<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar/4000921?origin\x3dhttp://asimagensenos.blogspot.com', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
segunda-feira, março 31, 2003

IMAGENS EM…. REVISTA

Encontrei hoje, na Mediateca do Institut Franco Portugais, un número da revista Terrain 33, intitulado Autenthique?
Vários artigos se relacionam com a imagem e um muito particularmente, La fiabilité de l’oeil, da autoria de uma professora do ISCTE, Nélia Dias, do departamento de antropologia.

 
José Carlos Abrantes | 6:46 da tarde | 0 comments
domingo, março 30, 2003
IMAGENS DE GUERRA

1 Na terça feira, Elizabete Vilar, assinava uma peça intitulada Pais e a escola devem explicar a guerra às crianças . Num dos dias da semana Francisco Sena Santos, na RDP, promoveu a participação dos ouvintes sobre um tema semelhante. Num noticiário da RTP2 vi também o psiquiatra Carlos Amaral Paes discorrer sobre o stress da guerra e os efeitos nas crianças. E, no Diário de Notícias de hoje, domingo, uma peça de Filomena Naves retoma a mediatização da guerrra e a atitude que os pais devem ter face a essa mediatização que entra pelos lares dentro.

2 Lembremos o que Elizabete Vilar destacava na referida peça:

Que Fazer?

Terça-feira, 25 de Março de 2003
.Conversar, ouvir os medos e dúvidas da criança
.Explicar o que se passa com naturalidade e sem alarmismos
.Não evitar o assunto ou ignorá-lo diante da criança
.Fazer o enquadramento histórico e geográfico do assunto
.Aproveitar para falar da TV e da informação
.Deixar a criança exprimir-se por meio de várias linguagens sobre o que sente e pensa
.Reduzir dependência da TV e encontrar outros pontos de interesse para a criança

3 Ora todas estas indicações são preciosas e importantes. Mas há alguns outros aspectos que deveriam também ser postos em destaque, nomeadamente.

.Os próprios pais podem ter dificuldade em controlar as emoções que as imagens lhes suscitam. Ou seja, os pais nem sempre dominam, nem sempre "domesticam" as emoções que as imagens lhes provocam. E podem dizer palavras tranquilizadoras e o seu filho sentir outra coisa bem diferente, pelos gestos e mímicas que estes deixam transparecer na reacção às imagens. Ou seja, preparar as crianças significa preparar os adultos a melhor receberem as imagens.

. As imagens de actualidade tornam mais urgente a educação à imagem (ou a educação para os media), pois, entre outras razões, a actualidade vive-se em conjunto, nas famílias, havendo por isso uma partilha das emoções entre os adultos e as crianças. Ora esta partilha social das imagens deve ser aproveitada, pese embora que mais importante que a oposição imagem de actualidade-imagem de ficção deva ter-se em conta a oposição entre as imagens que são vistas com distância pelos pais e as que são vistas com maior envolvimento emocional destes. Ora, o maior envolvimento emocional dos pais vem em situações como a desta guerra, tão intensamente mediatizada, ou do ainda próximo (distante) escândalo da Casa Pia. E tudo isso são, ou foram, imagens de actualidade.

. Por outro lado, as televisões deveriam também dar mais indicações sobre a origem das imagens e os modos de estas serem fabricadas. Cada dia vemos jornalistas a partirem de imagens cuja origem não é explicada (nem reflectida sequer…) como se fosse igual partir de imagens feitas por um "camara man" no teatro de guerra ou de imagens geradas num computador do Pentágono ou da própria estação de televisão.

Ver, para maior aprofundamento, um livro já sugerido e que segui nestes comentários
Tisseron, Serge, Les bienfaits des images, Paris, Odile Jacob, 1992, pp 75-101



 
José Carlos Abrantes | 6:12 da tarde | 0 comments
IMAGENS DE ONTEM

Ao fim do dia, vi quase toda a entrevista (gravada, Portugal-Brasil obriga…) de Jorge Calado no Por outro lado, de Ana Sousa Dias, na RTP2. Admiro sempre pessoas como o Professor Jorge Calado que, sendo um investigador de renome das ditas ciências exactas, discorre sobre os limites da ciência, junta arte, tecnologia e ciência e se deixa atrair pelo mistério da fotografia, ganhando neste domínio também justa notoriedade comissariando exposições, adquirindo colecções para os arquivos portugueses, editando catálogos de grande qualidade. E, claro, a Ana Sousa Dias lá vai descobrindo, para o universo televisivo, pessoas que, de outro modo, teriam uma vida rica, mas menos partilhada por todos nós.

 
José Carlos Abrantes | 4:23 da tarde | 0 comments
sábado, março 29, 2003
AS IMAGENS…NA INTERNET

Analysis of visual images é um site da School of Fine Arts, da University of Newcastle, na Austrália em que vale a pena passar.
 
