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terça-feira, novembro 28, 2006
FALAR DE IMAGENS IV
Na próxima terça-feira

Dia 5 de Dezembro de 2006

FALAR DE IMAGENS: Comprar imagens de televisão

Como se compram, no mercado internacional, as imagens da nossa televisão? A televisão também tem Pai Natal? Compra-se o melhor, o que faz mais audiências ou o que é o mais barato? Que critérios nos fazem ver o que vemos?


Com José Navarro, director de programas estrangeiros da SIC
Margarida Vitória Pereira, TVI
Teresa Paixão, RTP



Falar de Imagens é um diálogo com criadores e utilizadores de imagens. Os modos de estas serem fabricadas, os contextos em que nascem e são divulgadas, as utilizações que delas fazemos serão alguns aspectos desta reflexão. A sua leitura será também proposta com exemplo concretos sempre que possível. As imagens estão por todo o lado. A reflexão deve ser sua companheira.

Organização:
José Carlos Abrantes e Livraria Almedina
Local: Livraria Almedina
Atrium Saldanha, Saldanha, Lisboa
às 19h
 
José Carlos Abrantes | 7:51 da tarde | 0 comments
LER CINEMA Convite á escrita
(...)"Estas conversas vão ser editadas para o próximo ano, e, de modo a complementar e enriquecer o livro que daí nascerá, a Videoteca convida todos os interessados a apresentarem as suas leituras à volta do cinema português. Os textos deverão incidir sobre uma relação (que pode ser entre filmes, entre planos, etc) dentro do corpus de filmes analisados pela série O Nosso Caso. O texto não deverá ter mais que 4 páginas. Dos textos recebidos apenas 6 serão escolhidos e editados. Todos os participantes serão contactados.

Para mais informações, ou para aceder à lista de filmes que servirá de base para este trabalho, é favor escrever para: ines.pires.dias@cm-lisboa.pt. Os filmes (incluindo os episódios do O Nosso Caso) estão disponíveis para visionamento na sede da Videoteca (Largo do Calvário, nº2)."


Ver o texto completo em Só Textos
 
José Carlos Abrantes | 7:20 da tarde | 0 comments
A FÁBRICA DO OLHAR Excerto Capítulo XXII
Chegou ao fim a publicação de curtos excertos do livro de Monique Sicard.
Capa do Livro A Fábrica do Olhar
Capítulo XXII IMAGENS DO CORPO Ecografias, 1997


Um corpo inaudito

Desde a invenção da radiografia que o olhar médico penetra no interior do corpo vivo, solicita o auxílio de máquinas que «vêem» melhor do que nós. E sabemos agora – desde a primeira tele-operação mundial de coração aberto realizada no hospital Broussais em Maio de 1998 – que podemos ser «mexidos», operados à distância por um cirurgião que nos observa a partir de um lugar que desconhecemos de todo. Tudo muda. Não só o corpo, a imagem que temos de nós próprios, como também as hierarquias médicas, as instituições e as responsabilidades. Não só a medicina, como também a doença.
A imagética médica não se deve situar no mesmo nível que a do planeta Marte ou a do big bang. Quando olhamos para as nossas próprias radiografias, não observamos um corpo que habitamos, nós somos esse corpo que observamos. A distância entre a «pele» material da imagem e a força potencial do seu impacto torna-se aqui muito importante: uma imagem tem um poder extraordinário! Mal difundida, mal lida, mal apresentada ou, pior, não dominada, uma imagem médica pode mudar uma vida. Esta diferença entre a sua produção mecânica e o impacto afectivo da leitura deve ser levada em conta: com efeito, uma imagem nunca é um certificado de boa saúde. Quando muito, assegura que nada há para ver. É verdade que mostra evoluções positivas, mas o seu triunfo decorre da capacidade de tornar visíveis as patologias, por vezes até antes do aparecimento de qualquer sintoma.
 
