimentos ou opções estéticas que estavam solidificadas ou pareciam mais firmes, antes da relação.
 
José Carlos Abrantes | 4:24 da tarde | 0 comments
sábado, fevereiro 21, 2004
UMA IMAGEM, UM LIVRO

A capa do último livro de Antonio Tabucchi , “Está a fazer-se cada vez mais tarde”, da responsabilidade de Henrique Cayatte com a colaboração de Rita Múrias, é um atractivo, por si. Um homem e uma mulher, abraçados, presume-se que unidos por um beijo. Ela com um chapéu, um decote nas costas. O chapéu e o corpo da mulher impedem que se veja o rosto dele: sá as mãos, um braço, o casaco, um pedaço das calças, nos assinalam a figura masculina. A mulher além do vulto, do vestido preto, do decote, do chapéu branco apercebe-se num delicado gesto: com a mão, quase imperceptível, segura o chapéu. Uma foto que sublinha o título, “Está a fazer-se cada vez mais tarde”, que nos antecipa o prazer de uma leitura e que nos evoca a presença de um terceiro (o fotógrafo), aquele que captou um momento de intimidade e entrega. Momentos, como canta Pedro Abrunhosa. Uma capa deliciosa, subtil, para o texto das cartas que um homem envia a várias mulheres. São raros os casos em que o design do livro, nos antecipa o prazer de ler…Eis um.
 
José Carlos Abrantes | 1:14 da manhã | 0 comments
quinta-feira, fevereiro 19, 2004
CONGRESSO com Imagens

Já pode consultar as comunicacões aceites para o Congresso da SOPCOM que se realiza na Covilhã de 21 a 24 de Abril de 2004. Há uma mesa de Fotografia, Video e Cinema, outra de Estética, Arte e Audiovisual, além ainda de uma outra sobre Comunicação Audiovisual. Muitas outras mesas terão ainda assuntos conexos com a imagem.
 
José Carlos Abrantes | 4:16 da tarde | 0 comments
quarta-feira, fevereiro 18, 2004
DIREITO À IMAGEM

Segundo o Público de ontem, “um incidente que envolveu Manuel Maria Carrilho e um fotógrafo da revista "VIP", quando este procurava há dias fotografar a mulher do deputado com o filho de ambos, ilustra o conflito de interesses entre o direito à imagem e à informação .
 
José Carlos Abrantes | 12:13 da manhã | 0 comments
sexta-feira, fevereiro 13, 2004
IMAGEM Os modos de representação

A construção do olhar está pois ligada aos modos de representação. A relação de quem vê com a imagem atinge níveis mais complexos de compreensão quando, quem vê, pensa as imagens como representaçao e não como um véu transparente que nos mostra o mundo tal qual ele é. A imagem é sempre uma construção e, ter consciência dessa construção, pode representar uma mais valia individual e social.

As imagens arrastam em nós ilusões. De facto, esquecemos quase sempre que a imagem não é a realidade. Ao contrário das palavras as imagens têm algumas propriedades das coisas. Nas imagens podemos ver cores e formas que existem no objecto. A palavra tem uma relação arbitrária, convencional com a realidade. Urge por isso compreender que a imagem, mesmo se muito fiel à realidade, consubstancia um olhar particular sobre o objecto representado. Segundo Gombrich a imagem contém um lado espelho e um lado mapa. O lado espelho é o lado da analogia, da mimesis. O lado mapa é o lado das convenções, é o lado das linguagens que a representação em imagem sempre utiliza, em maior ou menor grau. É tarefa de quem educa dar a conhecer estes dois aspectos que podem ser claramente vistos numa fotografia datada de 1839. Numa vista do Boulevard du Temple tomada por Daguerre , tudo se pode ver com uma tal nitidez que espanta Samuel Morse, então em Paris. Tudo menos o movimento (Delpire e Frizot, I, 1989:12). De facto, só o que não mexe tem registo. Nenhuma pintura ou gravura pode pretender aproximar-se a este resultado, escreve Morse à família, pretendendo assim dar a ideia da objectividade essencial da fotografia. "

