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terça-feira, dezembro 30, 2003
RECEPÇÃO

A citação de ontem era de um conto de Machado de Assis O Segredo do Bonzo: Capítulo inédito de Fernão Mendes Pinto (in Machado de Assis, Missa do Galo e outros contos, S. Paulo, Landy Editora, 2000). Vale a pena regressar a este pequeno texto que equaciona algumas das questões que as actuais teorias da recepção contemplam.

O narrador, com Diogo Meireles, estão na cidade de Fuchéu, capital do reino de Bungo, no ano de 1552. Ambos encontram um ajuntamento de cem pessoas que ouvem um orador a discorrer sobre a origem do grilos, originado, segundo este, do ar e das folhas de coqueiro. A multidão aclama-o: "Patimau, Patimau, que descobriu a origem dos grilos", gritam. A pouca distância outro orador descobrira o princípio da vida futura (depois da destruição da terra): uma certa gota de sangue de vaca. O mesmo sucesso. Depois disto os dois, com Titané, vão ter com o bonzo, um velho de cento e oito anos, para saber se os dois oradores anteriores estariam a espalhar alguma doutrina por este inventada. O bonzo, de nome Pomada, explica entre outras coisas que o conhecimento tem um sentido social (“se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todo o contacto com outros homens, é como se eles não existissem.”) e também que há como que dualidade nas coisas pois “a virtude e o saber têm duas existências, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou o contemplam.” Machado de Assis põe na boca do bonzo os princípios da actividade de quem recebe, de quem lê, vê ou ouve: “Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se, ninguém os vir, nao valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espectáculo sem espectador.” Mais á frente o bonzo Pomada vai descobrir um princípio que os programadores de televisão e uma parte da classe política consagraram nos últimos tempos: “…se uma coisa pode existir na opinião, sem existir na realidade, e existir na realidade, sem existir na opinião, a conclusão que das duas existências paralelas a única necessária é a da opinião…”. Para não me alongar demasiado, refiro que Diogo Meireles, no conto, vai tratar de uma singular doença, a doença dos narizes, que cresciam e "tomavam metade e mais da cara do doente". Diogo Meireles quer desnarigar os infelizes, que não aceitam ficar sem penca. Mas o sucesso de Diogo Meireles chega quando este os convence que extirpa o nariz doente e o substitui por um nariz metafísico, inacessível aos sentidos. Diz Machado de Assis: “nenhuma outra prova quero da eficácia da doutrina e do fruto dessa experiência, senão o fato de que todos os desnarigados de Diogo Meireles continuaram a prover-se dos mesmos lenços de assoar.”
 
José Carlos Abrantes | 4:34 da tarde | 0 comments
segunda-feira, dezembro 29, 2003
RECEPÇÃO

"Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espectáculo sem espectador."

Machado de Assis
 
José Carlos Abrantes | 11:52 da tarde | 0 comments
sexta-feira, dezembro 26, 2003
CINEMA: a excelencia do documentario

No dia 22 de Janeiro vai estrear o filme L etre et l’avoir de Nicolas Philibert. Trata-se de um documentario sobre um professor primario frances que ensina os alunos desde a 1a a 5a classe (o primeiro ciclo frances tem 5 classes, em Portugal existem apenas 4). O filme, um documentario, teve grande sucesso em Franca onde estreou em 2002, ao ponto de o professor exigir agora participacao nas grandes receitas que o filme gerou.

A embaixada francesa vai exibir alguns dos outros filmes de Nicolas Philibert, nomeadamente

Dia 26, Au pays des sourds
um filme sobre o universo das pessoas surdas, a linguagem gestual e a aprendizagem da fala oral.

Dia 2 de Fevereiro, La moindre des choses,
um filme sobre a vida dos internados na clinica psiquiatrica de La Borde.

Dia 9 de Fevereiro, Un animal, des animaux
sobre a reabertura da Galeria de Zoologia do Museu de Historia Natural de Paris.