José Carlos Abrantes | 8:03 da manhã | 0 comments
segunda-feira, novembro 27, 2006
A FÁBRICA DO OLHAR Excerto Capítulo XXI
Capa do Livro A Fábrica do Olhar
Capítulo XXI FOTOGRAFIAS CALCULADAS Buracos negros, 1990
A existência de buracos negros não está comprovada. E mesmo que existissem, os buracos negros seriam invisíveis. Como se poderia ter uma imagem deles?
Como poderíamos determinar a sua presença, sabendo-se que, sendo zonas do espaço-tempo de gravitação extrema, nada deixam escapar, nem sequer a luz? Únicos no género, são os únicos objectos conhecidos que nada transmitem. Não emitem qualquer luz, não transmitem nenhum dado, nem sequer informação sobre a sua própria existência.
Criar a imagem de um buraco negro é desafio suficiente para mobilizar alguns investigadores que se esforçam por imaginar o objecto dos seus trabalhos. Que se passaria, que veríamos se nos pudéssemos aproximar de um buraco negro munidos de um aparelho fotográfico? Que fotografias teríamos de tal viagem no espaço? Os saberes científicos usam ficções: imaginar coisas impossíveis facilita a aplicação de conhecimentos racionais. Os «Que aconteceria se...?», os «E se fôssemos a um mundo regido por leis diferentes das nossas?», fazem plenamente parte das construções científicas. Raciocinar sobre o fictício pode conduzir ao verdadeiro. Não sabemos se os buracos negros existem. Se existissem, não poderíamos vê-los. Além disso, é muito provável que esta viagem nunca seja possível. No entanto, fabricar fotografias fictícias de buracos negros não tem apenas um carácter lúdico.
 
José Carlos Abrantes | 7:12 da manhã | 0 comments
domingo, novembro 26, 2006
A FÁBRICA DO OLHAR Excerto Capítulo XX
Capa do Livro A Fábrica do Olhar
Capítulo XX A CONSTRUÇÃO DO VESTÍGIO Passy, 1980
O desenho de arqueologia necessita de cerca de 18 profissões diferentes, desde o arquitecto responsável pela construção do registo global de um sítio e dos seus objectos até ao artista, especialista em desenhos de objectos líticos destinados às publicações; desde o perito em desenho de computador até ao aguarelista. Traço dos vestígios, este desenho utiliza simultaneamente códigos gerais (que desempenham o papel de passadores, cambistas) e códigos pessoais, definidos pelo desenhador. Deste modo, os traçados de impacto sobre um instrumento de sílex obedecem a códigos gerais, enquanto que a representação do próprio material do instrumento – se existir – decorre da escolha pessoal do desenhador. Alguns códigos actualmente usados são directamente tributários dos gestos da gravura do século XIX; só o seu significado mudou. As estrias paralelas das gravuras do século XIX indicavam as relações de sombra e luz nos instrumentos líticos. Conferiam uma impressão de relevo ao desenho. Ainda utilizadas pelos desenhadores contemporâneos, traduzem hoje também a direcção do impacto de um objecto de percussão.
 
José Carlos Abrantes | 2:55 da tarde | 0 comments
sexta-feira, novembro 24, 2006
A FÁBRICA DO OLHAR Excerto Capítulo XIX
Capítulo XIX O OLHAR ENCANTADO Fractais, 1976

O sucesso dos fractais de Benoît Mandelbrot é cuidadosamente orquestrado; criar uma palavra não basta, é necessário definir o conceito que lhe está associado. De um modo simples, os objectos matemáticos chamados fractais são objectos que conservam mais ou menos a mesma forma, quer sejam observados de muito longe ou de muito perto com a ajuda de um zoom. Trata-se, na verdade, de um zoom matemático: podemos mergulhar infinitamente no interior de uma forma que, porém, nos aparece figurada no plano de um ecrã de computador. A forma de uma costa marítima que não perde a complexidade quando vista de satélite ou quando o grão da rocha é observado ao microscópio, fornece uma ideia intuitiva daquilo que pode ser um objecto fractal. A forma de um floco de neve, que surge tanto recortado quando observado a olho nu ou à lupa, é outro exemplo. Os fractais possuem, porém, uma definição estritamente matemática: um fractal é um conjunto para o qual a dimensão de Hausdorff Besicovitch excede estritamente a dimensão topológica.
Em 1980 , quando dispõem finalmente de computadores relativamente potentes, os matemáticos Douady e Hubbard iniciam a iteração de polinómios de segundo grau de variável complexa . Ficam espantados com os resultados obtidos. As imagens que surgem nos ecrãs são extraordinariamente complexas e rigorosamente organizadas. Não estáticas, mas dinâmicas. Longe de caóticos, os sistemas figurados representam séries de trajectórias seguidas por pontos situados no plano dos parâmetros . As diferentes cores são atribuídas arbitrariamente em função das velocidades dos diferentes pontos. A negro estão os pontos que saltitam no mesmo lugar.
 