A originalidade da fotografia em relação à pintura reside, pois, na sua objectividade essencial, tanto assim que se chama, precisamente, "objectiva"ao conjunto de lentes que constituem o olho fotográfico substituto do olho humano. Pela primeira vez, entre o objecto inicial e a sua representação,apenas se interpõe um outro objecto. Pela primeira vez também, uma imagem do mundo exterior forma-se automaticamente, sem a intervenção criadora do homem, segundo um determinismo rigoroso. A personalidade do fotógrafo só entra em jogo pela escolha, a orientação, a pedadagogia do fenómeno e por muito visível que esteja na obra final, não figura nela na mesma qualidade que a do pintor" (Bazin, 1992:17).

Paradoxo: apesar desta objectividade essencial a imagem referida retira à representação fotográfica uma das características primeiras do mundo físico, a do movimento. Nesse conhecido daguerreótipo tudo fica registado, excepto o buliçoso movimento das carruagens e pessoas que o longo tempo de exposição não deixa registar. O único sinal humano é o homem que engraxa os sapatos, mesmo assim não fielmente reproduzido, pois as partes do corpo que se movem não foram também registadas com perfeição. A técnica, fonte de objectividade, reproduz, por um lado, com extrema fidelidade, por outro não consegue captar o movimento, característica essencial da vida humana. Na carta de Morse este refere: "Nulle peinture ou gravure ne peut prétendre s'en approcher [...]; en parcourant une rue du regard, on pouvait noter la présence d'une pancarte lointaine sur laquelle l'oeil arrivait à peine à distinguer l'existence de lignes ou de lettres, ces signes tant trop menus pour qu'on puisse les lire à l'oeil nu. Grace à l'aide d'une lentille puissante, dirigée sur ce détail, chaque lettre devenait clairement et parfaitement lisible, et il en était de même pour les plus miniscules bréches ou fissures sur les murs du bâtiment, et sur les pavés de la rue." (Delpire e Frizot, I, 1989: 12). Morse explica depois que, pelo contrário, os objectos em movimento não deixam qualquer traço.

É assim com a imagem: há aspectos que são idênticos à realidade, outros que dela se afastam. Seja pela técnica, seja pela codificação, seja pela linguagem utilizada. Poder-se-ia dizer: mas neste caso existe uma limitação técnica (o elevado tempo de pose) que determina a transformação de uma realidade em movimento numa imagem sem vida, sem o cheiro da vida citadina que os homens criaram. É verdade mas as limitações e as potencialidades técnicas impregnam as representações. Uma imagem parece-se com a pessoa ou o objecto, mas dela se afasta pela concepção estética de quem a fabrica. O cheiro de uma pessoa não pode ser captado pela objectiva nem a dimensão de um objecto se encontra devidamente representada no tamanho de uma fotografia.

 
José Carlos Abrantes | 10:35 da tarde | 0 comments
terça-feira, fevereiro 10, 2004
OLHAR História do olhar

O olhar tem sido historicamente construído. Hoje não vemos o mesmo que ontem, amanhã veremos diferente de hoje. E isto não apenas pela mutação do mundo visto. Também porque os nossos modos de ver se alteram, se ajustam a novos enquadramentos tecnológicos, se modificam por concepções epistémicas que se vão sucedendo no tempo ou, mesmo, apenas, por mudanças psicológicas ou de estados de alma.

O renascimento procurou ver como o olho humano via. Tal atitude mostrou um mundo diferente pela criação de regras de representação em perspectiva até entao desconhecidas. Mas não foi apenas a técnica de representação que mudou. Mudou também o que passou a ser representado. As cartas do mundo foram-se tornando mais precisas pois as costas foram sendo esquadrinhadas pelos marinheiros. Veronese foi chamado à Inquisição por nos seus quadros representar criados e cães, ausentes da pintura de então. Veronese defendeu-se. "Pinto o que vejo", respondeu. Só que, até então, os pintores não representavam o que viam nem como viam.

