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terça-feira, fevereiro 28, 2006
IMAGENS: O SALTO DA ORCA

 
José Carlos Abrantes | 12:25 da tarde | 0 comments
IMAGENS PARA A MUDANÇA

 
José Carlos Abrantes | 12:21 da tarde | 0 comments
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
PROVEDORIAS de hoje, no DN

Aproximar o que está longe
José Carlos Abrantes

O primeiro estatuto editorial deste jornal proclamou princípios ainda hoje actuais: “O Dário de Notícias - o seu título o está dizendo – será uma compilação cuidadosa de todas as notícias do dia, de todos os países e de todas as especialidades, um noticiário universal.”

Nos manuais de jornalismo ensinam-se algumas “leis” que devem presidir à escrita dos jornalistas. Uma delas é conhecida como a lei da proximidade geográfica. “O leitor concede tanto mais interesse a uma informação quanto mais essa informação diz respeito a algo que se passa na proximidade do leitor. (...) também é conhecida pela lei do morto por quilómetro: um morto no local de vida do leitor interessa-lhe mais do que cem mortos a 10 000 kms.
Quando um jornalista de um jornal nacional ou regional tem que escrever sobre um acontecimento longínquo, tenta sempre fazê-lo sob o prisma das realidades vividas pelo leitor: repercussões para o país ou região, testemunho de uma pessoa do país ou da região presente no local do acontecimento relatado.” (1)
Não se pode negar a clareza da regra. Embora não possa ser regra única, nem absoluta pois, por vezes, acontecimentos longínquos têm, legitimamente, maior repercussão noticiosa do que factos ocorridos ao virar da esquina. O 11 de Setembro, Timor, os atentados de Madrid no 11 de Março, o tsunami, os tumultos em França, ou a descoberta em diversos países da gripe das aves, mostram claramente que a notícia aproxima o que está longe. Não apenas a notícia esporádica, mas também o tratamento sistemático, com o envio muitas vezes de jornalistas ao local dos acontecimentos e com o recurso a especialistas e correspondentes instalados nos locais das ocorrências. As agências internacionais, por sua vez, lançam também, a cada minuto, despachos noticiosos a partir de vários pontos do globo. Mais uns de que outros pois, 26 anos depois do Relatório MacBride, existe ainda um forte desequilíbrio no fluxo de informação produzido pelos países do norte e do sul. Poderá sempre questionar-se se os mortos podem ser medidos aos quilómetros. Mas tal crua formulação não está apenas nas regras da escrita jornalística. Reside também no comportamento de cada um de nós, fazendo ou não este princípio válido, na nossa condição de público dos media.
Alguns leitores têm questionado o posicionamento do DN , nas notícias sobre o mundo, em casos pontuais. Importa sublinhar que o jornal dedica diariamente cinco, seis páginas ao Internacional, fazendo muitas vezes temas , destaques e chamadas de 1a página. O primeiro estatuto editorial deste jornal proclamou princípios ainda hoje actuais: “O Dário de Notícias - o seu título o está dizendo – será uma compilação cuidadosa de todas as notícias do dia, de todos os países e de todas as especialidades, um noticiário universal.”
Um leitor contestou recentemente notícias dessa secção. “Porque será que não se vê um artigo sobre o desastre das Filipinas mas há espaço para os artigos sobres os acidentes rodoviários na A1?” perguntou Henrique Craveiro. Este leitor, cidadão português, reside habitualmente em França e está temporariamente a viver nos EUA. Teve apenas acesso à edição on line, actualmente em remodelação e com muitas falhas, como em anterior crónica foi justificado pelo director. O e-mail deste leitor é do dia 21. Nos dias 18 e 19 o DN noticiou, na edição papel, o desastre filipino como seria de esperar dado o inesperado da situação, a tensão dramática e as vidas humanas que se perderam. Na edição de 19 a notícia ocupava quase dois terços de página e no dia anterior o assunto tinha sido chamado à 1ª página: Catástrofe Mais de 200 mortos nas Filipinas, com uma notícia de um terço de página. Nos dias seguintes não terá havido outras informações sobre o assunto, como tantas vezes. O turbilhão da actualidade vai apagando alguns assuntos para dar nova vida a outros. Por isso poderemos sempre desejar mais e melhor informação sobre o mundo lá de fora. A vida na era da globalização altera a relação dos leitores com a informação, tornando alguns cada vez mais exigentes e mostrando que outros contextos de recepção podem alterar o modo como se lêem as notícias. É o caso da reacção vinda da China, publicada no Bloco Notas.
(1) Adaptado de Philippe Bachmann, Communiquer avec la presse écrite et audiovisuelle, Paris, Centre de Formation et Perfectionnement des Journalistes, 1994. Ver as outras “leis” em Só Textos (sotextosmesmo.blogspot.com/)




BLOCO NOTAS

O DN visto da China
“Escrevo a V. Exa. para lhe comunicar o quão deprimido qualquer pessoa fica ao ler o DN, logo na primeira página.
Estou a viver na China há cinco meses e, de vez em quando, ainda me aventuro a ler o DN online, mas é sempre tão mau e deprimente que decidi hoje deixar de o fazer. Será que não há notícias mais interessantes no nosso País do que a ameaça de processo por parte dos notários, uma senhora que não quer deixar uma das CINCO casas que vão ser demolidas na Amadora e um rapaz que foi agredido na Casa do Gaiato?
Será que nada de realmente importante aconteceu em Portugal? Será que não podem pôr na primeira página alguma coisa sobre o desenvolvimento da Economia, as relações internacionais do País ou qualquer outra coisa com o mínimo de relevância?”
(...) Diogo de Sousa e Alvim


Mulheres em notícia
No dia 16 de Fevereiro o DN assinalou um estudo realizado pela World Association for Christian Communication. A peça, da autoria de Marina Almeida, era intitulada “Mulheres são jornalistas, homens são notícia”. O estudo foi realizado em 76 países, embora com recolha de dados num só dia, e procurou assinalar a presença das mulheres nas notícias. Segundo Maria João Silveirinha, docente da Universidade de Coimbra, entrevistada na peça, “há cinco notícias de homens para uma de mulheres, quando mais de 50% da população mundial são mulheres.” Por outro lado, Lígia Amâncio, docente no ISTE, reagiu a um e-mail que lhe enviei: “(...) É como se uma burka cobrisse o conhecimento: os números são sempre duvidosos, (...) e em relação ao estudo sobre os media não faltará quem venha dizer que "não é representativo" "afinal foi só um dia", "se fosse no dia seguinte já era diferente..." etc. etc. Numa Conferência que fiz numa instituição de investigação em ciências da vida, onde apresentei os dados sobre a desigualdade das carreiras dos cientistas homens e mulheres, confrontei-me com este fenómeno de negação e fiquei assustada - se cientistas se tornam de tal maneira irracionais perante este assunto, isto diz muito do tamanho do preconceito que envolve toda a questão.” Afinal não é só o jornalismo, mas é também o jornalismo que contribui para situar, socialmente, os diferentes grupos sociais.

Escreva
Escreva sobre a informação do DN para provedor2006@dn.pt: “A principal missão do provedor dos leitores consiste em atender as reclamações, dúvidas e sugestões dos leitores e em proceder à análise regular do jornal, formulando críticas e recomendações. O provedor exercerá, simultaneamente, de uma forma genérica, a crítica do funcionamento e do discurso dos media.”
Do Estatuto do Provedor dos Leitores do DN

Para outros assuntos : dnot@dn.pt
 
José Carlos Abrantes | 5:09 da tarde | 0 comments
FALAR DE BLOGUES NO FEMININO/MASCULINO

A Sabine escreveu no blogue Insustentável Leveza um post sobre a condição feminina. E diz que "Nunca me preocupei muito com a condição feminina. Mas há pouco tempo fui confrontada com a questão de saber se há ou não uma escrita feminina. Na minha opinião, não há. Depois, tomei consciência das dificuldades que as mulheres passam para alcançar poder político."


 
José Carlos Abrantes | 12:19 da tarde | 0 comments
FALAR DE BLOGUES

vale a pena ir também ao Controversa Maresia. A Vieira do Mar vai ser uma das convidadas do Falar de Blogues, no dia 3.

Um dos seus posts recentes é este:
"Um bom blogue é aquele cujo tempo a que obriga foi subrepticiamente subtraído a uma parte qualquer da vida de quem o escreve (e uma parte importante!). Um bom blogue, meus caros, tem que ter vida roubada dentro. E esta, sim, é uma regra que podem reduzir a escrito. "

Alguém discorda?
 