José Carlos Abrantes | 6:32 da tarde | 0 comments
quinta-feira, novembro 23, 2006
UM DIA A FALAR DE TELEVISÃO, dia 4 de Dezembro
Na próxima segunda-feira

Dia 4 de Dezembro
No Auditório 1 (Edifício B - Torre), Universidade Nova, Avenida de Berna, 26-C, Lisboa





PROGRAMA
10h Abertura
Presidida por João Sáàgua
Director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Nota de abertura por José Carlos Abrantes

Conferência: La theorie des images dans les nouvelles et la notion de “monstration“ Por Daniel Dayan

11h Intervalo

11h 15
José Pacheco Pereira apresenta o livro
Televisão: Das audiências aos públicos,
Lisboa, Livros Horizonte/CIMJ, 2006


13h Almoço

14h 30 m
Como se tem avançado no conhecimento dos públicos em Portugal?
Os estudos de audiência
Moderador Rogério Santos, Universidade Católica
Luís Queirós, Marktest
Os estudos qualitativos
Cristina Ponte, Universidade Nova

16h Apresentação do livro de Francisco Rui Cádima,
A Televisão 'Light' Rumo ao Digital, editado pela Media XXI. A apresentação será feita por Manuel Maria Carrilho.

16h 45 Intervalo

17h O documentário tem público na Culturgest. E na televisão?
Moderador José Carlos Abrantes
Inês de Medeiros, com visionamento de excertos do seu último filme.
Jorge Wemans, director de a :2

18h 30m Encerramento por Jorge Listopad


O que é o livro
Televisão: Das Audiências aos Públicos
Abrantes, J.C. e Dayan, D. (orgs), Televisão: Das Audiências aos Públicos, Lisboa, Livros Horizonte/CIMJ, 2006.
O livro teve apoio da Fundação Calouste Gulbenkian

Este livro tem contributos de Carlos Fogaça, Daniel Dayan, Dominique Mehl, Eduardo Cintra Torres, Eliseo Veron, Guillaume Soulez, Jean Pierre Esquenazi, John Fiske, José Carlos Abrantes, Jostein Gripsrud, Sabine Chalvon e Todd Gitlin. O livro inclui também uma síntese elaborada por Felisbela Lopes a partir de contributos de António José da Silva, Isabel Ventura, José Jorge Barreiros e Tito Cardoso e Cunha
______
“As palavras são como as cerejas: eis um ditado popular que explica bem esta obra. De facto, Televisão: das audiências aos públicos tem origem num colóquio organizado pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo, na Fundação Calouste Gulbenkian. Aí, Daniel Dayan fez uma intervenção em que se referiu aos públicos de televisão. Na altura questionei o conferencista. A resposta, aludindo à necessidade de criar tipologias de públicos, levou-me a planear e concretizar, em colaboração com este investigador, um outro momento de palavra, um curso da Arrábida.”
José Carlos Abrantes (Org)
________
“Este texto é sobre o produto social da atenção partilhada e sobre as diferentes entidades colectivas (“personae fictae”) que emergem quando essa atenção se realiza pela reacção e resposta. A nossa tarefa vai consistir em olhar de perto as várias “personae fictae” envolvidas na recepção da televisão. A distinção chave vai ser entre públicos e audiências ou, mais exactamente, entre os vários públicos e os diferentes tipos de audiências. “

Daniel Dayan (Org.)


O que é o livro A Televisão 'Light' Rumo ao Digital

Rui Cádima, A Televisão 'Light' Rumo ao Digital, editado pela Media XXI
Uma reflexão em torno do tema da qualidade dos conteúdos televisivos e da sua importância para a Cidadania; pensar a importância social e cultural da televisão num momento estratégico em que se estrutura a migração da televisão analógica para as novas possibilidades de oferta que o digital traz. Capítulos: Televisão ‘light’; Televisão e qualidade; Ambientes digitais; A Migração da Televisão para o Digital; Que regulação para o Audiovisual?
 
José Carlos Abrantes | 11:07 da tarde | 0 comments
COM DANIEL DAYAN, de 4 a 7 de Dezembro
UM DIA A FALAR DE TELEVISÃO
e outras iniciativas com Daniel Dayan, em Dezembro

Nos dias 4, 5, 6 e 7 de Dezembro, Daniel Dayan estará em Portugal para conferências e apresentação do livro Televisão: Das audiências aos públicos, editado na colecção CIMJ/Livros Horizonte.


