O Mário colocou o nome Bertillon, num comentário a este post. Sim, claro. Adolphe Bertillon. Mas que relação temos com estas imagens? A mais directa e imediata. De facto, cada um de nós já fez fotografias para o bilhete de identidade ou outro documento de identificação. Felizmente, poucos de nós, fizemos fotografias para identificação depois de um acto ilícito. Quer num quer noutro caso, estamos ligados à imagem proposta de Bertillon que viveu entre 1853 e 1914. Em 1882, Bertillon cria um serviço de identificação junta da polícia. Toda a pessoa que era detida devia dar origem a uma ficha onde eram anotados sinais fiscos particulares como cicatrizes, traços formais do nariz e da boca e descrição de sinais corporais característicos como as orelhas. E claro, a ficha era completada por fotografias de face e de perfil do detido. A orelha era considerada um desses sinais físicos que marcavam as características individuais e de dificil dissimulação. Um olhar longe do encanto que poetas e românticos lançam sobre esta, como outras, partes do corpo.
Bertillon escreveu La Photographie Judiciaire, em 1880 e nunca compreendeu a importância das impressões digitais, tendo-se oposto a este método de identificação.
Ver Frizot, M., Histoire de Voir, Le medium des temps modernes (1880-1939), Paris, CNP, 1989.