Dia 16 de Fevereiro, La ville Louvre
Sobre a actividade que os visitantes do museu nao veem quando os trabalhadores transportam os quadros ou planeiam o local onde estes devem ser exibidos

Sempre pelas 21h no Institut Franco-Portugais, 91 Avenida Luis Bivar,
sendo os filmes legendados em portugues (do brasil).

 
José Carlos Abrantes | 5:08 da tarde | 0 comments
quinta-feira, dezembro 18, 2003
ANIM

O Anim é o arquivo nacional das imagens em movimento. Depende da Cinemateca e, por isso, as imagens de cinema têem sido prioritárias na sua política e no seu objecto.

Um site ANIM

Um artigo Sem memória
 
José Carlos Abrantes | 1:09 da manhã | 0 comments
segunda-feira, dezembro 15, 2003
CINEMA

Antes de o cinema ser cinema o homem tentou por muitas formas dar movimento às imagens. Ha uma descrição de uma lanterna mágica feita em 1761 por Athanase Kircher. Mas é no século XIX que um inglês, Peter Mark Roget estabelece, numa tese académica, como se processa a observação corrente e fixa o conceito da persistência retiniana no que respeita aos objectos que se movem (o título do seu trabalho era "The Persistence of vision with regard to moving objects").

Por outro lado, na fotografia , Eadweard Muybridge vai-se interessar pela locomoção animal fazendo um livro com esse título. Em 1877 usa 24 câmaras para filmar um cavalo a correr provando, com uma das fotografias, que, em determinado momento, o cavalo a galope tem as 4 patas levantadas do chão.

Em França, Etienne Jules Marey, médico, trabalha também a cronofotografia usando uma "espingarda" fotográfica (12 tomadas de vista por segundo) o que lhe permite fotos de movimentos não vistos a olho nu (no voo de uma ave, numa bola de ping pong que saltita, por exemplo).



Dois sites

Eadweard Muybridge

Etienne Jules Marey
 
José Carlos Abrantes | 11:54 da tarde | 0 comments
sexta-feira, dezembro 12, 2003
ESCOLA

Ocupar-se-à a escola actual da imagem, das imagens?
Todos os professores sabem que se ocupam de imagens. Ocupam-se das imagens mentais que os alunos trazem quanto atravessam os portões das escolas, preocupam-se com as imagens mentais com que os alunos saem dos portões das escolas. E sabem que essas imagens se relacionam com conceitos, com as aprendizagens, mas também com exemplos humanos, com valores.

Ocupam-se também, por acção ou omissão, da imagem da escola que a comunidade constrói, da imagem dos professores que os parceiros da escola interiorizam. Numa obra que coordenei pude escrever na introdução: "Sabia que uma aluna de uma escola de Setúbal ganhou um prémio de excelência em Tóquio, por ter imaginado um invento para um jardim infantil?
Acredita que uma professora de uma escola de Elvas foi a Chicago apresentar um projecto sobre a Rota do Café na sua cidade, numa reputada conferência internacional sobre ambiente?

Imagina que um livro, de excelente recorte gráfico, foi feito a partir de um trabalho de uma escola de Lisboa, tendo envolvido alunos (e alguns avós!) na recolha de informação?" (Abrantes, 1994). Ora mesmo que os professores saibam da existência desta e doutras iniciativas a imagem social da escola aparece frequentemente desvalorizada. Existe aqui um primeiro terreno óbvio, urgente, para a intervenção da escola e dos professores.

Mas se as imagens mentais são um primeiro território onde se cruza o esforço diário dos professores, quer na sua interiorização individual e de grupo, quer na sua construção social, outros existem não menos urgentes. As imagens atravessam o quotidiano dos alunos, dos professores, dos cidadãos. Que imagens? As imagens dos manuais escolares, as que publicitam os produtos de que temos mais ou menos necessidade, as imagens de informação, de desporto ou ficção que as televisões fazem passar ininterruptamente, as imagens inteiramente fabricadas nos computadores que não existem em lugar algum da realidade, as imagens médicas que ditam a nossa saúde ou a nossa doença.

Como deve a escola ocupar-se da imagem, destas imagens?
São múltiplos os pontos de entrada para a ecologia da imagem ter contributos da escola. Limitemo-nos a considerar seis eixos possíveis de orientação.