LISBOA
1 Um dia a falar de televisão
na Universidade Nova, Avenida de Berna,
dia 4 de Dezembro, 2a feira, 10h às 18h
(ver programa detalhado no próximo post)

2 Conferência de Daniel Dayan na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa (ESCS), às 17h, dia 5 de Dezembro, 3a feira: “O terror global – na perspectiva das relações do terrorismo com os média”
a proferir em inglês.

3 Daniel Dayan no Instituto de Ciências Sociais
dia 6 de Dezembro, 4a feira, das 17h às 19h 30m
“A investigação em comunicação: discussão em redor de alguns projectos”.
Sessão com estudantes de pós graduação e investigadores realizada no âmbito do seminário de Teoria Social e Pensamento Contemporâneo orientado por José Luís Garcia.
No Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa
Avenida Professor Aníbal de Bettencourt, 9 1600-189 LISBOA



COIMBRA

4 Conferência de Daniel Dayan na Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Jornalísticos,: La terreur spectacle comme rapport du Terrorisme aux medias.
Às 11h, dia 7 de Dezembro, 5a feira

5 Apresentação do livro
Abrantes , J.C. e Dayan, D (org.), Televisão: Das audiências aos públicos, Lisboa, Livros Horizonte/Cimj, 2006
Apresentação por Isabel Ferin, directora do Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
e por João Paulo Moreira, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
às 12h, no mesmo local


As iniciativas previstas para Lisboa são organizadas por José Carlos Abrantes em colaboração com o Instituto de Ciências Sociais, o Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Nova e a Escola Superior de Comunicação Social. Têm o apoio do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagem (CECL), Instituto Franco-Portugais e da Fundação Calouste Gulbenkian.

As iniciativas previstas para Coimbra são organizadas por José Carlos Abrantes em colaboração com o Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
 
José Carlos Abrantes | 7:47 da tarde | 0 comments
quarta-feira, novembro 22, 2006
UM DIA A FALAR DE TELEVISÃO
Está convidada! Está convidado! Apareça....

Se quiser vir à apresentação do primeiro livro (Abrantes, J.C. e Dayan, D.) será às 11h 15m, entrada livre.
Se quiser vir à apresentação do primeiro livro (Cádima, F.R.) será ás 16h, entrada livre.
Se quiser assistir ao resto do encontro, é aconselhado deixar nome, instituição e contacto por recado de voz ou sms no telefone 93 634 68 53.
 
José Carlos Abrantes | 10:47 da tarde | 0 comments
terça-feira, novembro 21, 2006
AS IMAGENS E NÓS Pintura
"Mas como a pintura é sempre uma superfície projectiva, há num quadro tantos quadros quantos os espectadores que o olham."

Lisa Santos Silva, no Entre/Vistas, de Maria João Seixas.
 
José Carlos Abrantes | 6:37 da tarde | 0 comments
A FÁBRICA DO OLHAR Excerto Capítulo XVIII
Capítulo XVIII A INVENÇÃO DE UMA ARQUEOLOGIA Carl Sagan, 1972

A placa de ouro

No dia 2 de Março de 1972, a sonda Pionner 10 é lançada em direcção a Júpiter. Para a NASA, trata-se já de renovar o «gosto pelo espaço», após o fim um tanto triste das missões lunares Apollo. Germina então a ideia de que as sondas, destinadas – depois de concluída a missão a Júpiter – a alcançar outras galáxias, podiam transportar uma imagem da Terra e dos Terráqueos. Esta ideia vem de Carl Sagan, professor na universidade de Cornell, membro de uma equipa de investigação sobre as naves planetárias automáticas da NASA, altamente reconhecido e condecorado pela realização e análise das fotografias do planeta Marte com a sonda Mariner 9. Carl Sagan, convicto de que pode existir vida noutros lugares, consegue persuadir os dirigentes da NASA da urgente necessidade de significar claramente a origem das sondas terrestres aos habitantes de outros mundos. Por sua proposta, a Pioneer 10 transporta consigo uma pequena placa coberta de ouro com 22 centímetros de comprimento e 15 de largura. Quase inalterável, a placa contém desenhos gravados. Transporta uma imagem de nós mesmos destinada a extraterrestres aleatórios.
Na parte direita da placa estão um homem e uma mulher. O olhar desta para o homem é franco e directo. Vigorosamente assente nas suas duas pernas, erguendo a mão direita com a palma para fora, em sinal de boas-vindas, o homem dirige-se aos futuros observadores, leitores e decifradores da placa. Ela, mais pequena, olha na diagonal, na direcção do homem. Uma ligeira desarticulação coloca-a mais atrás. Ambos são louros, jovens e belos; estão nus e de boa saúde. As proporções dos corpos são perfeitas. O cabelo da mulher é liso. O do homem – imberbe – é ligeiramente ondulado, cortado à ocidental.
Contudo, Carl Sagan afirma vigorosamente ter criado figuras multirraciais: o homem e a mulher não seriam louros: a gravura traçada fora a única responsável por tal efeito. A imagem pretende ser neutra, objectiva, clara, simples, compreensível e amistosa. Um traço de união entre nós e «outros». Os traços de cada um dos rostos resultariam da sobreposição dos principais tipos humanos. Estes rostos compósitos, retratos-robô da humanidade, estariam habilitados para falar em seu nome.
 