Sabemos também como a fotografia, surgida na primeira metade do século XIX, alterou os modos de ver, dando uma objectividade nunca vista às representações da realidade; como Manet, o impressionismo e o post-impressionismo deram vida a novos modos de representação; como o cinema, criou lentamente uma linguagem, primeiro visual, depois também sonora, para exprimir pontos de vista, movimentos, realidades e ilusões. Temos presente como a arte do século XX foi privilegiando a expressão, a performance, o objecto quotidiano, dando origem a novos olhares do lado dos criadores, mas influindo também na criação dos gostos dos públicos.

Esta breve passagem pela dimensão historica do olhar tem, obrigatoriamente, que referir os olhares que a televisão forjou. "A TV não é o espelho da sociedade: a televisão é a Casa dos Espelhos da sociedade - tanto mostra o que é como é, como aumenta, desfigura, ridiculariza-se, ridiculariza-nos, brinca, desforma, inventa, ficcionaliza." (Torres, 2000). Os olhares do design, da BD, das webcam, das imagens virtuais mostram como os recentes dispositivos vão construindo novas formas de ver.
 
José Carlos Abrantes | 11:00 da tarde | 0 comments
segunda-feira, fevereiro 09, 2004
DOCUMENTÁRIO Ciclo Nicolas Philibert

A excelência do documentário

Hoje SEGUNDA-FEIRA dia 9 de FEVEREIRO às 21 Horas, no
(Instituto Franco-Português ˆ Av. Luís Bívar, 91, em Lisboa).

O filme a exibir é ANIMAL, ANIMAIS (1994, 59 mn, 35mm, côr)
Prémio do Melhor filme de Investigação, Festival dei Popoli (Florence) 1994
Prémio Okomedia (Frankfurt) 1995

Rodado entre 1991 e 1994 durante a renovação da hoje Galeria da Evolução (antiga Galeria Zoológica do Museu de História Natural de Paris). Animal, Animais põe em evidência um acervo de milhares de animais, embalsamados, que até então se encontravam “esquecidos” num qualquer lugar escondido e sombrio. Sob o olhar exterior, divertido e “bisbilhoteiro” do realizador aqueles animais ganham uma outra vida...
Como nas sessões anteriores haverá convidados. Nesta vamos ter Bernard Chevassus-au-Louis (presidente do Museu Nacional de História Natural de Paris) que falará do Museu, da sua história e dos seus desafios e Galopim de Carvalho que foi Director do Museu Nacional de História Natural, que fará o comentário ao filme.


A Galeria Zoológica do Museu de História Natural de Paris (hoje rebaptizada Galeria da Evolução) encontrava-se fechada ao público há um quarto de século, deixando na penumbra e no esquecimento dezenas de milhares de animais: Mamíferos, peixes, répteis, insectos, batráquios, aves, crustáceos, etc.. Rodado durante o periodo de renovação (de 1991 a 1994) , o filme conta a metamorfose desse lugar e a ressurreição dos seus estranhos habitantes.


Segunda-feira dia 16 de Fevereiro às 21h

"A Cidade Louvre" com Simoneta Luz Afonso (Conservadora do Museu da Assembleia da República e gestora cultural) como convidada.

Todos os filmes são legendados em português.

Organização: Instituto Franco-Português e José Carlos Abrantes


A partir das 19h.30,

a cafetaria do Institut Franco-Portugais propõe-vos jantar antes da projecção a um preço especial de

8,50 euros (prato, sobremesa, vinho, café)

reservas : (Guilherme 21 311 14 00


NA SESSÃO ANTERIOR

O auditório do Instituto Franco-Português voltou a encher dia 2 de Fevereiro, para se assistir à exibição do segundo filme do Ciclo Nicolas Philibert, A Excelência do Documentário, ou seja, "A menor das coisas" que nos levou pela vida no interior da clínica psiquiátrica La Borde durante a preparação e representação de Opereta, uma peça de Witold Gombrovitz. Foram convidados da noite Eurico de Figueiredo (prof. catedrático de Psiquiatria da Univ. Porto) e J.G. Sampaio Faria (psiquiatra e presidente do Ramo Português da Assoc. Mundial de Reabilitação Psicossocial). Depois das boas-vindas a cargo de José Carlos Abrantes, Eurico de Figueiredo, fez uma pequena introdução com uma breve história da psiquiatria até à data em que o filme foi realizado, guardando o restante da sua intervenção para o debate que teve lugar após a projecção com os comentários de Sampaio Faria e Eurico de Figueiredo e a conversa com o público.