José Carlos Abrantes | 7:38 da tarde | 0 comments
sexta-feira, março 28, 2003
AS IMAGENS E OS LIVROS

Comecei a ler Le Banquet imaginaire, um livro editado pela Gallimard e pour l’Exception, Groupe de Réfléxion sur le Cinema. Do Grupo fez parte Pedro Berhan da Costa, então Presidente do ICAM. Trata-se de uma edição a partir de discussões entre doze pessoas que fizeram parte desse grupo e também de alguns textos ligados a um seminário. A facilidade com que se edita em França deixa-me a pensar sobre a dificuldade de editar em Portugal….

Le Banquet imaginaire, Paris, L’Exception et Gallimard, 2002

 
José Carlos Abrantes | 7:33 da tarde | 0 comments
 
José Carlos Abrantes | 7:20 da tarde | 0 comments
quinta-feira, março 27, 2003
AS IMAGENS E A GUERRA

Vale a pena ler a crónica de Pedro Ribeiro , correspondente do Público em Nova Iorque para ver a tal função de transformação que as imagens podem ter. Diz Pedro Ribeiro: "Sondagens do jornal "Washington Post" indicam que os americanos tornaram-se mais pessimistas sobre o desenlace da guerra no Iraque no espaço de três dias. O motivo foram as imagens exibidas no fim-de-semana de soldados americanos mortos ou capturados por forças iraquianas. O efeito poderoso das imagens televisivas pode afectar a determinação da opinião pública americana e até ter influência sobre a forma como a guerra é conduzida."

 
José Carlos Abrantes | 12:14 da tarde | 0 comments
IMAGENS E TECNOLOGIA

NO DN, hoje refere-se a célebre frase de Gagarine "A Terra é azul". Esta frase foi proferida pelo astronauta na primeira vez que um homem sobrevoou a Terra numa nave espacial. A tecnologia espacial permitiu um olhar sobre o mundo que nunca antes fora fisicamente experienciado. Uma revoluçõa no olhar...
 
José Carlos Abrantes | 12:03 da tarde | 0 comments
quarta-feira, março 26, 2003
IMAGENS DE HOJE

Duas televisões, dois mundos, a mesma guerra
é um interessante texto escrito por KARIM EL-GAWHARY, a partir de Amã e que mostra como a mesma realidade está a ser mostrada de forma diferente pela CNN e pela Al-Jazira.
"O resultado das duas frentes mediáticas não podia ser mais diferente. A CNN mostra, com as suas "câmaras ao vivo", o lado limpo da guerra com imagens de explosões pirotécnicas em Bagdad, que mais parecem efeitos especiais "made in Hollywood", ou mostra as tropas americanas em andamento ou as unidades em combate. Os generais dos Estados Unidos apontam para os gráficos e dão explicações sobre o hipotético decurso da guerra. Explicam que aqui e ali as cidades não foram conquistadas mas sim "cleared".
A Al-Jazira, por seu lado, mostra o lado feio da guerra. Imagens que não podemos olhar de frente, porque nos sentimos mal. Como por exemplo as imagens no hospital em Bassorá, onde se vêem corpos todos carbonizados. Os cadáveres estão empilhados no corredor do hospital e um dos enfermeiros tenta limpar o sangue das vítimas. Os espectadores da televisão árabe olham para o lado e sentem-se impotentes."

 
José Carlos Abrantes | 4:12 da tarde | 0 comments
terça-feira, março 25, 2003
IMAGENS DE AMANHÂ

O Óscar de longa metragem documental foi para "Bowling for Columbine", de Michael Moore que vai estrear em Lisboa, no início de Abril. Tive a sorte de o ter visto no estrangeiro e é um filme muito interessante que se interroga sobre a utilização de armas pelos americanos para resolverem conflitos privados. A investigação feita por Michael Moore vai-se desenrolando aos nossos olhos de forma muito clara e com uma grande criatividade de processos, quer investigativos, quer de narração. Um filme a ver logo que apareça.

O outro ainda não vi. A Cidade de Deus, uma favela, um filme brasileiro. O que tenho lido, visto na Globo e as opiniões dos que já viram vão-me obrigar a ver este filme, de Fernando Meirelles, rodado com habitantes da favela, na sua maioria. Poucos filmes brasileiros passam o atlântico para chegar a Portugal.

 
José Carlos Abrantes | 4:25 da tarde | 0 comments
segunda-feira, março 24, 2003
AS IMAGENS E A TELEVISÃO

Compreender as imagens hoje implica discutir e questionar a televisão, fábrica permenente de imagens, de imaginário individual e social.
Por isso assinalo o