José Carlos Abrantes | 11:52 da manhã | 0 comments
domingo, fevereiro 26, 2006
PROVEDORIAS

O Provedor do Público volta ao tema da publicidade a partir de um email de Rogério" Santos.

"O Livro de Estilo do PÚBLICO estipula que “o material publicitário vem sempre graficamente assinalado, de forma clara e explícita, que evite confusões ou associações ambíguas à mancha
informativa”, mas a publicidade do Banco Espírito Santo (BES) não está assinalada com a menção PUB (ou PUBLICIDADE).
O facto de as três primeiras letras do título do jornal – “PÚB” – não terem sido ocultadas pelo autocolante do BES só pode ser consequência do acaso. O provedor exclui, obviamente, qualquer intenção maliciosa (ou perversa).
O problema com a publicidade do BES é, sobretudo, o desrespeito de algo sagrado: o próprio título do jornal.
O PÚBLICO prescindiu, erradamente, da sua imagem.
E o título não se resume apenas a uma mera marca comercial, porquanto identifica o jornal perante os seus leitores e a opinião pública em geral."!"
 
José Carlos Abrantes | 8:46 da tarde | 0 comments
sábado, fevereiro 25, 2006
PROVEDORIAS

O provedor do Le Monde, Rober Solé escreve hoje sobre Le tribunal médiatique. As críticas sobre o modo como a justiça francesa lidou com o caso d'Outreau viram-se agora também contra os jornalistas.

"Des magistrats ne se sont pas privés de nous faire part de leurs sentiments. "Si Fabrice Burgaud a commis des fautes, écrit Fabienne Nicolas, juge d'instruction à Nancy (Meurthe-et-Moselle), il doit en répondre devant le Conseil supérieur de la magistrature et non face à des médias à la recherche d'une victime expiatoire de leurs propres errements, ni face à une commission parlementaire transformée en tribunal populaire et en tribune politique. Souvenez-vous, messieurs les journalistes, de votre promptitude en 2001 à dénoncer ces "monstres pédophiles" et à les jeter en pâture à l'opinion publique ; souvenez-vous de vos unanimes propos sur le caractère sacré de la parole de l'enfant, sur la nécessaire sévérité de la justice envers ces bourreaux, sur l'incapacité des juges à démanteler des réseaux de pédophilie que vous imaginiez partout !"

Robert Solé, depois de mostrar que o Le Monde se diferenciou dos outros jornais, acaba:

"Une fois de plus, des lecteurs n'acceptent pas qu'après avoir été acteurs d'un événement les journalistes s'en dégagent, prennent une posture de procureurs ou de simples observateurs et commencent à distribuer les mauvais points."
 
José Carlos Abrantes | 6:05 da tarde | 1 comments
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
ELECTRICIDADE NO AR

 
José Carlos Abrantes | 10:22 da tarde | 0 comments
SEMINÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

na Universidade Católica: ver aqui.
 
José Carlos Abrantes | 10:56 da manhã | 0 comments
FALAR DE BLOGUES

Outra presença confirmada no Falar de Blogues Masculino/Feminino é Rititi,que a 16 de Fevereiro escrevia sobre casos de violência em Espanha protagonizados por adolescentes:

"E depois vem a conversa do costume: o meu Cristiano, violador de deficientes mentais em descampados? A Kátia Vanessa, vendedora de pastilhas na hora do recreio? Impossível, não pode ser, juro pela minha saúde que se trata de uma infâmia, de terríveis calúnias! A culpa é dos filmes, sotôr, da PS2 e dos videoclipes musicais que eles vêm na televisão do seu quarto (??????) enquanto eu estou a trabalhar. Sabe como é, uma mulher sai casa nem de dia é e só volta para a hora de fazer o jantar e pôr três máquinas, arrumar a casa, passar a ferro e levar o cão – do menino - à rua. A vida não está fácil e as crianças precisam de coisas, calças de marca, ténes caros, emepetres e computadores para fazerem os trabalhos de casa: que não lhes falte de nada, minha senhora, não vá a Elisabete ficar traumatizada por comparação e a tenha que meter no psicólogo."
 
José Carlos Abrantes | 10:30 da manhã | 0 comments
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
UMA TESE DE DOUTORAMENTO

Defesa de tese de doutoramento de Estrela Serrano (Para um estudo do jornalismo em Portugal, 1976 - 2001. Padrões jornalísticos na cobertura de eleições presidenciais), no dia 3 de Março, pelas 15:00, no auditório Afonso de Barros, ISCTE (Lisboa).

retirado do Indústrias Culturais
 
José Carlos Abrantes | 11:24 da tarde | 0 comments
VIDEO

Não há duas sem três. Mas chega, por hoje, aqui.

 
José Carlos Abrantes | 6:14 da tarde | 0 comments
VIDEO

Outro exemplo vindo do mesmo site
 
José Carlos Abrantes | 6:09 da tarde | 0 comments
VIDEO

Fui buscar ao You Tube o primeiro video que aqui coloco. Foi a Denise, do Síndrome de Estocolmo que fez um post dando indicações sobre como se põem videos on line. A partilha de saberes é um dos fascínios da net.

 
José Carlos Abrantes | 5:51 da tarde | 0 comments
FALAR DE BLOGUES

vale a pena ir ao A Origem das Espécies , de Francisco José Viegas. Vai ser um dos convidados do Falar de Blogues, no dia 3.
 
José Carlos Abrantes | 1:03 da tarde | 0 comments
POESIA NO JARDIM DE INVERNO

do Teatro S. Luís, em Lisboa. A última sessão é no sábado 25, às 18h 30, com Diogo Dória (que lê poemas), José Mario Silva e Pedro Mexia. Moderação de Nuno Artur Silva.

Postal
 
José Carlos Abrantes | 12:31 da tarde | 1 comments
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
TELEVISÃO: UM LIVRO

capa

As Edições MinervaCoimbra apresentam, no próximo dia 3 de Março, pelas 18h30, no El Corte Inglés,

O RECONFORTO DA TELEVISÃO: Uma visão diferente sobre a tragédia de Entre-os-Rios

(nº 43 da Colecção Comunicação dirigida por Mário Mesquita)

da autoria da jornalista Daniela Santiago

A apresentação da obra estará a cargo do Prof. Doutor José Manuel Paquete de Oliveira.

A sessão realiza-se às 18h30, no restaurante do piso 7 do El Corte Inglés, Av. António Augusto de Aguiar, 31, em Lisboa.
 
José Carlos Abrantes | 10:35 da tarde | 0 comments
BLOGUES NO FEMININO, segundo Le MONDE


Skyblog confirme ainsi son statut de premier éditeur de blogs en Europe. Une véritable communauté : au total, quelque 2,5 millions d'adolescents qui tiendraient en ligne leurs journaux sur le site Web, associé à la radio Skyrock.

Cette radio, particulièrement en pointe au moment des émeutes de banlieue, s'adresse déjà essentiellement aux 13-24 ans – ils sont 9 millions en France –, une génération qui s'est rapidement approprié les nouveaux outils de dialogue et d'échange. "Ils sont les natifs du numérique, explique Pierre Bellanger, le patron de Skyrock. C'est la première fois qu'une génération s'adresse à elle-même sans intermédiaire." Plus généralement, selon une étude Médiamétrie publiée le 15 décembre 2005, 8 blogueurs sur 10, en France, auraient moins de 24 ans. La radio des ados, au ton très libre, adepte de l'interactivité, a fort logiquement capté un grand nombre d'entre eux avec Skyblog, qui devance de très loin les plates-formes des deux géants du Net que sont MSN et Google.

Ces 3,5 millions de petits journaux personnels représentent de 500 000 à 1 million de messages par jour et à peu près 1 gigabit de données qui transitent chaque seconde sur le réseau. Une base de données sociologique d'envergure, sur laquelle le CNRS (Centre national de la recherche scientifique) est en train de plancher. En attendant les résultats, chez Skyrock, on sait déjà que les filles – qui tiennent plus de journaux intimes sur papier – publient plus que les garçons. L'enquête Médiamétrie confirme la tendance : selon l'institut, 54 % des blogueurs sont de sexe féminin.
 
José Carlos Abrantes | 4:48 da tarde | 0 comments
Au bonheur des Dames
et des Hommes...

É já para a semana que recomeça o FALAR DE BLOGUES
Organização: José Carlos Abrantes e Almedina

Falar de Blogues: Feminino/Masculino
3 de Março, 19:00 horas

A Origem das Espécies , Francisco José Viegas
Controversa Maresia , Sofia Vieira
Geração Rasca , André Carvalho
Rititi , Rita Barata Silvério

Continuamos a discussão iniciada em 2005: haverá mesmo diferenças entre blogues femininos e masculinos? Que diversidade se pode encontrar nos blogues assinados por mulheres?