Primeiro: a melhor compreensão da imagem passa pelo contexto da sua fabricação, pelo entendimento da sua génese, da sua história e das suas estórias.

Segundo: a relação da imagem com quem vê implica uma forte atenção à representação, aos modos de representar a
realidade.

Terceiro: são múltiplos os olhares que se forjam na relação de quem vê com o que é visto.

Quarto: A imagem provoca no olhar humano tranformações radicais por causa dos dispositivos técnicos que as fabricam e dos efeitos de transformação crítica que estes têm com os modos de ver.

Quinto: agir sobre as imagens é uma tarefa importante para os tempos de hoje.

Sexto: a cultura visual pode ser um dado positivo que marcou e marcará fortemente o século que estamos a ajudar a chegar a termo.

In ABRANTES, Jose Carlos, Breves contributos para uma ecologia da imagem
(texto consultavel em Biblioteca On -line de Ciencias da Comunicacao)

ver tb
ABRANTES, Jose Carlos (Org.), "A outra face da escola", Lisboa, Ministério da Educação, 1994.
 
José Carlos Abrantes | 12:17 da tarde | 0 comments
quarta-feira, dezembro 10, 2003
HALL, Stuart

Um dos fundadores dos cultural studies. Um seu artigo intitulado Encoding/Decoding, escrito em 1973, vai exercer uma forte influência nas investigações sobre televisão.

No processo de comunicação televisiva, diz Stuart Hall, a audiência é ao mesmo tempo receptor e fonte de mensagens, ou melhor, o processo de comunicação envolve um encoding (feito pelo emissores) e um decoding (feito pelos receptores). Hall chamou a atenção para as significações preferenciais que as mensagens televisivas procuram induzir.

Assim o autor tipifica 3 tipos de descodificação a que o receptor se entrega:

1) descodificação dominante/hegemónica – o receptor descodifica a mensagem nos exactos termos em que esta foi codificada; o espectador está a usar o código dominante, a comunicação é transparente, as audiências apropriam a significação preferencial oferecida pelo texto;

2) descodificação negociada: existe aceitação da codificação dominante /hegemónica mas esta descodificação negociada implica adaptação, negociação de sentido tendo em atenção o sujeito. Esta posição é uma mistura de adaptação e de oposição aos códigos dominantes.

3) descodificação oposicional quando o significado preferencial é compreendido, mas reconstruído por quem vê, a partir de concepções, atitudes e valores alternativos. Trata-se de uma visão oposta, por exemplo, fala-se no interesse do país mas o espectador descodifica focalindo no interesse de classe dos trabalhadores ou o interesse dos ricos.
 
José Carlos Abrantes | 9:35 da tarde | 0 comments
terça-feira, dezembro 09, 2003
CINEMA EM PORTUGAL

Fui interpelado pelo mais activo comentador deste blog sobre a data de inicio do cinema em Portugal. Segundo Luís de Pina, na sua história do cinema em Portugal, em lisboa teriam sido apresentadas imagens de cinema em 1895, no ano em que os Lumiére fizeram a primeira apresentação em Paris, no Grand Café. Mas é no ano de 1896 que a adesao do público se torna entusiasta às imagens animadas, exibidas no Real Coliseu da Rua da Palma, por Edwin Rousby que exibe imagens de operadores londrinos ao serviço de um percursor inglês, Robert-William Paul.
Mas se consideramos outro critério que não o da exibição pública teremos que considerar Aurélio da Paz dos Reis, cidadão do Porto, fotógrafo, floricultor, adepto da República, revolucionário do 31 de Janeiro, como o primeiro homem que fabricou filmes em Portugal logo em 1896.