FALAR TELEVISÃO 11

Os media e, em especial os jornalistas, são (os maiores) criadores de pseudo-acontecimentos. Esta afirmação, de Daniel Boorstin, data de 1961, ano da primeira edição de The Image: A guide to pseudo-events in America.
Actualmente mergulhados num conflito do mundo real (a guerra) os jornalistas já foram, infelizmente, vítimas desse conflito devastador. Mas isso não nos pode impedir de reflectir sobre se o que se vê nos écrãs, ainda se pode colocar como uma emanação do jornalismo "tradicional", sobretudo em tempo de crise (como foi o recente "caso" da Casa Pia). Ou estaremos antes a assistir …
ao sucesso de estratégias mais comerciais e de entretenimento do que noticiosas;
ao aproveitamento de factos da vida real para gerar pseudo-acontecimentos colaterais que se arrastam no tempo;
ao abandono da tradicional função de "gate-keeper", deixando o directo invadir os écrãs, tantas vezes sem justificação;
ao abandono do distanciamento crítico para a adopção de comportamentos emocionais;
a uma duração excessiva dos telejornais, "obrigando" os espectadores, para se "informarem", a ficarem 1h, 1h 30 ou mesmo 2 horas, frente aos écrãs;
à adopção de procedimentos de jornalismo investigativo sem a adopção das cautelas e garantias instituídas nos procedimentos jurídicos;
a uma "inundação" das interacções pessoais, familiares e sociais pela repetição "ad nauseam" de agendamentos discutíveis em termos de interesse público…
Mesmo na cobertura de uma guerra algumas desta questões são pertinentes. Assim os jornalistas de televisão lhes queiram responder na próxima 5ª feira, pois o debate é um elemento indispensável na vida das instituições democráticas, como também é a televisão nas suas relações com a vida social de um país.
A sessão inicia-se pelas 15 horas com um atelier intitulado Um Mundo de Informação (com inscrição prévia), seguindo-se às 17h 30 o visionamento de Modos de Ver-Percursos de uma notícia, um video sobre um telejornal da RTP. Às 18h 15m o debate Informação televisiva: ainda há jornalismo nas televisões generalistas? encerrará as actividades do dia.



FALAR TELEVISÃO 11

15h

I ATELIER no estúdio 2 do Institut Franco-Portugais (IFP)
UM MUNDO DE INFORMAÇÃO
com a apresentação, entre as 15h e as 17h 15 de vários exemplos
de jornais televisivos (M6 e outros telejornais franceses, RAI, SIC, TVI, RTP...).
Responsável do atelier: Isabel Ventura
Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra
Inscrição prévia jc.abrantes@netcabo.pt ou pelo telefone 96 255 04 15
e no próprio dia (se houver lugares disponíveis), no IFP

17h 30m

II VIDEO no estúdio 2 do IFP
MODOS DE VER
PERCURSOS DE UMA NOTÍCIA
Um video sobre um telejornal da RTP
de José Carlos Abrantes

18h 15m

III DEBATE no anfiteatro Philipe Friedmann
INFORMAÇÃO TELEVISIVA:
AINDA HÁ JORNALISMO NAS TELEVISÕES GENERALISTAS?

Hália Costa Santos
Instituto Politécnico de Tomar
Joaquim Vieira
Observatório da Imprensa
Miguel Gaspar
Crítico de televisão do Independente

FALAR TELEVISÃO Uma iniciativa do Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ) Organização de José Carlos Abrantes

Entrada livre
Com o apoio do jornal Público, da Embaixada de França - Instituto Franco-Portugais
e do Instituto da Comunicação Social

TODAS ACTIVIDADES Dia 27 de Março, 5ª feira, no Institut Franco-Portugais
Avenida Luís Bívar, 91 em Lisboa (perto do Saldanha)
 
José Carlos Abrantes | 7:49 da tarde | 0 comments
sexta-feira, março 21, 2003
AS IMAGENS E OS LIVROS

Está editado Educação Estética e Artística, livro que resultou do colóquio em que esteve Abigail Housen e editado pelo Serviço de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian. Nele escrevem Abigail Housen, Bjarne Sode Funch, Colin Martindale, Dmitry A. Leontiev, Elisa de Barros Marques, Holger Hoge, João Pedro Fróis, Michael Parsons, Philiph Yenawine, Rui Mário Gonçalves.



FROIS; J.P., (Coord.), Educação Estética e Artística: Abordagens Transdisciplinares. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2001


 
José Carlos Abrantes | 10:40 da tarde | 1 comments
IMAGENS E O OLHAR

O olhar também se educa. Na Universidade de Vermont, Abigail Housen, que já esteve em Lisboa num seminário da Fundação Calouste Gulbenkian, organiza um curso sobre Visual Thinking Strategies de 4 a 7 de Agosto de 2003....
E se nos encontrassemos lá? Eu vou tentar....Na altura ouvi, li o texto que Abigail apresentou e achei muito interessante. Progredir na complexidade do olhar, um bom desafio....
 
José Carlos Abrantes | 10:31 da tarde | 1 comments
IMAGENS DE ONTEM

Foi a partir de uma conferência de António Barreto em Coimbra, sobre fotojornalismo, na licenciatura em Jornalismo, julgo que em 1995, que passei a dar mais atenção a esta imagem de Daguerre, pelo relevo que então lhe deu o conferencista e grande conhecedor de fotografia.
Esta nota estava ontem no texto sobre a fotografia de Daguerre (Boulevard du Temple) mas não saiu por erro. Corrijo hoje a falha de ontem...
 