Na Livraria Almedina Atrium Saldanha, Loja 71 2º Piso Lisboa
 
José Carlos Abrantes | 12:01 da manhã | 0 comments
terça-feira, fevereiro 21, 2006
IMAGENS: CINEMA

Vi Munique e Match Point. O primeiro, a partir de factos reais, é uma narrativa que tem o mérito de deixar muitas questões no ar. Nem palestinianos, nem israelitas saem incólumes do olhar de Spielberg. A tomada de reféns e a sua eliminação nos Jogos Olimpicos de Munique é-nos contada durante todo o tempo do filme, cruzando esse tempo com o da acção dos "vingadores" em momentos posteriores. As imagens de televisão da época são fundidas no espaço fictício cinematográfico onde a acção dos assaltantes se desenrola. Vários espaços se vão entrelaçando obrigando o espectador a uma atenção constante para situar os espaços (e os tempoos) em que a acção se desenrola.

O filme de Woody Allen parece querer dizer que os temas deste cineasta foram revigorados ao sair de Nova York para Londres. De facto, estamos numa história de gente nova onde os mais velhos também têm lugar. Os diferentes estados de alma que a narrativa vai criando são de grande complexidade. Logo no início a bola de ténis que fica fixa, em paralítico, enquanto a voz off nos explica que a sorte a pode fazer cair para um ou outro lado da rede. E essa tese central do filme acaba por ter expressão, aqui e além, de forma mais viva, na parte final. Mas em todo o filme Allen demonstra grande perícia em nos dar com planos curtos muitas informações e em contrapôr sequências que nos dão, com crueza ou ironia, os sentimentos familiares opostos à trangressão, a ascensão profissional e social aos desejos que a bela Scarlett Johannson lança à sua volta, ou as expectativas de gravidez da jovem casada com a gravidez não desejada.

Os dois filmes geram muitas questões. Serão as imagens assim tão simples e "primitivas" como por vezes se considera? Ou estaremos face a duas obras que nos tornam mais complexos, mais interrogativos face ao mundo e a nós próprios? Relacionamo-nos com os outros, relacionamo-nos com as imagens. E esta relação com as imagens é também uma relação com os outros, que antes estiveram connosco ou que, um dia virão a estar. Nessa altura teremos Munique dentro de nós. Bem como o Match Point. Que a sorte nos proteja! Que a guerra se afaste!
 
José Carlos Abrantes | 2:11 da tarde | 0 comments
3º encontro weblogs

ver mais informação em SÓ TEXTOS ou aqui.
 
José Carlos Abrantes | 10:57 da manhã | 0 comments
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
AZUL

azules, originally uploaded by besia.

"Creo que el azul es mi color favorito. No se por qué, no?"

Uploaded by besia on 8 Apr '05, 11.04pm CVT.

 
José Carlos Abrantes | 10:35 da tarde | 0 comments
PROVEDORIAS

Imagens que transformam
José Carlos Abrantes

As imagens têm características para além da sua dimensão representativa. Uma delas é a de poderem originar movimentos nos que com elas se relacionam.

O Ocidente viveu intensamente uma polémica sobre as imagens na Idade Média. Vale a pena recordá-la agora quando os cartoons dinamarqueses voltaram a avivar os poderes das imagens. Nessa época havia sobretudo imagens religiosas. Ora, os ícones religiosos, ao representarem Deus e santos, colocavam um problema peculiar. As imagens representavam, tornando o ausente presente. Mas conteriam elas a energia da santidade? Na época a questão foi fracturante, diríamos hoje. Diferentes decisões foram criando doutrinas contraditórias. O último dos Concílios de Niceia, no século VIII, proibiu que a imagem tivesse a capacidade de conter os poderes da santidade. Foi estatuído que a imagem seria apenas uma representação. A imagem não poderia conter poderes de quem é representado.
Esta concepção sobre a imagem continua a ser a mais partilhada. O que quer dizer a imagem? O que representa? Esta característica leva a uma interrogação essencial no domínio do jornalismo. A imagem de informação deve representar os acontecimentos, logo deles deve ter elementos que mostrem a situação descrita ou evocada. Porém, como toda a imagem material é fabricada com recurso a mediações técnicas, a representação reflecte as potencialidades e os limites das técnicas que as criam, das linguagens e da personalidade de quem regista. Por outro lado, evocar um objecto ou uma situação através de uma imagem pode ser melhor conseguido através traços que os evoquem e não apenas a partir de traços “realistas”. A caricatura é um bom exemplo destas imagens, pois os traços desse tipo de desenho são sempre exagerados face às proporções ou situações reais. Já noutros domínios, como a arte, a imagem nem sempre representa. Algumas imagens são expressão do artista ou manifestam uma preocupação de relação com quem vê, situando-se fora da representação. Os questionamentos de tipo representativo são por isso, nestes casos, pouco adequados.
Mas as imagens têm características para além da sua dimensão representativa. Uma delas é a de poderem originar movimentos nos que com elas se relacionam.
Por isso paramos face a um stop na estrada. Se virmos uma sinalização de uma mina, como acontece em certos locais de Angola, afastar-nos-emos, receosos, desse local. Estas imagens implicam um movimento do nosso corpo, têm uma capacidade de transformar um estado, exigindo uma mudança de direcção, por exemplo. Assim se revela a capacidade de transformação das imagens. Há casos muito conhecidos, no domínio social e dos media, de movimentação social por causa de imagens. Um jornalista, Jacob Riis, usou a fotografia mostrando as condições insalubres em que viviam os imigrantes que chegavam a Nova York no fim do século XIX, tendo, com isso influído na criação de melhores condições para os recém-chegados. Já nos anos 90 um vídeo amador mostrou um cidadão americano, Rodney King, a ser brutalmente espancado por polícias. O espancamento e uma primeira decisão judicial favorável a um dos polícias, agitou a comunidade negra e incendiou Los Angeles. O mundo discutiu os direitos humanos e a arbitrariedade que tais imagens revelaram. Mais recentemente atrocidades numa cadeia do Iraque foram descobertas pela fotografia. E Timor instalou-se na consciência global a partir das imagens do massacre no cemitério de Santa Cruz. Por maiores diferenças que existam nestes casos há um traço comum: as imagens podem fazer agir, provocar mudanças no que pensamos, mas também no que fazemos.
Por último, as imagens teriam a virtualidade de nos envolver e de nos mergulhar em estados comuns. Numa ida ao cinema essa partilha é física, mas esta pode também ser mais imaterial. Este envolvimento na imagem é, por um lado colectivo, mas por outro é também interior, pessoal.
Este quadro tem algum valor explicativo para a situação gerada pelos cartoons dinamarqueses. E exige mesmo que discutamos as imagens fora da matriz do citado concílio, no século VIII. Sugerirá também que pensemos que o “pretexto” das imagens foi o mais adequado e que outros “pretextos” poderiam não ter sido tão mobilizadores para o mundo do Islão.
(1) Para as funções da imagem aqui descritas ver Serge Tisseron, Psychanalyse de l’image, Paris, Dunod, 1995, páginas 157-176.

BLOCO NOTAS
Escolhas
Um dos debates que constantemente atravessa o jornalismo é o da objectividade versus subjectividade. Do jornalismo como espelho passou-se ao jornalismo como prisma. Dos jornalistas que mostram a realidade passou-se para os jornalistas que agem sobre a realidade. Na era das fronteiras ténues tudo é difícil de definir com precisão. Mas algumas distinções haverá entre as histórias que o público lê como “mentirosas” (ou fictícias) e as outras que o mesmo público lê como se estas devesem relatar o que se passou, o que ocorreu. Na imagem essa distinção também é cada vez mais contestada. O documentário opõe-se à ficção, mas usa dos mesmos meios narrativos. Para outros as imagens documentais são sempre imagens, logo construções narrativas, logo exteriores ao factos ocorridos e relatados. O que é verdade. Na fotografia há escolhas que o fotógrafo pode fazer dando representações variadas do que é visto. Preto e branco ou cores? Um fotógrafo como Sebastião Salgado privilegiou o preto e branco sendo o mundo a cores. Mas certas negruras do mundo de hoje não serão mais fielmente representadas a preto e branco do que a cores? Num documentário sobre o fotógrafo este declara não apreciar muito a teleobjectiva que permite fazer fotografia a distâncias consideráveis. Dizia, e cito de cor, que a proximidade com os fotografados é algo que está mais de acordo com o seu modo de contar o mundo aos outros. Teremos que concordar que um mineiro da Serra Pelada, na procura de ouro, é o mesmo se fotografado a 1,5 m ou a 20 metros. Mas parece diferente conforme seja retratado muito perto ou muito longe. Outras escolhas do fotógrafo podem ter grande influência na imagem obtida, como enquadrar de certa forma, ou escolher a sensibilidade da película. A mesma realidade pode gerar imagens muito diferenciadas, mas, todas elas, com marcas do mundo fotografado. Para já não falarmos do digital que permite ainda mais escolhas, no antes e no após ao momento da fotografia ter sido feita.