 
José Carlos Abrantes | 11:50 da manhã | 0 comments
sexta-feira, fevereiro 06, 2004
BANDA DESENHADA

Recebi do CITEN e divulgo

Estão abertas as Inscrições |até 25 de Fevereiro| para o

Workshop de Banda Desenhada #2 do
Centro de Imagem e Técnicas Narrativas

Formador: Richard Câmara
Pré-inscrições: até 25 de Fevereiro
Entrevistas de selecção: 26 de Fevereiro
Data de realização: Feveiro / Março
Horário: a definir
Participantes: de 12 (mínimo) a 18 (máximo)
Propina: 150€
Duração: 32h. - Mensal
|Está programada uma série de 6 workshops, com a duração de um mês cada, a realizar em 2004|



Programa do 2º workshop:
A história do Capuchinho ao Quadrado (BD e a simultaneidade): Com base na experiência obtida pelo próprio autor no seu livro sobre o Capuchinho Vermelho, cada página da BD corresponde a um mesmo momento do conto que nos permite ver simultaneamente o que cada uma das quatro personagens está realmente a fazer...



Para mais informações, contacte-nos via e-mail, telefone ou fax:
TEL: 21 782 35 05
FAX: 21 782 30 18
E-mail: citen@gulbenkian.pt


Cátia Salgueiro e Inês Lampreia
(CITEN - Produção Executiva)
 
José Carlos Abrantes | 6:30 da tarde | 0 comments
quinta-feira, fevereiro 05, 2004
DOCUMENTARIO

"Simplesmente um gesto" é o título que a cassete do filme "La moindre des choses" trazia, afastando-se assim da tradução literal. Uma expressão bem interessante pois o filme esta prenhe de gestos, de sugestões de gestos, de gestos potenciais. Como aquele de um dos residentes que faz vários depoimentos e que em determinada altura diz: “Eu adoraria filmar”. Será que educadores e outros tecnicos, professores e animadores culturais se dão conta da imensa potencialidade de gestos que a filmagem encerra? Cada um de nós tem a sensação que a nossa vida daria um filme. Nem todos com qualidade para obter um financiamento pelo ICAM. Mas alguns trariam seguramente um capital expressivo, uma força de vida irrepetíveis.
 
José Carlos Abrantes | 12:25 da manhã | 0 comments
quarta-feira, fevereiro 04, 2004
PERCEPÇÃO

Num Dicionário de Psiquiatria podem encontrar-se contributos interessantes para o domínio da imagem, nomeadamente em relação a conceitos como percepção.
 
José Carlos Abrantes | 11:52 da tarde | 0 comments
terça-feira, fevereiro 03, 2004
DOCUMENTÁRIO A menor das coisas

No debate sobre o filme A menor das coisas, de Nicolas Philibert, que acabou há pouco no IFP, Eurico de Figueiredo salientou que o filme deveria ter sido objecto da discussão enquanto filme e não apenas como testemunho de uma terapêutica psiquiátrica. Salientou, por isso que deveria ter estado presente um crítico de cinema.