José Carlos Abrantes | 9:06 da manhã | 0 comments
quinta-feira, março 20, 2003
IMAGENS DE HOJE

"Na batalha da comunicação que acompanha a guerra no Iraque, o Exército americano deixou-se surpreender por uma consequência inesperada de uma fotografia que causou um psicodrama militar. A foto tirada por um fotógrafo francês, da AFP, Eric Feferberg, integrado desde há várias semanas num batalhão de marines americanos no deserto do Kuwait, revelava pormenores dos planos da intervenção."
Numa peça do Público de hoje, de Ana Navarro Pedro, correspondente em Paris, dá-se conta da força representativa da imagem e também da sua força transformadora que anotei recentemente. A fotografia foi feita num reunião de oficiais e mostrava os oficiais ao lado de um mapa de uma região fronteiriça entre o Iraque e o Koweit.

Prossegue Ana Navarro Pedro: "Uma foto pouco original que, depois de visionada, recebe a aprovação oficial do coronel para transmissão à AFP, e que seria posta à venda no mundo inteiro.
Mas, domingo de manhã, há um momento de pânico no estado-maior americano. No Kuwait, o fotógrafo é convocado pelos oficiais da unidade de Marines. "O coronel quis ver de novo a foto, e diz-me, muito aborrecido: 'Há um problema sério'", contou ontem, na rádio francesa RTL, Eric Feferberg, prosseguindo: "Parece que o [diário americano] 'New York Times' tinha publicado a minha foto e os informáticos do jornal deram-se conta de que podiam fazer um 'zoom' no mapa e que todos os pormenores da invasão americana do Iraque apareciam com uma nitidez espantosa".
O fotógrafo e os oficiais procedem a um aumento da fotografia no computador de Eric Feferberg e, com efeito, vêem aparecer claramente os pontos de passagem na fronteira, os caminhos a utilizar e as cidades visadas pela aquela unidade."

Ou seja, a fotografia representa a realidade com muito detalhe e, ao mesmo tempo, revela informações que deram (ou poderiam dar) origem a movimentos estrátégicos, movimentos concretos, do lado iraquiano, transformando (ou podendo transformar) assim a própria realidade, o próprio campo de batalha. As relações da imagem com a guerra, da imagem com os militares, da imagem com a tecnologia, da imagem com a liberdade de informação (e seus limites evidentes) são aspectos de uma relação muito complexa das imagens com a nossa vida quotidiana.

AS IMAGENS E OS LIVROS

Para vermos a precisão descritiva da fotografia podemos socorrer-nos do depoimento de Samuel Morse, que, em 1839, depois de ter encontrado Daguerre em Paris e visto uma célebre fotografia deste (Boulevard du Temple), escreve as suas impressões à família, que ficara nos EUA. Diz Morse que com a ajuda de uma lente de aumento ( a tecnologia disponível na época…) consegue ver um cartaz que está na parede de um prédio, ficando assim cada letra, invisível a olho nu, completamente visível. E, continua, afirmando que a mesma visibilidade se revela nas brechas e fissuras das paredes. "Nulle peinture ou gravure ne peut prétendre s’en approcher..", afirma.

Paradoxo: apesar desta objectividade essencial esta imagem r retira à representação fotográfica uma das características primeiras do mundo físico, a do movimento. Nesse conhecido daguerreótipo tudo fica registado, excepto o buliçoso movimento das carruagens e pessoas que o longo tempo de exposição, então necessário, não deixa registar. O único sinal humano é o de um homem que engraxa os sapatos, mesmo assim não fielmente reproduzido, pois as partes do corpo que se movem não foram também registadas com perfeição. A técnica, fonte de objectividade, reproduz, por um lado, com extrema fidelidade, por outro não consegue captar o movimento, característica essencial da vida humana. Morse explica que os objectos em movimento não deixam qualquer traço. (Delpire e Frizot, I, 1989: 12)

É frequentemente assim com a imagem: há aspectos que são idênticos à realidade, outros que dela se afastam. Seja pela técnica, seja pela codificação, seja pela linguagem utilizada. Poder-se-ia dizer: há neste caso existe uma limitação técnica (o elevado tempo de pose) que determina a transformação de uma realidade em movimento numa imagem sem vida, sem o cheiro da vida citadina que os homens criaram. É verdade mas as limitações e as potencialidades técnicas impregnam as representações. Mas esta imagem mostra pois este carácter ambíguo das imagens, de todas as imagens que, por mais fiéis que sejam no retrato da realidade, desta sempre se afastam pois cada imagem é uma construção (técnica, estética, por exemplo).


DELPIRE, R. e FRIZOT, M., Histoire de voir: De l'invention à l'art photographique (1839-1880), Paris, Centre National de Photographie, 1989.
Ver também o texto de

Abrantes, J.C., Breves contributos para uma ecologia da imagem, 1999 na Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, procurando depois por autor ou por título.
 
José Carlos Abrantes | 12:33 da tarde | 0 comments
quarta-feira, março 19, 2003
IMAGENS DE ONTEM

Uma fotografia na página 36 do Público, numa peça sobre o Dia do Pai, tem uma força impressionante. Um homem lança uma criança ao ar, numa praia, no mar e espera-o na queda. A força simbólica de largar e reter, de ver partir e de esperar a aproximação numa bela imagem da Reuters...Pena ainda não saber incluir imagens, nem saber se o poderia fazer, legalmente.
 