Escreva
Escreva sobre a informação do DN para provedor2006@dn.pt: “A principal missão do provedor dos leitores consiste em atender as reclamações, dúvidas e sugestões dos leitores e em proceder à análise regular do jornal, formulando críticas e recomendações. O provedor exercerá, simultaneamente, de uma forma genérica, a crítica do funcionamento e do discurso dos media.”
Do Estatuto do Provedor dos Leitores do DN

Para outros assuntos : dnot@dn.pt

DN, dia 20 de Fevereiro
 
José Carlos Abrantes | 9:58 da tarde | 0 comments
IMAGENS EM CURSO

CURSOS
 
José Carlos Abrantes | 5:02 da tarde | 0 comments
PROVEDORIAS

Na crónica de sábado, dia 18, Robert Solé, escreve sobre correio de leitores ocidentais que se interrogam sobre o significado do confronto gerado pelas caricaturas.

Exemplos:

"Guy Abeille (Paris) lance une bouteille à la mer : "Les musulmans ont besoin de victoires, et de victoires publiques. Les exemples indien et chinois devraient les faire réfléchir : la vraie force n'est pas dans la démonstration, le hululement collectif ou le sacrifice spectaculaire de soi ; elle est dans le développement du savoir, du libre raisonnement et de l'énergie créatrice. Il faut concurrencer l'Occident pour le tenir en respect, non pas danser autour de lui, en tchador et barbiche, la danse du scalp."

(...)

"Christophe Genin (Paris) confirme : "La liberté de caricaturer, nous dit-on, s'arrête là où commence celle de croire. Mais la réciproque est tout aussi valable : la liberté de croire s'arrête là où commence celle de caricaturer. Ces deux libertés ne sont pas symétriques. La liberté de croire relève de la vie intime, de l'ordre privé, et donc du droit des personnes, quand la liberté de critiquer relève de la vie publique, de l'ordre politique."

Ce genre d'argument a-t-il la moindre chance d'être accepté, ou même entendu, par les musulmans qui crient au blasphème dans les rues de Karachi, Djakarta ou Téhéran ? Patrick Charaudeau, professeur à l'université Paris-XIII, prend acte du fossé culturel entre ces deux mondes : "Au nom de nos valeurs de laïcité, nous demandons à l'autre d'accepter que sa croyance soit critiquée. Or il ne la considère nullement comme relative. Y toucher, c'est commettre un sacrilège. C'est cela que nous devons accepter, même si cela est difficile à admettre. C'est là que se mesure véritablement le respect d'autrui. Le contraire est arrogance de qui croit détenir la vérité unique et universelle. Cette arrogance que, justement, nous lui reprochons... Ayons l'humilité de reconnaître que l'on ne peut se moquer de tout, n'importe comment, face à un autre qui est imprévisible et différent. Le droit à l'irrévérence est à ce prix."
 
José Carlos Abrantes | 10:44 da manhã | 0 comments
PROVEDORIAS

No Le Monde Robert Solé escreveu no dia 12 de Fevereiro a partir do correio de leitores muçulmanos do jornal.

"Combien Le Monde compte-t-il de lecteurs musulmans ? Je l'ignore, et, Dieu merci, la croyance religieuse - ou l'incroyance - ne figure dans aucune enquête statistique. Mais un certain nombre de lecteurs qui nous ont écrit ces derniers jours revendiquent leur appartenance à l'islam. Leur courrier, on le devine, ne concerne ni les primaires à gauche ni l'OPA de Mittal Steel sur le groupe Arcelor, mais les caricatures de Mahomet."

Alguns leitores indignavam-se contra o jornal. Um exemplo:

"Deux poids, deux mesures, selon Mansour Benaouda (Lyon), qui l'exprime de manière lapidaire : « 1er décembre 2003, Dieudonné caricature un juif extrémiste. Dieudonné antisémite ! 1er février 2006, la presse caricature Mahomet en musulman terroriste. Liberté d'expression ! »

Mas havia também críticas dirigidas a outros destinatários, segundo o provedor. Esta com que finalizava a crónica, por exemplo:

"Tunisien résidant à Saint-Pétersbourg (Russie), Mohamed Ferjani est d'accord avec tout cela, mais, écrit-il : « Quand j'entends des chefs musulmans dire que ces caricatures sont un crime contre 1 milliard de croyants, j'ai envie de répondre que le vrai crime est dans les 500 millions de musulmans qui vivent dans la pauvreté, les millions d'enfants musulmans sauvagement exploités, les présidents à vie, rois et émirs qui se maintiennent au pouvoir par tous les moyens, les milliers d'opposants qui croupissent dans les prisons de l'horreur (...). Pourquoi les musulmans ne se révoltent-ils pas lorsqu'il s'agit de leurs droits les plus fondamentaux ? »
 
José Carlos Abrantes | 10:38 da manhã | 0 comments
AINDA A ERC

No sábado, dia 18, Rui Cádima escreveu dois novos posts sobre a ERC no IRREAL TV.
 
José Carlos Abrantes | 10:23 da manhã | 0 comments
domingo, fevereiro 19, 2006
PROVEDORIAS

Hoje, Sebastian Serrano, escreve uma crónica sobre alguns erros que vão ocorrendo no jornal. A crónica acaba com um protesto justo sobre uma fotografia.

"Otro lector, Juan Pastor Sánchez, telefoneó el lunes pasado para expresar su malestar por la publicación dos días antes de una fotografía en la que él figura caminando por una calle de Madrid cerca de una joven y de una pareja de agentes locales. El texto del pie que acompaña la foto es simplemente descriptivo: "La Policía Municipal patrulla la calle de la Montera en el primer día de peatonalización". Sin embargo, el titular del reportaje que incluye la foto es bien distinto: Pisos para 15 minutos de sexo. Y el texto empieza así: "La mecánica se repite. Una prostituta espera apoyada al lado de un establecimiento de hamburguesas de la calle de la Montera. Un hombre se acerca, cruzan dos frases y comienzan a andar separados hacia una pensión".

El lector asegura que él transita a menudo por la citada calle, pero nada tiene que ver con la prostitución ni con la joven de la foto. El periodista gráfico que captó la imagen confirma que esas dos personas no se relacionaron mientras él tomaba las fotografías, por lo que pedimos disculpas a Juan Pastor Sánchez por el daño a su imagen que se le haya podido causar."

Também a crónica do Provedor dos leitores do Público trata de ESTRANGEIRISMOS, GRALHAS E ERROS. O texto pode ser consultado no blogue do Provedor do Público.
 
José Carlos Abrantes | 9:33 da tarde | 0 comments
CONCURSO

No SÓ TEXTOS divulga-se um concurso.
 
José Carlos Abrantes | 9:29 da tarde | 0 comments
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
PROVEDORIAS

Quem faz as notícias (Who makes the news?) é um relatório sobre disparidades em matéria noticiosa: ser homem ou mulher ainda faz alguma diferença no ano de 2006.

Ontem o DN tratou este assunto e incluiu um depoimento de Maria João Silveirinha, do Instituto de Estudos Jornalísticos (IEJ) (Faculdade de Letras/Universidade de Coimbra) que, aliás, coordenou a parte portuguesa do estudo.

Ver também em SÓ TEXTOS um artigo de Stephen Pritchard (Observer's readers' editor).
 
José Carlos Abrantes | 11:29 da manhã | 0 comments
PROVEDORIAS

No Le Monde, Robert Solé escreveu no domingo sobre o correio dos leitores. E, entre outras coisas, defende que a melhor defesa do leitor é não exceder a trintena de linhas. Será esta uma medida "universal"?

"Deux lecteurs parisiens, Marion Penaud et Xavier Leroux, nous avaient envoyé il y a quelques semaines un commentaire sur l'Exposition universelle d'Aichi, au Japon. Leur texte, jugé intéressant, a été sélectionné pour le Courrier des lecteurs et publié dans Le Monde du 5 novembre 2005.