José Carlos Abrantes | 6:35 da tarde | 0 comments
MORREU
 
José Carlos Abrantes | 5:29 da tarde | 0 comments
NOVO FILME de Pedro Costa
"JUVENTUDE EM MARCHA(2006- Portugal / França / Suíça), o novo filme de Pedro Costa que esteve em competição no último festival de Cannes tem estreia nacional marcada para o dia 23 de Novembro, em Lisboa (cinema Nimas), Amadora (Cineteatro Recreios da Amadora), Porto (Cinemas Cidade do Porto) e Coimbra (cinemas Dolce Vita), e Setúbal (cinema Charlot).
Produzido e distribuído pela Contracosta, o filme é protagonizado por Ventura, Vanda Duarte, António Semedo, Alberto Barros entre outros habitantes do Bairro das Fontaínhas, já filmado por Pedro Costa em Ossos e No Quarto da Vanda.

Este novo filme continua e prolonga o trabalho que Pedro Costa tem realizado ao longo dos últimos anos junto da comunidade cabo-verdiana do bairro das Fontaínhas ˆ de que resultaram os filmes OSSOS e NO QUARTO DA VANDA, ambos reconhecidos e aclamados nacional e internacionalmente.
JUVENTUDE EM MARCHA é um olhar sobre as transformações radicais que as comunidades destes bairros „degradados‰ estão actualmente a sofrer e adopta o ponto de vista de Ventura, um imigrante caboverdiano, operário da construção civil, reformado, que assiste aos últimos dias da sua „cidade de barracas‰ e às profundas mudanças de comportamento e relação que o realojamento num outro bairro dito „social‰ vem estabelecer. O princípio de uma nova vida mais digna, legal e salubre mas também o fim de uma certa ideia de vivência e solidariedade inventada num quotidiano precário.

Depois da estreia portuguesa, JUVENTUDE EM MARCHA entrará no circuito comercial em França, Holanda, Bélgica, Coreia do Sul e Japão e, entretanto, tem projecções agendadas nos Festivais de Roterdão, Vancouver, Londres, Turim, Viena, Seoul, Buenos Aires entre muitos outros.

JUVENTUDE EM MARCHA foi votado pelas revistas Cahiers du Cinema (França), Film Comment (Estados Unidos), Letras de Cine (Espanha) e Film Critica (Itália) o melhor filme de Cannes 2006.


CARTA

Nha cretcheu, meu amor,

O nosso encontro vai tornar a nossa vida mais bonita
Por mais trinta anos.

Pela minha parte,
volto mais novo e cheio de força.

Eu gostava de te oferecer 100 000 cigarros,

uma dúzia de vestidos
daqueles mais modernos,

um automóvel,

uma casinha de lava
que tu tanto querias,

um ramalhete de flores
de quatro tostões.

Mas antes de todas as coisas
Bebe uma garrafa de vinho do bom,

e pensa em mim.

Aqui o trabalho nunca pára.

Agora somos mais de cem.

Anteontem, no meu aniversário
Foi altura de um longo pensamento para ti.

A carta que te levaram
chegou bem?

Não tive resposta tua.

Fico à espera.

Todos os dias, todos os minutos,

todos os dias, aprendo umas palavras
novas, bonitas,

só para nós dois.

mesmo assim à nossa medida,
como um pijama de seda fina.

Não queres?

Só te posso chegar
uma carta por mês.
Ainda sempre nada da tua mão.