"No ano de 1896 os portugueses passam a conhecer as imagens animadas em sessões realizadas em Lisboa e no Porto. Aurélio da Paz das Reis assistiu a uma dessas sessões. O fascínio provocado por este invento levou-o a França para comprar uma máquina semelhante. Para a compra do aparelho e realização de filmes associou-se a António da Silva e Cunha e ao seu cunhado Francisco Fernandes Magalhães Basto Júnior. Consta que Paz dos Reis possuía boas relações com os irmãos Lumière, mas não as suficientes para convencê-los a vender um exemplar do cinematógrafo. Ainda hoje é uma incógnita quem terá sido o fabricante que lhe vendeu a máquina. Sabe-se que Paz dos Reis regressou ao Porto pronto para fixar momentos da Invicta e do país em geral. O primeiro filme a ser rodado foi a "Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança". Seguiram-se outros filmes destacando-se "O Vira" de Paz dos Reis que é bastante inovador para a época, pois foi a primeira fita a ser filmada sem luz solar em Portugal, uma condição que era aliás essencial na altura para os trabalhos de filmagem.

A 12 de Novembro de 1896 tem lugar a sessão inaugural da apresentação de motivos portugueses no Teatro Príncipe Real (actual Sã da Bandeira), tendo sido a última no dia 28 de Dezembro, no Teatro Afonso. No intervalo do 2º para o 3º acto de uma companhia de Zarzuelas - opereta cómica - são projectados os filmes do "Kinetografo" de Paz dos Reis.

"A saída ' do Pessoal Operário da Fábrica Confiança", "Jogo do Pau", "Chegada de Um Comboio Americano" e a "Rua do Ouro" (Lisboa) integravam o programa. A receptividade do público foi muito boa."(in site citado)

Bibliografia
Pina, L, História do cinema português, Lisboa, Publicações Europa América, 1987.

Um site
http://www.caleida.pt/cnf/escritos/cinema/cinema.htm
 
José Carlos Abrantes | 12:12 da tarde | 0 comments
sexta-feira, dezembro 05, 2003
CINEMA

O cinema surge no final do século XIX. Em 1893 Edison, nos EUA, põe de pé o primeiro estúdio cinematográfico, Black Maria, e um ano depois regista direitos sobre filmes, curtos, de segundos. O primeiro beijo do cinema,The Kiss, é filmado em 1896, filme que chocou o público de então. Para ver cinema Edison inventa uma máquina que permitia ver as imagens individualmente abrindo a primeira sala em 14 de Abril de 1894 em Nova York. Edison não explora no entanto a visão colectiva das imagens de cinema.


Em 28 de Dezembro de 1895 em Paris, os irmãos Lumière fazem a primeira exibição pública de filmes, num programa que durou cerca de 25 minutos, no Grand Café. A data fica assinalada como o início da história do cinema, se bem que a criação de flimes e mesmo a sua exibição noutras condições tenham sido em data anterior.A saída das fábricas dos irmãos Lumière, A chegada do comboio à gare da Ciocitat ou L'arroseur arrosé são alguns dos filmes feitos pelos Lumiére.

GRONEMEYER, A., Film: A concise History, London, Laurence King, 1998
 
José Carlos Abrantes | 9:55 da tarde | 0 comments
quinta-feira, dezembro 04, 2003
DISPOSITIVO

"A relação (de quem vê) com a imagem é mediada pela fisiologia, pela psicologia (percepção) mas também pelos meios e técnicas de fabrico de imagens, pelos modos de da sua circulação e reprodução, os lugares onde são acessíveis ou os suportes da sua difusão. " Esse conjunto de mediações materiais entre as imagens e as pessoas são os dispositivos, afinal tudo aquilo que permite pôr as imagens ao alcance de quem as apropria: uma sala de cinema é um dispositivo diferente de uma televisão num bar, como as salas de cinema são diferentes entre si (por isao cada um de nós cria as suas preferências, tem os seus dispositivos preferenciais). Ver imagens num local ou noutro é diferente … por causa dos dispositivos.

AUMONT, J., A imagem, Campinas, Papirus Editora, 1993 (1º edição francesa 1990), pp 135-196.