Mais les deux auteurs nous ont réécrit ensuite pour réclamer un rectificatif : la suppression de deux passages de ce texte modifiait, selon eux, le sens de leur propos. Ils s'étonnaient que Le Monde n'ait pas sollicité leur accord préalable ou n'ait pas indiqué ces coupes, selon l'usage, par trois points entre parenthèses.

En effet, les mots supprimés auraient dû être signalés par le (...) habituel. Pour le reste, il faut savoir que Le Monde , comme l'indique son livre de style, « se réserve le droit de ne publier que des extraits des lettres reçues, sauf demande contraire de l'auteur ».

Seul un texte sur dix, sélectionnés pour le Courrier des lecteurs, est publié intégralement. Les neuf autres subissent des réductions, pour leur permettre de trouver place dans cette rubrique ou, simplement, pour les rendre plus nerveux ou plus lisibles. On veille évidemment à respecter la pensée des auteurs, et les plaintes sont rares. Mais le meilleur moyen d'éviter une mauvaise surprise est de ne pas proposer au journal plus d'une trentaine de lignes."
 
José Carlos Abrantes | 9:39 da manhã | 0 comments
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
PALAVRAS SOBRE IMAGENS

csi2_carlos_capucho_convite
 
José Carlos Abrantes | 4:19 da tarde | 0 comments
FALAR DE BLOGUES

O blogue Síndrome de Estocolmo abriu um debate sobre a ética dos blogues. A Isabel Ventura chamou-me a atenção para este post e para o debate em curso:

"Café literário, artístico e filosófico Esse debate sobre a ética dos blogs no Síndrome de Estocolmo me levou a refletir sobre o que é o blog, e sobre o que deve ser... Deve haver uma ética, e qual ? Sou boêmia e bastante anarquista, não detesto os episódios de barulho e de desordem - até gosto do imprevisto e das situações descontroladas, e ver tudo entrar em parafuso me diverte muito... A desordem é mais criadora do que a ordem.

Mas, claro, também gosto de ver as pessoas respeitadas neste blog como nos
outros, e tenho um nível de tolerância beirando o zero no que respeita aos insultos e à violência que seja física ou psicológica. Gosto de barulho e da desordem, mais gosto muito menos das manifestações de raiva e ódio, e a minha palavra preferida é "respeito".

O blog é coisa pessoal, e cada um tem a sua idéia do que o próprio blog deve ser. Denise definiu o seu blog como um prolongamento virtual da sua casa. Outros, conforme a perspectiva escolhida, vão o ver como lugar de debate, de fantasias sexuais, espaço de trabalho ou de luta política. Pode ser utilizado por alguns para fazer amigos ou comunicar com a família. Para outros, o blog serve para exorcizar os seus demônios, pedir ajuda, ou vira
galeria de exposição para as criações artísticas ou literárias.... As possibilidades são infinitas e tão diversas quanto as personalidades e as necessidades dos criadores.

E é essa concepção primordial que vai determinar o que o blogueiro vai
publicar, mostrar, o que ele vai esperar do público, o que ele vai receber dele, e é o que vai fixar os limites e a ética. Claro que quem concebe o seu blog como lugar de exposição de arte não vai encontrar os mesmos problemas e as mesmas necessidades de pôr limites do que quem mostra a sua vida sem máscara. Claro também que o visitante vai ter que se conformar ao lugar e respeitar as regras da casa : a gente não se comporta da mesma maneira num bar, numa galeria de arte ou na casa de pessoas privadas.

Não vejo meu blog como um espaço interior no qual a gente entra, mas como espaço exterior, público, onde eu saio para expor as minhas criações, idéias, e encontrar outras pessoas : o meu blog não é minha casa mas somente, para retomar uma fórmula à la mode aqui na França, uma espécie de café literário, artístico e filosófico virtual. Não o meu salão nem a minha alma, mas somente um lugar aberto aos quatros ventos para quem quiser entrar
para beber um copo e conversar.

Como nos cafés reais, sirvo vinho, cafés e croissants, falo do sol e da chuva, digo coisas sérias ou não, e, de vez em quando solto algumas confissões ou faço um strip-tease... Entram, e vão entrar, pessoas diferentes, algumas bem comportadas outras não, para falar de arte, literatura e filosofia, ou somente para tomar uma bebida e ouvir as outras conversar e debater. Como nos cafés da vida, vai haver pessoas pacientes, outras não, vai haver loucos e bêbedos, gente brutal que grita e outra sossegada que cochicha num recanto, homens velhos e tranqüilos aproveitando o lugar para tomar o cafezinho da manhã e ler o jornal, e donas elegantes tomando o chá das cinco. Espero também ver slammers, artistas, vendedores de flores... Vai haver quem acha a "dona" legal e quem vai desfazer do mau mau gosto dos seus vestidos ou criticar a sua maquilhagem vistosa... Haverá de tudo, espero... De tudo... até alguns trolls para me deixar acreditar que também vão aparecer elfos !!!"
 
José Carlos Abrantes | 3:36 da tarde | 0 comments
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
UM LIVRO, HOJE

    Dia 15 Jornalismo, grupos económicos e democracia, de Fernando Correia. Será lançado hoje, 15 de Fevereiro, às 18h 30, na sala Veneza, do Hotel Roma, em Lisboa. A obra será apresetada por Alfredo Maia e Mário Mesquita.

     
    José Carlos Abrantes | 9:46 da manhã | 0 comments
    terça-feira, fevereiro 14, 2006
    O DN refere hoje o lançamento de dois livros na área dos media: hoje, o de Eduardo Cintra Torres e amanhã o de Fernando Correia.
     
    José Carlos Abrantes | 7:23 da manhã | 0 comments
    segunda-feira, fevereiro 13, 2006
    IMAGENS DA TRAGÉDIA MODERNA

    A Tragédia Televisiva, de Eduardo Cintra Torres, será apresentado amanhã, 14 de Fevereiro, às 18h, na Livraria Bulhosa do Campo Grande. A apresentação está a cargo de Manuel Vilaverde Cabral.

     
    José Carlos Abrantes | 4:30 da tarde | 0 comments
    PROVEDORIAS NO DN

    A crónica de hoje Da peça ao título está no SÓ TEXTOS.
     
    José Carlos Abrantes | 11:47 da manhã | 0 comments
    domingo, fevereiro 12, 2006
    IMAGENS DE EXCESSOS

    The Guardian conta a história dos adolescentes espancados no Iraque.
    No News of the World estão as imagens. Tudo visto no Bicho Carpinteiro
     
    José Carlos Abrantes | 10:25 da tarde | 0 comments
    PORTUGUESES EM LAZER

    Hoje, no Guincho

    Guincho

    Guincho 2

    Guincho 4

    Fotos de JCA
     
    José Carlos Abrantes | 10:00 da tarde | 0 comments
    sexta-feira, fevereiro 10, 2006
    UM CASO, já

    "BBC News

    Sweden shuts website over cartoon

    The Swedish government has moved to shut down the website of a far-right political party's newspaper over cartoons of the Prophet Muhammad.
    The site's host, Levonline, pulled the plug on the website of the Swedish Democrats' SD-Kuriren newspaper after consulting with the government.

    It is believed to be the first time a Western government has intervened to block a publication in the growing row."

    Pode ver o texto completo da notícia em SÓ TEXTOS
     
    José Carlos Abrantes | 4:20 da tarde | 0 comments
    FALAR DE BLOGUES 2005

    Com a ajuda do Pedro Custódio eis as gravações do Falar de Blogues que tiveram lugar na Livraria Almedina, em Lisboa.

    1 Ainda falta o Falar de Blogues com José Pacheco Pereira;

    2 O som está com deficiências, mas ouve-se. Sobretudo se usar auscultadores, muito importante. E também é preciso habituar o ouvido à diferença entre a introdução, gravada com microfone e o som da sala.


      Ciclo Falar de Blogues


     
    José Carlos Abrantes | 3:59 da tarde | 0 comments
    SOM NAS IMAGENS

    O Pedro Custódio colocou hoje no /var/log este post

    "Já não era sem tempo, mas o tempo escasseia e pronto, chega-se a fevereiro! No entanto, mais vale tarde do que nunca!

    Por isso aqui estão as gravações que fiz do Ciclo: Falar de Blogues da Autoria de José Carlos Abrantes, e sobre as quais já tive oportunidade de aqui escrever também.


      Ciclo Falar de Blogues





    NOTA: A gravação não é da melhor qualidade porque eram suposto ser somente para consumo pessoal, pelo que foram gravados da audiência. Os próximos prometem-se melhores.


    Agradeço ao Pedro a junção desta nova funcionalidade.
     