José Carlos Abrantes | 4:15 da tarde | 0 comments
AS IMAGENS E AS PALAVRAS

Raramente as imagens são puras...como nós. Quase sempre estão acompanhadas por palavras ou sons que as enriquecem ou empobrecem. Para as ler socorremo-nos frequentemente de palavras, orais ou escritas, para melhor nos situarmos em relação a elas. Nessa relação cabe também a gestualidade abundante com que lhes reagimos ou as imagens mentais que fabricamos para lhes fazer face.
Neste caso, são as palavras escritas num jornal que avaliam as imagens de televisão.No Diário de Notícias de ontem, quarta feira, na secção DN Educação, vem um texto de um aluno da Escola Secundária Moinho de Maré do Seixal que reaje à informação televisiva da era (portuguesa) da pornografia infantil. Diz ele: "Hoje em dia...é nojento ver os telejornais."
 
José Carlos Abrantes | 3:47 da tarde | 0 comments
terça-feira, março 18, 2003
IMAGENS DE HOJE

1 Estudavam-se, quando fiz o Liceu, as provas da existência de Deus. Imagino que alguns professores de hoje discutem a actualidade com os seus alunos e, provavelmente, neste tempo de guerra, discutirão com os adolescentes as provas de existência de Bin Laden. E, como sabemos, a prova mais material de que este existe são .... as imagens das famosas videocassetes.

2 O Instituto de Estradas de Portugal vai fazer uma avaliação da sinalização vertical dos 16 mil quilómetros de estradas que tutela. Trata-se de imagens que nos fazem mudar de direcção, que nos infuenciam nos movimentos. Convém pois que estejam em boas condições de visibilidade, o que nem sempre acontece.

Os sinais de trânsito são imagens que Villafañe coloca no penúltimo lugar de uma curiosa escala de iconicidade por este construída.

VILLAFAÑE, J. (1992), Introducción a la teoria de la imagen, Madrid, Ediciones Piramide, 1992 (1ª edição 1985) pp 40-43

Para Serge Tisseron os sinais de trânsito são um bom exemplo de uma das funções da imagem de que se fala pouco, a função de transformação. Neste caso, a imagem não tem como objectivo primeiro a representação, mas antes a modificação de uma atitude, comportamento, conhecimento ou movimento da pessoa que a vê.

TISSERON, S., Psychanalyse de l'image: De l'imago aux images virtuelles, Paris, Dunod, 1995, pp 157-176
 
José Carlos Abrantes | 12:56 da tarde | 0 comments
segunda-feira, março 17, 2003
IMAGENS DE HOJE

Na última página do Público de hoje Sofia Lopes fala da cratera de Chicxulub, no México feita há 65 milhões de anos. .
"Imagens captadas pela NASA mostram pela primeira vez de forma nítida a marca da cratera no Golfo do México que resultou do impacto de um meteorito gigante na Terra, há 65 milhões de anos. A força do choque e os seus efeitos foram de tal calibre que os cientistas pensam que terá sido responsável pela extinção dos dinossauros e de mais de 70 por cento da vida na Terra. "
Ora o que é interessante nesta notícia, para nós, é a função de prova atribuída à imagem que foi obtida pela NASA e pelo vaivém Endeavour, em 2000. "Mas por serem tão suaves hoje os vestígios da cratera, só com dados de satélite e medições em terra foi possível identificá-la, na década de 90. "É por isso que esta vista do espaço tem um valor incalculável", afirmou Michael Kobrick, cientista do projecto." Na ciência, como noutros domínios, ver para crer, tornou-se um critério de conhecimento.

IMAGENS DE ONTEM

1 Na página 60 do Diário de Notícias de ontem dava-se conta que uma equipa de jornalistas alemães teria estado a filmar com uma câmara escondida, na Igreja Universal do Reino de Deus. Tendo sido exigida a devolução das imagens o caso acabou numa esquadra de polícia. A comissária não apreendeu as imagens com o argumento, segundo a notícia, que os jornalistas estavam a trabalhar num local aberto ao público e onde não havia qualquer proibição de recolha de imagens e sons. Será que se podem assim usar câmaras escondidas? Os códigos deontológicos permitem este tipo de recolhas?
O facto é que a produção de imagens é hoje de uma imensa facilidade técnica. Ao contrário do que acontecia por exemplo há 150 anos: Daguerre, um dos inventores da fotografia, fazia apenas 3 fotografias por dia, dado o tempo que a emulsão demorava a preparar.
Koetzle, Hans-Michael, Photo icons: The story behind the pictures, volume 1, Koln, Taschen, 2002, pp 18-25

2 Ainda no DN, a secção dos media (p. 59) de ontem inseria uma peça de Maria João Caetano sobre a subida do share dos canais de cabo. A RTP 2 teria mesmo visto, recentemente, o seu share (3,3) ser ultrapassado pela SIC Notícias (5,2).