Fica para a próxima.

Às vezes tenho medo de construír estas paredes
Eu com a picareta e o cimento

e tu, com o teu silêncio.

Uma vala tão funda que te
empurra para um longo esquecimento.

Até dói cá dentro ver estas coisas más
que não queria ver.

O teu cabelo tão lindo cai-me das mãos
como erva seca

Às vezes perco as forças
e julgo que vou esquecer-me."

recebido do Institut Franco Portugais
 
José Carlos Abrantes | 1:56 da tarde | 0 comments
segunda-feira, novembro 20, 2006
A FÁBRICA DO OLHAR Excerto Capítulo XVII
Capa do Livro A Fábrica do Olhar
Capítulo XVII OLHARES SUBMARINOS Jean Painlevé (1907-1989)


O aparecimento da câmara

Se não tivesse uma câmara, se dispusesse apenas da máquina fotográfica, Jean Painlevé nunca teria dado a descobrir aos seus contemporâneos o beicinho amuado do hipocampo ou a pá em cruzes da cauda dos camarões. O facto de os seus filmes serem «biológicos», como dizia de si próprio, não significa que obedeçam às regras do documentário científico clássico. É verdade que convidam à descoberta das espantosas formas dos invertebrados marinhos, mas não «ensinam» nada, se «ensinar» consiste em transmitir conhecimentos escolares. Esse não é o seu objectivo. O seu cinema procura, inventa, funda.
A obra cinematográfica de Jean Painlevé continua a ser ainda pouco conhecida; no entanto, marcou fortemente o público sem televisão da época anterior à Segunda Guerra Mundial. As suas imagens inauguraram, para o grande público, a descoberta dos invertebrados marinhos. O filme O Hipocampo, realizado em 1935, acompanhado de comentários deliberadamente antropomorfos, conheceu um verdadeiro sucesso público. O espantoso cavalo-marinho era usado em broches, brincos e bordado nas camisolas, como um sinal de ligação ou de pertença. Na verdade, Jean Painlevé, o chistoso, divertia-se a eliminar as fronteiras. Detendo-se neste peixe macho que toma conta dos filhos na sua bolsa ventral, demonstrava que a divisão social do trabalho entre homens e mulheres não tinha fundamentos biológicos. E no metropolitano falava-se destas mudanças na divisão das tarefas. O hipocampo tornara-se – para todos – emblema de aspiração à liberdade.
 
José Carlos Abrantes | 12:47 da manhã | 0 comments
sábado, novembro 18, 2006
FALAR DE IMAGENS Direito à Imagem
Hoje, sábado, o Público, na secção Media, faz um relato do Debate na Almedina
"O direito à imagem ou "a boa e a má" fotografia
Ana Machado

Um jornalista, um advogado e um fotojornalista discutiram até onde pode ir a objectiva da máquina fotográfica

Da fotografia de rua ao jornalismo de cidadãos, passando pelo fenómeno paparazzi, são muitas as hipóteses que a captação de imagem tem para pôr à prova o direito à imagem de cada indivíduo. Um jornalista, um advogado e um fotojornalista juntaram-se na quinta-feira em Lisboa, a convite da livraria Almedina, para debater, no âmbito do Ciclo Falar de Imagens, onde fica a lei e até onde pode ir a lente da máquina.
Philip-Lorca diCorcia, célebre fotógrafo de rua, decidiu, em 1999, instalar um tripé e uma máquina fotográfica em plena Times Square, em Nova Iorque e, seguindo a velha tradição da fotografia de rua, à boa maneira de expoentes máximos como Henri Cartier-Bresson, tirou uma série de retratos de anónimos que por ali passavam. O trabalho durou dois anos e terminou numa exposição muito apreciada. O estado de graça da mostra durou pelo menos até Erno Nussenzweig, judeu ortodoxo, ter apanhado o catálogo, por acaso, e ter descoberto que tinha sido um dos anónimos apanhados pelos instantâneos de diCorcia. Chamou o advogado e exigiu não só que retirassem a sua fotografia do catálogo, como exigiu dois milhões de dólares de indemnização compensatória."(...)


Acrescento mais algumas palavras de Fancisco Teixeira da Mota. Os enquadramentos não são famosos, mas o que conta são mesmo as palavras sobre as imagens.