    José Carlos Abrantes | 3:45 da tarde | 0 comments
    IMAGENS DE TELEVISÃO

    Uma modelo alemã, Heidi Klum, está no centro de uma polémica. Heidi está a apresentar um programa numa estação privada de televisão. O objectivo do programa é escolher, com a ajuda de um júri, a vencedora de um concurso que dará lugar a um contrato de modelo com uma agência e a uma sessão de fotos a publicar na revista de modas Cosmopolitan. Houve 11 637 candidatas, foram escolhidas 32 e serão progressivamente eliminadas até restar a vencedora. Uma das eliminadas na primeira emissão pesa 52 kg e mede 1,76. Ora um membro do júri terá considerado que a candidata estava "muito gorda". E claro, daí advieram as acusações à apresentadora, de estar a estimular a anorexia.

    Trata-se de um caso interessante para reflectir sobre a influência da televisão. De facto, há um público frágil, os anoréxicos, que pode ser influenciado pelos critérios do júri. Terá a televisão a possibilidade de ter em atenção algumas franjas da sua audiência?

    "Mannequin le plus réputé d'Allemagne, Heidi Klum assure que tout cela n'est que "divertissement". L'émission télévisée qu'elle présente depuis la fin janvier est pourtant au coeur d'une polémique sur un sujet sérieux : l'obsession de bien des adolescentes de correspondre aux canons de la beauté du moment, la course à la perfection plastique, le besoin de plaire aux autres pour se plaire à soi-même.

    Lorsque la chaîne privée ProSieben a lancé un appel aux volontaires pour sa nouvelle émission "La prochaine top-model d'Allemagne", pas moins de 11 637 jeunes femmes ont envoyé photos et mensurations. Trente-deux d'entre elles ont été retenues pour la première émission, le 25 janvier, puis douze, puis dix. Fin mars, le jury, composé de spécialistes de la mode et du mannequinat, décidera de la gagnante. A la clé, un contrat dans une agence et une séance photo publiée dans l'édition allemande du magazine de mode Cosmopolitan.

    Les quelque trois millions de téléspectateurs qui ont regardé la première émission, diffusée entre 20 h 15 et 21 h 15, ont pu voir comment l'une des concurrentes, Irina, a été éliminée sans ménagement, au motif, entre autres, qu'elle était "trop grosse". Filiforme dans son maillot de bain, l'intéressée n'en revenait pas. Elle pèse 52 kg pour 1,76 mètre. Même si ces mots définitifs n'ont pas été prononcés par Heidi Klum, mais par un autre membre du jury, la célèbre top-model a été accusée de favoriser l'anorexie. Le quotidien populaire Bild s'est emparé de l'affaire. Lu par un habitant du pays sur huit, ce journal s'est lancé dans une campagne contre "la folie de la minceur" que véhiculerait le show de ProSieben."

    Segundo o Le Monde na Alemanha há 100 000 jovens e mulheres dos 15 aos 25 anos que sofrem de magreza endocrinianas.

    "Elles sont six fois plus, au- dessous de 35 ans, à être atteintes de boulimie, selon des statistiques officielles. Une experte en politique familiale du Parti libéral, qui siège dans l'opposition, a demandé que l'émission soit supprimée."

     
    José Carlos Abrantes | 7:45 da manhã | 0 comments
    LIVRO DE CARLA MARTINS
    foi apresentado por José Bragança de Miranda. Segundo este, Hannah Arendt, embora estando traduzida em Portugal com bastantes títulos não tem dado origem a textos de autores portugueses. Talvez porque a sua obra tenha algo de perturbante que nos leva a aproximarmo-nos com pinças do seu pensamento, disse. Hannah Arendt mostra que a política não coincide com o Estado: a política passa por aí mas não coincide com ele; e também não coincide com a distinção entre governantes e governados, que não é um problema de dominação. Foram estas algumas das palavras de José Bragança de Miranda que acentuou a complexidade da obra da ensaísta pondo em destaque também o mérito dos questionamentos da obra de Carla Martins.

    Isabel Garcia

    MM

    A Martins

    Mesa
     
    José Carlos Abrantes | 12:09 da manhã | 0 comments
    quinta-feira, fevereiro 09, 2006
    IMAGENS DE MAOMÉ

    No SÓ TEXTOS pode ler, em inglês, dois textos sobre as caricaturas de Maomé. Um refere o que a imprensa europeia tem escrito sobre o assunto. Outro, um texto publicado pelo Sunday Times, contra a publicação das gravuras.
     
    José Carlos Abrantes | 3:14 da tarde | 0 comments
    IMAGENS NA IMPRENSA E NOS MEDIA

    Mario Bettencourt Resendes escreve hoje no DN sobre a fotografia dos ministros perfilados na assinatura dos protocolos com Bill Gates.

    "Os fotógrafos estavam lá. Ao fundo, sobre a direita, sentado com algum formalismo, adequado à ocasião, José Sócrates. A seu lado, sorriso descontraído, a pose informal típica de um norte-americano (bem-nascido...) da Costa Oeste, William Gates. Em primeiro plano, a mesa. Da direita para a esquerda, aparece António Costa, boa disposição evidente, já a meio caminho da coluna erecta, talvez adivinhando a necessidade de se distinguir. De seguida, quatro ministros, curvados por igual sobre a mesa, como que alinhados num bailado que teria exigido cuidadoso ensaio, caneta na mão, assinam os protocolos. À esquerda, ligeiramente recuado, porventura a aguardar vaga na mesa, um sexto ministro.

    Eis a imagem que valia mil palavras e que caiu como sopa no mel dos protestantes do costume Portugal aos pés do homem mais rico do mundo! Como era possível? Imaginava-se tal cena nos "países civilizados" desta Europa dos nossos dias? Não faltaram sequer alguns empresários nacionais preocupados com as "contrapartidas" do negócio, quiçá os mesmos que se especializaram em investir pouco mais do que os euros pedinchados ao Estado.

    Disseram-se estas e outras coisas do género e, valha a verdade, a "foto assassina" alimentava bem o clamor."

    Mais abaixo o colunista exprime depois o seu apreço sobre um bem inestimável, a liberdade de expressão:

    "(...) O acrescento de uma adversativa à invocação da liberdade é sempre um passo de alto risco. Hoje não se publica "isto" para não ofender os sentimentos religiosos de uns, amanhã não se publica "aquilo" para não atingir as tradições culturais de outros... e acabou-se, muitas vezes, a não publicar "fosse o que fosse" para não irritar suas excelências, os poderes instalados.

    Para confrontar estes problemas, os Estados de direito democráticos têm leis e tribunais, que regulamentam o exercício da liberdade de expressão e punem os abusos insensatos.

    Atrasados no curso da História, a esmagadora maioria dos países muçulmanos invoca hoje a religião oficial para o atropelo sistemático dos direitos do homem e da mulher e para a perpetuação de regimes autoritários. Não têm, como é óbvio, qualquer legitimidade para reclamar restrições à liberdade de expressão nas democracias ocidentais."

    A estranha morte do Ocidente de Luciano Amaral, também no DN, vai no mesmo sentido bem como Ele ofende-nos de Francisco José Viegas no JN. Outros vozes no Público argumentam na mesma direcção: José Pacheco Pereira na crónica Mais vale verdes que mortos mostra que, mais uma vez, se percebe como há apenas uma fina película entre a civilização e a barbárie." E "obriga" o Público a inserir uma das caricaturas de Maomé. Augusto M Seabra assina, no mesmo jornal, Em louvor da blasfémia.

    Na segunda feira o Prós e Contras de Fátima Campos Ferreira também analisou este assunto. Eduardo Prado Coelho escreve um texto, Pensar a imagem, que nos leva a outras imagens, que também têm a ver com o que somos, hoje (no Público).



    Um abaixo assinado
    Como uma liberdade em que os dois primeiros subscritores são Tiago Barbosa Ribeiro e Rui Bebiano.

    Uma manifestação logo às 15h (ver post anterior).
     