 
José Carlos Abrantes | 4:36 da tarde | 0 comments
domingo, março 16, 2003
IMAGENS DE HOJE

1 Hoje, Domingo, na crónica de Mário Mesquita intitulada O não do "New York Times ". Este não do New York Times faz-me recordar a imagem romântica e lutadora do jornalista num dos filmes que mais aprecio, O Homem que Matou Liberty Valance, de um dos realizadores de que também mais gosto, John Ford. Liberty Valance, que reina pelo terror numa pequena cidade americana, espera o jornalista no próprio jornal (Shinbone Star) e espanca-o, selvaticamente, com a ajuda dos seus lacaios. Este acto bárbaro vai fazer com que o homem de leis, interpretado por James Stewart, venha para a rua desafiar o pistoleiro, abdicando da sua convicção de não fazer justiça pela próprias mãos. Nessa sequência vemos que o amador liquida o temível pistoleiro. Mas, mais adiante, voltamos a ver esssa sequência, filmada de outro ponto de vista, e verificamos que, afinal, fora John Wayne, a disparar o tiro fatal. As duas sequências podem assim funcionar como um interessante exercício de leitura de imagem. Por elas, este filme, é um daqueles em que a reflexão sobre as imagens e o seu papel nas nossas convicções é objecto de uma referência explicita assumida pelo realizador.
Imagens para (re)ver se tiver um videoclube, uma Fnac perto ou ….o filme no seu arquivo pessoal.
O Homem que Matou Liberty Valance, John Ford,

2 No Arrêt sur Images de hoje, Daniel Schneidermann, teve no plateau uma criança e seu pai, tendo ambos participado num programa de televisão de Bernard Tapie. A imagem que o programa passou foi desajustado do que pai e filha teria revelado aos repórteres. Também no plateau o comentário de uma pedo-psiquiatra não ajudou ao interpretar o investimento da criança na aprendizagem do piano como um envolvimento narcísico dos pais.
O dossier de Arrêt sur Images foi sobre uma série de programas da M6 sobre perda de peso em que se viam pessoas em conversa com os seus médicos, revelando dados pessoais, o que gerou grande polémica em França. Segundo a jornalista, o segredo profissional não permite que os médicos se libertem deste dever, mesmo que os doentes o aurorizem.
Estive a pensar como seria difícil ter imagens em Portugal para fazer um programa deste tipo. Não sendo possível gravar tudo, só a boa vontade das televisões poderia permitir a sua exibição. Ora a crítica dificilmente se compadece com a boa vontade…
Para ver as emissões
http://www.france5.fr/asi/





 
José Carlos Abrantes | 10:40 da tarde | 0 comments
sábado, março 15, 2003
IMAGENS DE HOJE

1 Na Cinemateca um dos filmes marcantes do neorealismo : Ossessione, de Visconti, às 19h 30.

2 No Diário de Notícias, a crónica de João Lopes sobre um filme que ainda não vi, A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América, de João Botelho. Vale a pena ler, como quase sempre. Vale a pena também manifestar ao João Lopes a concordância relativamente à afirmação que o "cinema americano, de Steven Spielberg a Todd Haynes (e, no mínimo, mais uma boa dezena de nomes...), é uma das mais fascinantes e mais complexas paisagens criativas das imagens contemporâneas."
 
José Carlos Abrantes | 6:03 da tarde | 0 comments
AS IMAGENS E A SUA FABRICAÇÃO

No Público de Hoje, no Ponto Media, António Granado, assinala que as

"Imagens da frente vão ser chocantes

COM 600 JORNALISTAS autorizados a seguir a movimentação das tropas americanas no Iraque, as imagens que virão da frente poderão não ser as mais apropriadas, alerta Mark Jurkowitz do "The Boston Globe": "Esperamos ver grande acção na altura da guerra, e essa acção vai ser muito diferente de 1991', diz Eason Jordan, responsável máximo das notícias na CNN. 'Algumas imagens serão muito próximas e pessoais. Os telespectadores verão o bom, o mau e o feio; não tenho dúvidas sobre isso'". http://www.boston.com/dailyglobe2/071/living/Headlines_would_come_from_the_front_lines %2B.shtml"

Conhecer o modo como as imagens são fabricadas pode ser uma vantagem para a sua leitura e apreciação...

Ainda no Ponto media se refere um outro artigo sobre o que vai mudar no jornalismo pela utilização dos telemóveis com câmara fotográfica.
 
José Carlos Abrantes | 12:50 da tarde | 0 comments
sexta-feira, março 14, 2003
A IMAGEM E OS LIVROS

Para os que se interessam pelo estudo da Imagem eis um pequeno contributo em bibliografia. Esta data de 2000-2001. Prometo actualizar antes de 2003 acabar....