Na ausência de um crítico procurei salientar um dos aspectos mais interessante deste documentário: o modo como este usa os olhares na construção da narrativa. Muitas vezes os olhares dos personagens estão perdidos em si mesmos, outras cruzam-se numa tarefa (como o ensaio de uma música) ou numa cumplicidade. Por vezes o olhar interroga-nos: num depoimento um dos residente da clínica psiquiátrica de La Borde diz-nos apontando-nos, que se ali esta é por culpa de nós, da sociedade em geral, diz. Não pude deixar de recordar aquele outro plano, do filme de Porter, logo no início do cinema, em que um assaltante apontava a arma à assistencia, assustando, na altura, os cinéfilos. Aqui somos apenas interpelados. Aí o residente olha a câmara. Como em muitas outras ocasiões, aliás. Nicolas Philibert mostra essa relação entre o seu olhar (que filma) e olhar de quem é filmado. Numa delas um residente afirma claramente o seu contentamento por estar a ser filmado, o mesmo, mais à frente, vem, de bicicleta, a pedalar até parar mesmo perto da câmara. Outro, ao ser chamado para se vestir, atrás de um biombo, para a representação, sai de campo, mas diz…até já, afirmando essa consciência das filmagens. Uma outra, que antes fizera o desenho, num diálo sobre um cartaz que for a a sua criação afirma ser ela agora que está em pose. Um outro residente interpela Nicolas duvidando que ele esteja a filmar, pois diz, não se houve barulho. Em suma, Nicolas Philibert mostra-nos duas consciências, dois olhares: o seu olhar e o olhar daqueles que filma. E, com esta técnica narrativa e outras, mostra-nos um olhar diferente, um olhar sobre o não visto, pois nenhum de nós vê como o outro. Dei como exemplo, na sessão, o olhar que abrimos sobre o Tejo, nos últimos anos, graças aos espaços reaproveitados do Parque das nações, do Jardim do Tabaco e das Docas. Mesmo a zona de Sta Apolónia, digo agora, como os cais, o Lux, a Bica do Sapato. Olhares que se abriram, permitindo-nos desfrutar, com os outros, algo que estava mais escondido, mesmo imperceptivel antes.

Sampaio Faria, o outro comentador, questionado por uma intervenção de Miguel Falcão, insistiu muito no facto de, actualmente, a tendência ser para re-habilitar não no interior dos hospitais ou das clínicas mas no seio da sociedade pois o isolamento artificializa (aspecto que também tinha sido referido por Eurico de Figueiredo no seu interessante retrato da evolução histórica da psiquiatria). E por último, José Medeiros Ferreira reflectiu também sobre o significado de uma frase, dita por um residente, quase no fim do filme. Este afirma que “se sente seguro pois estamos entre nós”….JMF interrogou-se sobre se isto não era afinal uma segregação, abrindo com a pergunta o argumento que dá justificação a esta tendência de procurar tirar para fora das instituiçoes os que antes nela eram internados, muitas vezes, por toda a vida. Agora andamos todos na rua, tinha antes dito Eurico de Figueiredo. De menino e de louco, todos temos um pouco, diz a sabedoria popular…

Enfim..imagens, sons e palavras que nos permitiram olhar-nos, olhar as nosssa perplexidades, as nossas interrogações. Olharmo-nos…

Como disse Nicolas Philibert "Um filme sobre a loucura? Certamente que não. Sobre a psiquiatria? Ainda menos! O teatro? Um pretexto... Mais que um filme sobre, eu fiz um filme com e graças a: com "loucos", e graças à [clínica psiquiátrica] La Borde. Se é preciso definir o assunto eu diria que é um filme que fala do que nos liga ao outro, da nossa capacidade - ou incapacidade - em dar-lhe um lugar. E, finalmente, do que o outro, na sua estranheza, nos pode revelar de nós próprios..."

É essa a aventura de viver, julgo.
 