    José Carlos Abrantes | 11:39 da manhã | 0 comments
    IMAGENS EM MANIFESTAÇÃO

    COMUNICADO - CONVITE

    Hoje, 5ª feira, 9 de Fevereiro, pelas 15 horas, um grupo de
    cidadãos portugueses irá manifestar a sua solidariedade para com os
    cidadãos dinamarqueses (cartoonistas e não-cartoonistas), na Embaixada da
    Dinamarca, na Rua Castilho nº 14, em Lisboa.
    Convidamos desde já todos os concidadãos a participarem neste acto
    cívico em nome de uma pedra basilar da nossa existência: a liberdade de
    expressão.
    Não nos move ódio ou ressentimento contra nenhuma religião ou causa.
    Mas não podemos aceitar que o medo domine a agenda do século XXI.
    Cidadãos livres, de um país livre que integra uma comunidade de Estados
    livres chamada União Europeia, publicaram num jornal privado desenhos
    cómicos.
    Não discutimos o direito de alguém a considerar esses desenhos de mau
    gosto. Não discutimos o direito de alguém a sentir-se ofendido. Mas
    consideramos inaceitável que um suposto ofendido se permita ameaçar,
    agredir e atentar contra a integridade física e o bom nome de quem apenas o
    ofendeu com palavras e desenhos num meio de comunicação livre.
    Não esqueçamos que a sátira ? os romanos diziam mesmo "Satura quidem
    tota nostra est" ? é um género particularmente querido a mais de dois
    milénios de cultura europeia, e que todas as ditaduras começam sempre por
    censurar os livros "de gosto duvidoso", "má moral", "blasfemos", "ofensivos
    à moral e aos bons costumes".
    Apelamos ainda ao governo da república portuguesa para que se
    solidarize com um país europeu que partilha connosco um projecto de união
    que, a par do progresso económico, pretende assegurar aos seus membros,
    Estados e Cidadãos, a liberdade de expressão e os valores democráticos a
    que sentimos ter direito.
    Pela liberdade de expressão, nos subscrevemos

    Rui Zink
    Manuel João Ramos
    Luísa Jacobetty

    (Recebido por email)
     
    José Carlos Abrantes | 8:23 da manhã | 0 comments
    quarta-feira, fevereiro 08, 2006
    BLOGUES

    Pedro Rolo Duarte reposiciona-se em relação aos blogues. Mais vale tarde do que nunca.

    "Há momentos na vida de um cronista de jornal que deviam ser, pura e simplesmente, obliterados. Apagados do mapa. Ou discretamente reescritos, pelo menos retocados, como alguns ditadores fizeram para moldar a História às suas medidas. Tenho vários desses momentos, mas o último ainda me dá voltas no estômago foi quando, há dois anos, defendi publicamente que os blogues deviam ser reservados aos que não têm acesso às páginas dos jornais. Na altura, fazia-me alguma confusão que pessoas como Pacheco Pereira, ou Pedro Mexia, tivessem colunas nos jornais, "tempo de antena" em dose generosa, e mesmo assim alimentassem blogues pessoais."

    E mais à frente:

    "Dois anos depois (e muita pancada levada em tudo o que era blogue nacional, como se tivesse criticado o meio em si, o que obviamente não sucedeu...), no momento em que vejo Vasco Pulido Valente chegar à blogoesfera, não resta palavra sobre palavra desse meu texto. Engoli-as todas, uma a uma, humildemente. Confesso que há sempre um bom bocado do meu dia que é passado a saltitar de blogue em blogue, lendo o que pensam aqueles que respeito ou admiro, ou descobrindo talentos desconhecidos. Tenho a minha lista de favoritos. E já tive, heresia das heresias, a tentação de criar o meu próprio blogue..."
    Na última semana, entre o casamento frustrado das duas mulheres-bandeira, os "
    cartoons que fizeram rebentar o ódio ao Ocidente, a estadia numa cidade estrangeira onde só se pode fumar praticamente às escondidas, e a boa notícia que a Sonae deu ao país, fez-me falta um blogue. E li mais blogues do que habitualmente. A comunicação mudou, e a imprensa que se cuide - se se atrasar na adaptação a esta realidade, vai ficar como eu, a ouvir em eco um sonoro "Dahh!"..."
     
    José Carlos Abrantes | 11:20 da manhã | 0 comments
    terça-feira, fevereiro 07, 2006
    CINEMA NA TELEVISÃO

    Acabo de ver uns minutos de televisão na SIC Noticias. João Lopes e Nuno Rogeiro comentaram Munique, um acto de desespero de há 33 anos, nos Jogos Olimpicos, agora um filme. Gosto de palavras sobre as imagens.
     
    José Carlos Abrantes | 11:55 da tarde | 0 comments
    HOMENS E MÁQUINAS













    Fotos de JCA
     
    José Carlos Abrantes | 12:07 da tarde | 0 comments
    INTERFERÊNCIAS NA LUSA

    Hoje o DN , numa notícia breve e também o Público, num trabalho mais extenso dão-se conta de interferências em notícias sobre a Internet de banda larga nas escolas. "Direcção da Lusa acusada de ceder a "pressões" do Governo" é o título da peça do Público. Na origem estariam telefonemas de uma assessora do Ministro da Ciência.
     
    José Carlos Abrantes | 10:48 da manhã | 0 comments
    segunda-feira, fevereiro 06, 2006
    O PODER DAS IMAGENS

    A polémica que se está a estender ao mundo sobre as caricaturas de Maomé está a deixar de lado uma questão essencial: a dos poderes das imagens. As imagens são vistas como a representação, ou seja, algo que torna presente o ausente. Deixam-se de lado os seus poderes tranformadores (levando pessoas a agir) e o envolvimento que nos engloba dentro delas pela partilha e que se prolonga no interior de cada um. Ou seja, neste caso, se é verdade que a questão da representação assume importância, mais vital se revela o que as pessoas fazem por causa das imagens e como se sentem nelas implicadas, por fora e por dentro. Na sua acção e no seu íntimo. O significado das imagens não é tudo. Há partilhas e acções que assumem maior relevo. Talvez por que as imagens têm "poderes" além daqueles que tradicionalmente lhes atribuímos.
     
    José Carlos Abrantes | 9:00 da tarde | 0 comments
    PROVEDORIAS: CRÓNICA DE HOJE, no DN

    Reconhecer erros no jornalismo

    É melhor não errar, mas corrigir de forma equivalente ao erro, é de louvar.

    1 O leitor Silva Pereira escreveu ao Provedor: “Já não é a primeira vez que não consigo encontrar, na edição on-line do Diário de Notícias, quer os artigos de opinião de Vasco Graça Moura, às quartas-feiras, quer os de João César das Neves, às segundas-feiras. Seria possível que o jornal desse uma justificação para esse facto? “ Perguntei ao director que resposta a dar ao leitor. António José Teixeira respondeu : “Posso pedir desculpa. Há demasiados erros na nossa edição on-line. Estamos a trabalhar numa nova edição, que esperamos mais eficaz.”. Um director pedir desculpas a um leitor não é inédito. Mas trata-se de um gesto profissional distante da velha atitude, useira e vezeira no jornalismo como noutros domínios de querer tapar o Sol com uma peneira. Um leitor, Nuno Barradas, em Dezembro, escreveu que nunca vira os jornalistas reconhecer os erros. Há uma frase por vezes citada que reflecte esta descrença no comportamento dos jornalistas: “errar é humano, persistir no erro é jornalismo”. A atitude do director mostra que este aforismo está, felizmente, ultrapassado, pelo menos no novo DN.

    2 Um outro exemplo é o da Tribuna Livre de dia 30 de Janeiro. Depois de uma notícia sobre um espancamento na Casa do Gaiato que ocupou destaque na primeira página, o DN incluiu três cartas de leitores que reagiram ao tratamento noticioso: ”Não foi bonito o espaço excessivo dado à agressão do aluno da Casa do Gaiato”, opinou Manuel Baptista, leitor de Cascais. Os leitores José da Cruz Santos e José Duque preferiram sobretudo realçar a boa organização e o mérito da Casa do Gaiato, o que o leitor citado também fizera: ”O DN, sendo muito mais antigo, não poderá nunca igualar o benemérito serviço da Casa do Gaiato.” António José Teixeira explicou que “o nosso critério sobre a Casa do Gaiato baseou-se na convicção de que maus tratos infligidos a crianças e jovens devem ser valorizados enquanto denúncia pública. Acresce que o caso aconteceu numa instituição destinada à protecção de crianças e jovens em risco, o que o torna ainda mais pertinente.
    O espancamento foi relatado por uma testemunha credível, funcionária pública, que deu a cara pelo que observou e o comunicou às autoridades. Um testemunho raro. Habitualmente, poucos aceitam dar a cara. Naquele mesmo dia ouvimos também o responsável pela Casa do Gaiato, que confirmou que o funcionário em causa «talvez tenha exagerado». Ouvimos ainda o juiz responsável por um grupo de acompanhamento da instituição. Aliás, como é público, há antecedentes na denúncia de irregularidades e maus tratos na Casa do Gaiato.
    Se me permite, o zelo pelos cuidados dispensados aos mais desprotegidos da nossa sociedade não nos fica mal, deve é responsabilizar-nos mais.” Estas razões não podem ser subestimadas. É essa a missão do jornal, sendo apenas possível matizar, como faz o leitor Manuel Baptista, que não questionou a notícia, apenas considerou que “há outras páginas para informar sem “matar”.