 
José Carlos Abrantes | 11:21 da tarde | 0 comments
sexta-feira, novembro 17, 2006
Seminário Internacional "Educação em Imagens" - 10 a 12 de Dezembro de 2006
No Só Textos pode ler uma circular sobre o Seminário Internacional Educação em Imagens, que terá lugar a 10, 11 e 12 de Dezembro. O seminário é uma iniciativa conjunta do CEAS e da AporDoc e terá lugar no ISCTE.

(Informação enviada por Leonor Areal).
 
José Carlos Abrantes | 7:37 da tarde | 0 comments
PROJECTO PARA A EXCELÊNCIA NO JORNALISMO
Reactivei o blogue Os Media, o Jornalismo e Nós onde lancei o seguinte desafio:

"Na última crónica que escrevi no DN, na passada terça feira dia 15, defendi que seria interessante Portugal ter um Projecto para a Excelência no Jornalismo.
Será que tem sentido tentar levar à prática esta ideia? Porquê? O que deveria ser feito nesse projecto? Como se poderia iniciar e desenvolver esta iniciativa?
Na era da internet, a opinião de cada um pode ser facilmente expressa e publicada. Se receber resposta sobre o assunto, assim o farei no meu site e/ou blogue (salvo indicação em contrário)."
 
José Carlos Abrantes | 12:44 da tarde | 0 comments
quinta-feira, novembro 16, 2006
FALAR DE IMAGENS III

Na Livraria Almedina discutiu-se à direito à imagem. Primeiro Pedro Ornelas referiu o que se passou no seu blogue e assinalou um caso ocorrido em Nova York: um fotografado exigiu uma indemnização ao autor das fotografias (ver texto do New York Times em SÓ TEXTOS.
Inês Levy veio contar como um dia se viu na primeira página de A Bola na sequência de ter pintado a cara com as cores da bandeira portuguesa, no Euro 2004. A seguir Adriano Miranda defendeu que as fotografias não deveriam ser classificadas em arte e não arte: toda a a fotografia é uma fotografia. O fotojornalista mostrou que era na edição que as fotos punham mais problemas, mas considerou que era diferente fotografar o mesmo mendigo, conforme a posição editorial do jornal.


Francisco Teixeira da Mota relatou casos da sua experiência de advogado do Público, de outros da jurisprudência portuguesa e mesmo de casos analisados no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Quem assistiu ficou ciente que há zonas cinzentas no direito que impedem respostas taxativas, preto no branco. Foi um prazer cheio de utilidade estar na Almedina entre as 19h e as (quase) 21h.



Adriano Miranda


Francisco Teixeira da Mota
 
José Carlos Abrantes | 11:58 da tarde | 0 comments
quarta-feira, novembro 15, 2006
HOJE, FALAR DE IMAGENS III


Falaremos ainda desta primeira página de A Bola, uma primeira página do Euro 2004 (fotografia ao lado).


Pedro Ornelas fez as fotografias (publicadas mais abaixo) na esquina do Largo Camões, em Junho. Podemos fotografar assim sem ilegalidade ou violação de princípios éticos? E publicar na net ou numa exposição? Ou mesmo ganhar directa ou indirectamente dinheiro com imagens “roubadas”? Não me refiro directamente ao Pedro Ornelas, mas a outras situações que se tornaram hoje moeda corrente na indústria dos media e no mundo dos blogues.
Se for ao blogue O Céu sobre Lisboa encontrará 37 comentários à publicação destas fotos e alguns problemas que serão retomados no debate, seguramente.

Foto de Pedro Ornelas

Foto de Pedro Ornelas

Foto de Pedro Ornelas

Foto de Pedro Ornelas

Aquiencontra um texto, The Theater of the Street, the Subject of the Photograph, sugerido por Pedro Ornelas para o debate de amanhã.

FALAR DE IMAGENS III
DIREITO À IMAGEM

Folhetoexterior

Dia 16 de Novembro, 5a feira, às 19h

O que está consagrado na lei portuguesa sobre as imagens? Teremos direito e possibilidade de nos opormos a que outros nos transformem em imagens? Ou a liberdade de expressão é um valor acima de outros condicionalismos?

Adriano Miranda, fotojornalista
Francisco Teixeira da Mota, advogado
Depoimento de Pedro Ornelas.
Moderador: José Carlos Abrantes

Na Livraria Almedina, Atrium Saldanha

Organização José Carlos Abrantes e Livraria Almedina

Mais informações
aqui
 
José Carlos Abrantes | 6:25 da tarde | 0 comments