José Carlos Abrantes | 1:32 da manhã | 0 comments
DOCUMENTÁRIO A menor das coisas

No debate do filme A menor das coisas de Nicolas Philibert, que acabou há pouco no IFP, Eurico de Figueiredo salientou que o filme deveria ter sido objecto da discussão enquanto filme e não apenas como testemunho de uma terapêutica psiquiátrica. Salientou, por isso que deveria ter estado presente um crítico de cinema. Na auséncia de um crítico procurei salientar um dos aspectos mais interessante deste documentário: o modo como este usa os olhares na construção da narrativa. Muitas vezes os olhares dos personagens estão perdidos em si mesmos, outras cruzam-se numa tarefa (como o ensaio de uma música) ou numa cumplicidade. Por vezes o olhar interroga-nos: num depoimento um dos residente da clinica psiquiátrica de La Borde diz-nos que se ali esta é por culpa de nós, apontando-nos, da sociedade em geral, diz. Não pude deixar de recordar aquele outro plano, do filme de Porter, logo no incio do cinema, em que um assaltante apontava a arma à assistencia, assustando na altura os cinéfilos. Aqui somos apenas interpelados. Aí o residente olha a câmara. Como em muitas outras ocasiões, aliás. Nicolas Philibert mostra essa relação entre o seu olhar (que filma) e olhar de quem é filmado. Numa delas um residente afirma claramente o seu contentamento por estar a ser filmado, o mesmo, mais à frente, vem, de bicicleta, pedalando até parar mesmo perto da câmara. Outro, ao ser chamado para se vestir, atras de um biombo, para a representação, sai de campo, mas diz…até já, afirmando essa consciência das filmagens. Uma outra, que antes fizera o desenho, num diálo sobre um cartaz que for a a sua criação afirma ser ela agora que está em pose. Um outro residente interpela Nicolas duvidadando que ele esteja a filmar, pois diz, não se houve barulho. Em suma, Nicolas Philibert mostra-nos duas consciências, dois olhares: o seu olhar e o olhar daqueles que filma. E, com esta técnica narrativa e outras, mostra-nos um olhar diferente, um olhar sobre o não visto, pois nenhum de nós vê como o outro. Dei como exemplo, na sessão, o olhar que abrimos sobre o Tejo, nos últimos anos, graças aos espaços reaproveitados do Parque das nações, do Jardim do Tabaco e das Docas. Mesmo a zona de Sta Apolónia, digo agora, como os cais, o Lux, a Bica do sapato. Olhares que se abriram, permitindo-nos desfrutar, com os outros algo que estava mais escondido, mesmo imperceptivel antes.
Sampaio Faria, o outro comentador, questionado por uma intervenção de Miguel Falcão, insistiu muito no facto de, actualmente, a tendência ser para rehabilitar não no interior dos hospitais ou das clinicas mas no seio da sociedade pois o isolamento artificializa (aspecto que também tinha sido referido por Eurico de Figueiredo no seu retrato da evolução histórica da psiquiatria). E por ultimo, José Medeiros Ferreira reflectiu também sobre o significado de uma frase, dita por um residente, quase no fim do filme. Este afirma que “se sente seguro pois estamos entre nós”….JMF interrogou-se sobre se isto não era afinal uma segregação, dando assim justificação a esta tendência de procurar tirar para for a das instituiçoes os que antes nela eram internados muitas vezes por toda a vida. Agora andamos todos na rua, tinha antes dito Eurico de Figueiredo. De menino e de louco, todos temos um pouco…
Enfim..imagens, sons e palavras que nos permitiram olhar-nos, olhar as nosssa perplexidades, as nossas interrogações. Olharmo-nos…
Como disse Nocolas Philibert "Um filme sobre a loucura? Certamente que não. Sobre a psiquiatria? Ainda menos! O teatro? Um pretexto... Mais que um filme sobre, eu fiz um filme com e graças a: com "loucos", e graças à [clínica psiquiátrica] La Borde. Se é preciso definir o assunto eu diria que é um filme que fala do que nos liga ao outro, da nossa capacidade - ou incapacidade - em dar-lhe um lugar. E, finalmente, do que o outro, na sua estranheza, nos pode revelar de nós próprios..."

É essa a aventura de viver, julgo.
 