    3 Outro erro foi corrigido de modo mais justo do que é habitual na imprensa. Na Tribuna Livre do dia 26 de Janeiro, corrigiu-se o nome de Idália Moniz a quem havia sido atribuído outro apelido. E a correcção não se ficou pelo texto: foi publicada novamente a fotografia usada no dia anterior. É melhor não errar, mas corrigir de forma equivalente ao erro, é de louvar.

    4 Pode ver-se que esta atitude desponta aqui e além nos media. Na noite das eleições houve o atropelo da declaração de Manuel Alegre pela declaração do primeiro ministro, José Sócrates, bem como da declaração de Jerónimo de Sousa cortada pela saída de Cavaco Silva da sua residência. No dia seguinte, o director da SIC Notícias veio reconhecer a responsabilidade das televisões, pois foram estas que tomaram a decisão editorial de porem uns no ar retirando outros. O que importa, neste caso, é que os jornalistas reconhecem que falham, discutem os seus critérios, encaram, publicamente, a possibilidade de outras decisões serem mais acertadas ou, pelo menos, possíveis.

    5 Neste enquadramento assume também alguma importância a coluna de opinião que os profissionais dos media assinam à sexta-feira neste jornal. É um terreno vital para os leitores compreenderem melhor a narração jornalística e os contextos mediáticos em que estão permanentemente mergulhados.

    BLOCO NOTAS

    Mudanças
    É público e notório que o Diário de Notícias está a operar mudanças radicais na sua forma de fazer jornalismo. Além da leitura diária que o comprova existem alguns sinais de um envolvimento invulgar de todos os profissionais no esforço colectivo de fazer do DN um jornal melhor, um jornal de referência com melhor informação e opinião plural e diversificada. Os leitores também têm chamado a atenção para isso, por vezes por e-mail ou em contactos directos. Um jornal melhor exige leitores ainda mais atentos e participativos, pois as frágeis fronteiras das decisões narrativas, das escolhas éticas e deontológicas, exigem reflexão e contributos dos actores “secundários” que são os leitores. Neste momento, toda a massa crítica é imprescindível, pois por melhor que se faça, pode sempre fazer-se melhor. E os leitores continuam a ser quem pode quem melhor pode questionar e acrescentar. Sem pensarem também que protesto e razão são, invariavelmente, sinónimos.

    Ainda a ERC
    Recebi de Madalena Oliveira, leitora regular desta coluna, um questionamento sobre a última crónica. Depois de referir que leu a crónica e o texto integral da Carta Aberta no blogue Irreal TV a leitora afirma que o não lhe restam dúvidas “sobre os propósito e as inquietações que estão na sua origem. Contudo, não entendo por que razão o Provedor utiliza todo o espaço desta coluna a reproduzir, ainda que em excertos, a referida carta. Não querendo propriamente discutir o ponto de vista do Prof. Francisco Rui Cádima - que é francamente discutível -, gostaria de conhecer as motivações do Provedor para acolher desta forma esta interpelação.
    O e-mail do Professor Rui Cádima era um e-mail de um leitor, de um leitor especial, pois é uma personalidade muito qualificada no domínio dos media e, por último, um leitor que escreveu ao provedor. Quanto à forma e aos conteúdos adoptados espero que a leitora me possa conceder, ao menos, a mesma liberdade que os directores do DN, sem excepção, me têm concedido desde Maio de 2004. A carta de Madalena Oliveira está reproduzida na integra no blogue SÓ TEXTOS.

    Escreva
    Escreva sobre a informação do DN para provedor2006@dn.pt: “A principal missão do provedor dos leitores consiste em atender as reclamações, dúvidas e sugestões dos leitores e em proceder à análise regular do jornal, formulando críticas e recomendações. O provedor exercerá, simultaneamente, de uma forma genérica, a crítica do funcionamento e do discurso dos media.”
    Do Estatuto do Provedor dos Leitores do DN
    Para outros assuntos : dnot@dn.pt
     
    José Carlos Abrantes | 11:17 da manhã | 0 comments
    PORTUGUESES EM LAZER

    EM LAZER 4

    EM LAZER 5

    EM LAZER 3

    EM LAZER 2

    EM LAZER 1*
     
    José Carlos Abrantes | 12:33 da manhã | 0 comments
    domingo, fevereiro 05, 2006
    IMAGENS DE PROXIMIDADE

    O CHÃO QUE PISAMOS

    O CHÃO QUE PISAMOS
     
    José Carlos Abrantes | 1:01 da tarde | 0 comments
    sexta-feira, fevereiro 03, 2006
    A REDE

    Foi hoje apresentado a Sociedade em Rede: Do conhecimento à acão política, último volume dos Debates, organizados pela Presidência da República. Jorge Sampaio esteve presente. O livro, tal como o debate ocorrido há um ano, foi organizado por Gustavo Cardoso.

    Um dos aspectos que foi sublinhado foi o do enquadramento institucional da inovação, nomeadamente na inovação tecnológica. Manuel Castells afirmou que na Catalunha todas as escolas estão ligadas à internet, todas. No entanto verificou-se uma utilização de 2 horas mês por aluno. Ora, em casa, os jovens que vão a essas escolas utilizam a net cerca de 12 horas por semana. Logo parece serem os professores o entrave a um maior uso. Mas não. Estes, em suas casas, são cibernautas durante cerca de 20 horas semanais. Ou seja: diz-me onde utilizas, dir-te-ei quanto e como utilizas.

    Capas
     
    José Carlos Abrantes | 6:35 da tarde | 0 comments
    quinta-feira, fevereiro 02, 2006
    IMAGENS: CINEMA PORTUGUÊS

    Coloquei hoje o Jorge Leitão Ramos nas 1001 Razões para Gostar de Portugal com este post.

    Cinema Português
    Foto de Nuno Fox, Diário de Notícias

    O cinema português, como qualquer outro cinema, não são apenas os filmes. São também os estudos sobre cinema, as salas onde os filmes se vêm, as obras de referência que são publicadas, as críticas, os actores, o público que os vê. Claro que o coração de tudo são mesmo os filmes. Mas uma obra como a que o Jorge Leitão Ramos vai apresentar hoje na Cinemateca, às 19h, é um elo importante para o conhecimento e a acção. O Jorge dedicou os últimos dez anos a compilar dados sobre o cinema portugûes. Algumas vezes o tentei para uma ou outra iniciativa que organizei. Quase sempre ele me deu a resposta do dicionário, salvo num debate Falar de Cinema, no Teatro S. Luís, julgo que em 2005.
    São raros os casos de pessoas que dedicam anos da vida a obras que, ainda por cima, não trazem as luzes da ribalta de forma constante.

    Um dicionário destes é uma obra imprescindível em qualquer cinematografia, em qualquer país do mundo. O cinema português fica melhor, agora.




    O DN dá hoje destaque ao lançamento da obra, logo, na Cinemateca, às 19h num texto de Pedro Mexia e foto de Nuno Fox, acima reproduzida.

    "Jorge Leitão Ramos, crítico de cinema do Expresso, publicou em 1989 o Dicionário do Cinema Português 1962-1988 (Caminho), ainda hoje um instrumento de consulta indispensável. Quando concluiu esse trabalho, o autor não tencionava continuar o dicionário nem recuar aos anos anteriores a 1962, data que marca o advento do Cinema Novo.

    No entanto, o seu editor, Zeferino Coelho, percebeu a novidade e utilidade do Dicionário e desafiou o crítico a prosseguir a empreitada. Leitão Ramos aceitou, e dedicou mais de uma década a reunir materiais diversos . Dessa investigação nasceu o Dicionário do Cinema Português 1989-2003, estando anunciado para daqui a dois ou três anos o Dicionário do Cinema Português 1896-1961. Tudo indica que os três tomos ficarão como a mais importante obra de conjunto sobre a nossa cinematografia."

    do texto de hoje de Pedro Mexia

    LIVROS PARA FEVEREIRO Dia 2
    Dicionário do cinema Português 1989-2003, da autoria de Jorge Leitão Ramos, publicado na Caminho, será lançado hoje, 2 de Fevereiro, às 19h, na Cinemateca, Rua Barata Salgueiro, em Lisboa.
     
    José Carlos Abrantes | 4:25 da tarde | 0 comments
    quarta-feira, fevereiro 01, 2006
    IMAGENS EM MEMÓRIA

    Capa

    contracapa
     
    José Carlos Abrantes | 10:39 da tarde | 0 comments