 
José Carlos Abrantes | 10:04 da tarde | 0 comments
quarta-feira, dezembro 03, 2003
REALISMO

Movimento artistitico que se centra na ideia de narrar ou reproduzir a vida como ela é, de mostrar as figuras ou objectos como eles são no mundo (considerado este como uma entidade objectiva). Em França, romancistas como Balzac ou Zola, têm um companheiro nas artes, Gustave Courbet que, na exposição Universal de 1855, em Paris, vê os seus trabalhos recusados. O pintor abre ao lado da célebre Exposição um local com os seus trabalhos onde coloca a tabuleta "O realismo-G. Courbet"o que viria a definir esta atitude, que além de mostrar o mundo como ele é, o deseja também transformar. Courbet pinta cenas da vida quotidiana como os calceteiros, na sua faina quotidiana, mas num certo anonimato, sem se verem os rostos, simbolizando mais a classe dos trabalhadores que os indivíduos concretos.

Segundo Courbet, auto-didacta e socialista, amigo de Proudhon, o ponto essencial do realismo seria a negação do ideal, que ele tão bem transmitiu na frase: ."Só pinto o que vejo. Não pinto anjos, porque nunca vi nenhum." Uma das suas pinturas, o nu de um sexo feminino, O Nascimento do Mundo, provoca uma reacção muito viva e intensa dos espíritos burgueses da época.Lembremos que a fotografia tinha começado a desenvolver-se a partir dos anos 20 e que as imagens que esta técnica produz, vêm introduzir um olhar diferente da pintura, dando maior rigor, maior semelhança ao mundo visto do que até aí a pintura for a capaz de criar.

E a pintura vai a partir daqui aproximar-se desta concepção de mostrar o mundo como ele é, gerando também outra que o ficciona, transformando-o. O mesmo, aliás, vai acontecer noutros dispositivos de fabricação das imagens como o cinema (documentário, ficção), na televisão
(informação-entretenimento) ou mesmo nas imagens digitais (onde ora se constroem mundos completamente artificiais, ora se reproduzem mundos conhecidos ou segundo as representações conhecidas.)

Várias correntes vêm a desenvolver bifurcações no século XX, dos conceitos nucleares do realismo: nova obectividade, neo realismo, novo realismo, hiperealismo, entre outras.

KRAUSE, A.C., The story of painting: From renaissance to the present, Köln, Köneman, 1995, pp 64-68.
GEBHARDT, V., Painting, London, Laurence King, 1998, pp 139-163.

Na net

Courbet , onde pode ver as pinturas referidas e outras.

Realismo

 
José Carlos Abrantes | 10:27 da tarde | 0 comments
terça-feira, dezembro 02, 2003
ANALOGIA

A analogia é uma relação da imagem com a realidade sensível que faz que possamos estabelecer identidades entre a imagem e aquilo que ela representa . A imagem de René Magritte, Ceci n’est pas une pipe(Isto não é um cachimbo) representa um cachimbo na imagem, sendo a legenda a negação desta evidência. O cachimbo de Magritte é parecido com a realidade, pois assemelha-se a um cachimbo, mas não é a realidade pois não é um cachimbo. Magritte chamou a esta sua pintura A traição das imagens pois estas, por mais analógicas que sejam, são sempre imagens, logo não realidades. O pintor interrogado sobre isto declarou que os que pensam que essa imagem é um cachimbo deveriam então experimentar enchê-lo de tabaco ou fumar por ele. Ou seja, mesmo as imagens mais analógicas são expressão de convenções ao nível da expressão (neste caso, por exemplo, falta a tridimensionalidade do objecto ou o tamanho desta imagem cachimbo não encontra correspondência no objecto corrente cachimbo, pois a dimensão do quadro, de 1929, é de 60x81 cm).

Neste sentido também Ernest Gombrich, que defende

1 que toda a representação, por mais analógica que seja, é convencional ( a dimensão, os enquadramentos, as cores, etc).
2 que haverá convenções mais "naturais" que outras (por exemplo, a perspectiva natural criada pelos renascentistas pintando como o olho humano vê seria mais natural do que as convenções cubistas).

Bibliografia

AUMONT, J., A imagem, Campinas, Papirus Editora, 1993 (1º edição francesa 1990)
PAQUET, M., Magritte, Köln, Taschen, 1995

Um site

Magritte
 
José Carlos Abrantes | 12:25 da tarde | 0 comments