IMAGEM
BIBILOGRAFIA
organizada por José Carlos Abrantes
para a cadeira de Teoria e História da Imagem do Curso de Jornalismo
Faculdade de Letras-Universidade de Coimbra
Ano lectivo de 2000-2001

BIBILOGRAFIA FUNDAMENTAL

ABRANTES. J.C., Movimentos das imagens, 1998, http://bocc.ubi.pt/
ABRANTES, J.C., Breves contributos para uma ecologia da imagem, 1998, http://bocc.ubi.pt/
AUMONT, J., A imagem, Campinas, Papirus Editora, 1993 (1º edição francesa 1990)
HAGEN, R.-M. et R., What great painting say: Old Masters in detail. Vol I, Köln, Taschen, 1995
HAGEN, R.-M. et R., What great painting say: Old Masters in detail. Vol I, Köln, Taschen, 1996 (há edição portuguesa, também em dois volumes, Os segredos das obras primas da pintura)
TISSERON, S., Psychanalyse de l'image: De l'imago aux images virtuelles, Paris, Dunod, 1995
VILLAFAÑE, J. (1992), Introducción a la teoria de la imagen, Madrid, Ediciones Piramide, 1992 (1ª edição 1985)

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ABRANTES, José Carlos (1993). Os media e a escola: da imprensa aos audiovisuais no ensino e na formação. Lisboa: Texto Editora
BARTHES, R. , A câmara clara, Porto, Edições 70, 1994
BERGER, J., Modos de ver, Lisboa, Edições 70, 1987
CALADO, I., A utilização educativa das imagens, Porto, Porto Editora, 1994
CADET, C., Charles, R., et Galus, J. L., La communication par l'image, Paris, Nathan, 1990
CRARY, J., L'art de l'observateur: Vision et modernité au XIX siècle, Nîmes, Éditions Jacqueline Chambon, 1994 (1º edição inglesa 1990)
DEBORD, G., A sociedade do espectáculo, Lisboa, Edições Afrodite, 1972
DEBRAY, R., Vie et mort de l'image: Une histoire du regard en Occident, Paris, Gallimard, 1992
DELEUZE, G., L' image -mouvement, Paris, Editions de Minuit, 1983
DELEUZE, G., L' image -temps, Paris, Editions de Minuit, 1985
DENIS, M., Image et cognition, Paris, PUF, 1989
DONDIS, D.A., Sintaxe da linguagem visual, São Paulo, Martins Fontes, 1991 (1ª edição inglesa 1973)
FOSSEY, C. (Dir.), Blanc, Paris, Du May, 1994
FOSSEY, C. (Dir), Vert, Paris, Du May, 1994
FOZZA, J.C., Gara, A. M., Parfait, F., Petite fabrique de l'image, Paris, Magnard, 1989
FRESNAULT-DERUELLE, P., L' éloquence des images, Paris, PUF, 1993
LAKOFF, G. e Johnson, M., Les métaphores dans la vie quotidienne, Paris, Éditions de Minuit, 1985
MERLEAU-PONTY, O olho e o espírito, Lisboa, Vega, 1992
PASTOREAU, M., Dicionário das cores do nosso tempo: Simbólica e sociedade, Lisboa, Editorial Estampa, 1993
ROPARS-WUILLEUMIER, M.C., L'idée d'image, Saint Denis, Presses Universitaires de Vincennes, 1995
SICARD, M., La fabrique du regard, Paris, Éditions Odile Jacob, 1998
SCUITEN, F. e PEETERS, B., L'aventure des images: De la bande dessinée au multimédia, Paris, Autrement nº167, Octobre 1996
TISSERON, S., Le bonheur dans l'image, Paris, Les Empêcheurs de Penser en Rond, 1996
VIRILIO, P., Esthétique de la disparition, Paris, Éditions Galilée, 1989 (1ª edição 1980, Editions Balland)

Imagem artística
FRIDA R.CARRASSAT, P e MARCADÉ, Les mouvements dans la peinture, Paris, Bordas, 1997
HUYGHE, R., Os poderes da imagem, Lisboa: Livraria Bertrand, (?) (1ª edição francesa 1965)
KRAUSS, A.C., The story of painting: From renaissance to the present, Köln, Köneman, 1995
LUCIE-SMITH, E., Dicionário dos termos de arte, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1995
PAQUET, M., Magritte, Köln, Taschen, 1995
READ, H., O significado da arte, Lisboa: Ulisseia, 1968 ?
RUSH, M., New media in late 20th-century art, Londres, Thames&Hudson, 1999
SCHNEIDER, R., A arte do retrato, Lisboa, Taschen, 1997
SPROCCATI, S. (Dir.), Guia de História da Arte, Lisboa, Editorial Presença, 1994

Imagem: leitura e análise
BARTHES, R., Mitologias, Porto, Edições 70, 1994
DEBRAY, R., L'oeil naïf, Paris, Gallimard, 1994
JOLY, M., L'image et les signes: Approche sémiologique de l'image fixe, Paris, Éditions Nathan, 1994
JOLY, M., Introduction à l'analyse de l'image, Paris, Éditions Nathan, 1993
MEUNIER, J. P., Peraya, D., Introduction aux théories de la communication, Bruxelles, De Boeck Université, 1993
VILCHES, L., La lectura de la imagen: Prensa, cine, television, Barcelona: Paidós, 1997