José Carlos Abrantes | 1:32 da manhã | 0 comments
segunda-feira, fevereiro 02, 2004
DOCUMENTARIO A Menor das Coisas, de Nicolas Philibert


"Um filme sobre a loucura? Certamente que não. Sobre a psiquiatria? Ainda menos! O teatro? Um pretexto... Mais que um filme sobre, eu fiz um filme com e graças a: com "loucos", e graças à [clínica psiquiátrica] La Borde. Se é preciso definir o assunto eu diria que é um filme que fala do que nos liga ao outro, da nossa capacidade - ou incapacidade - em dar-lhe um lugar. E, finalmente, do que o outro, na sua estranheza, nos pode revelar de nós próprios..." (Nicolas Philibert).

Prossegue o Ciclo Nicolas Philibert.

Hoje, dia 2 de Fevereiro 2004 às 21 horas "A menor das coisas"


Depois de "O país dos surdos" exibido com sala completamente cheia, dia 26 de Janeiro é a vez de descobrirmos

"A menor das coisas" na próxima
SEGUNDA-FEIRA dia 2 de FEVEREIRO
às 21 horas no auditório do Instituto Franco-Português

Os convidados são Eurico de Figueiredo (prof. catedrático de Psiquiatria da Univ. Porto)
e J.G. Sampaio (psiquiatra e presidente do Ramo Português da Associação. Mundial de Reabilitação Psicossocial)


"A Menor das Coisas" , França, 1996, 105 mn, 35mm/côr
Selecção Oficial no Festival de Locarno, 1996 (fora de competição)
Grande Prémio dos Encontros Internacionais de Cinema em Paris, 1996
Prémio do Público no Festival Internacional de Cinema e dos Novos Media (Montréal) 1997
Prémio do Melhor Documentário no Festival do Filme de Potsdam, 1997
Prémio Especial do Júri do 11º Festival Internacional do filme antropológico de Pârnu (Estonie) 1997.
Grande Prémio do Festival Amascultura (Lisboa) 1997.
Golden spire do Festival Internacional de São Francisco, 1998.



Está-se no Verão de 1995. Na clínica psiquiátrica La Borde prepara-se a peça de teatro que será apresentada a 15 de Agosto. É já uma tradição. Ao longo dos ensaios o filme mostra os altos e baixos de mais esta aventura. Para além do teatro conta-se também a vida daquela casa, o quotidiano, o tempo, os pequenos nadas, a solidão e a fadiga, mas também os momentos de alegria, os risos, o humor de alguns dos seus habitantes, e a profunda atenção que cada um presta ao outro...

Entrada livre
Co-organização: Instituto Franco-Português e José Carlos Abrantes

Poderá jantar na Cafetaria do Instituto a partir das 19h30.
Prato, sobremesa, vinho e café: 8,5 •
Marcações: 21 311 14 00 (Guilherme).

 
José Carlos Abrantes | 7:22 da tarde | 0 comments
DOCUMENTÁRIO A excelência do documentário

Desejo chamar a atenção para o facto de ter estreado, 5a feira, dia 22, no Cinema El Corte Ingles (e tb no Porto e em Faro), o filme Ser e Ter, de Nicolas Philibert, um filme sobre um professor do 1º ciclo numa classe da Auvergne (França) filme que se pode caracterizar como uma narrativa sobre o que é a aprendizagem e as suas dificuldades.

Julgo que são raros os momentos de partilha, no espaço público, das questões pedagógicas a partir de imagens. Julgo por isso que a passagem deste filme encerra uma oportunidade de pôr em comum algumas preocupações, convicções ou interrogações que professores e pais vivem neste Portugal agitado pela febre mediática dos escândalos polticos e sociais. Sugiro por isso que, caso concorde, chame a atenção de cineastas e cinéfilos, professores, alunos ou familares e amigos para o interesse em ver e discutir o filme referido.

Assinalo também o ciclo que está a decorrer no Institut Franco Portugais, com filmes do mesmo realizador, ciclo que terá lugar nos dias 2, 9 e 16 de Fevereiro (em 26 de Janeiro foi exibido O país dos surdos) .
 
José Carlos Abrantes | 7:16 da tarde | 0 comments