Imagem: narrativa
GAUDREAULT, A. e Jost, F., Le récit cinematographique, Paris, Nathan, 1990
JIMENEZ, J.G, La imagen narrativa, Madrid, Editorial Paraninfo, 1995

Imagem/percepção/realidade
ARNHEIM, R., Arte e percepção visual, São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 1995
*** BROWN, H., La nueva filosofia de la ciencia, Madrid, Editorial Tecnos, 1984
BOORNSTIN, D., The image: A guide to pseudo-events, New York, Vintage Books, 1992 (1ª edição 1961)
DE GOURNAY, C., Le deuil de l’image: De la photographie à l’image virtuelle, In: Réseaux, 61, 1993, pp 125-131
SARTAIN, A.Q. et al., Psychology: Understanding Human Behavior, London, McGraw-Hill, 1963

Imagem política
D'ALMEIDA, F., Images et propagande, Paris, Casterman, 1995

Imagem: reproductibilidade
*** BENJAMIN, W., Sobre arte, técnica e política, Lisboa, Relógio d'Água Editores, 1992

Imagem virtual
BARBOZA, P., Les nouvelles images, Paris, Éditions d'art Somogy-Cité des Sciences et de l'Industrie, 1997
JULLIER, L., Les images de synthèse, Paris, Nathan Université, 1998
QUÉAU, P., Éloge de la simulation: De la vie des langages à la synthèse des images, Paris, Ina/Champ Vallon, 1986
 
José Carlos Abrantes | 4:13 da tarde | 0 comments
quinta-feira, março 13, 2003
AS IMAGENS E OS LIVROS

O mar é pintado nos atlas e nos mapas com a côr azul. as noivas vestem de branco.
Nem sempre foi assim. O mar era quase sempre pintado de verde e, segundo Pastoreau, foi a necessidade pintar uma parte da Terra (as florestas...) a verde que "empurrou" o azul para o mar. As noivas vestiam de encarnado, a côr que tecnicamente era melhor fabricada no tecido, noutros tempos. Mudam-se os tempos, mudam-se as cores....
Um livro delicioso de ler, feito por um grande conhecedor, e ainda por cima, dada a sua estrutura de dicionário, que não tem de ser lido de fio a pavio.

PASTOREAU, M., Dicionário das cores do nosso tempo: Simbólica e sociedade, Lisboa, Editorial Estampa, 1993
 
José Carlos Abrantes | 11:56 da tarde | 0 comments
AS IMAGENS E NÓS

Dos filmes que estão em exibição e que já vi, chamo a atenção para Dez, de Kiostarami. Um filme é uma narração, uma captação de imagens e sons a partir de um dispositivo ou dispositivos próprios. Ora neste caso a ideia é muito interessante, com duas câmaras a darem, em planos fixos, a pessoa que conduz o carro (uma mulher divorciada que tem uma segunda relação) e a pessoa que se senta no banco dianteiro: o filho, uma irmã, uma prostituta, uma jovem casadoira. E a singularidade dos seres desfila diante de nós duma maneira irremediável...Mais uma vez imagens que mostram a ambivalência das imagens de realidade e dos dispositivos que as criam e que as aproximam de nós....
 
José Carlos Abrantes | 8:48 da tarde | 0 comments
AS IMAGENS E NÓS

No Diário de Noticias de hoje, na página 12, a peça intitulada Guerra no Iraque vem ilustrada com uma fotografia do Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Paulo Spranger, num curioso contra-picado um pouco oblíquo e com as mãos do governante, muito próximas da objectiva e desfocadas. No Público, na página 35, uma fotografia de José Mourinho, feita por Paulo Ricca, em que o treinador esta também com as mãos tremidas.
Sei que o instantãneo, o scoop, ganhou foro de cidadania e ainda bem, pois a fotografia de pose é hoje dificilmente consumível. Mas tanto "desfocado" terá sentido? A verdade revela-se melhor na penumbra do que os contornos precisos que a luz permite? Às vezes fica-se com a impressão que não....
 
José Carlos Abrantes | 7:46 da tarde | 0 comments
quarta-feira, março 12, 2003
LIVROS

O último livro de Serge Tisseron "Les bienfaits des Images" é um livro estimulante com uma tónica mais sobre os benefícios das imagens do que sobre os seus malefícios. O autor não deixa contudo de reflectir sobre quando e como estas se tornam nocivas.
Na opinião de Serge Tisseron as imagens de actualidade tornam mais necessária a educação do olhar do que as imagens de ficção...pag 94.
Tisseron, Serge, Les Bienfaits des Images, Paris, Odile Jacob, 2002
 
José Carlos Abrantes | 8:11 da tarde | 0 comments
Trata-se de um ensaio...
Porque não experimentar um blogger sobre Educação à Imagem?

 
José Carlos Abrantes | 8:00 da tarde | 0 comments
terça-feira, março 11, 2003
Educação à imagem...uma proposta....
 
José Carlos Abrantes | 10:34 da tarde | 0 comments